O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, decidiu revogar o aumento do ICMS que passaria de 17% para 20% em compras internacionais, como os sites do AliExpress e Shein. Conforme antecipado pelo Oficina da Net, a mudança seria implementada em 1º de abril de 2025, mas a decisão de cancelar o aumento veio após repercussão negativa e críticas de diversos setores.

R E S U M O

  1. Decisão revertida: Zema cancela aumento do ICMS sobre compras internacionais em MG.​
  2. Motivo da mudança: Nem todos os estados aderiram ao ajuste combinado anteriormente.​
  3. Impacto esperado: Compradores mineiros continuam pagando 17% de ICMS em compras internacionais.​

Inicialmente, Minas Gerais, junto com outros nove estados, havia acordado elevar a alíquota do ICMS para 20% em compras internacionais, visando proteger a indústria nacional. No entanto, como nem todos os estados implementaram o ajuste, Zema optou por manter a alíquota em 17%, afirmando que "o Governo de Minas não aumentará o ICMS sobre importados".​

A decisão foi bem recebida por entidades como a Amobitec, que representa empresas como Alibaba, Amazon e Shein. A associação destacou que um ICMS maior poderia elevar a carga tributária total para até 104%, considerando outras taxações federais.​

Com essa medida, os consumidores mineiros que realizam compras em sites estrangeiros continuarão pagando 17% de ICMS, enquanto outros estados podem aplicar alíquotas diferentes, dependendo das decisões de seus respectivos governos.

Importações ficarão mais caras em 9 estados do Brasil

Essa decisão foi tomada em dezembro de 2024, durante a 47ª Reunião Ordinária do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz). Em documento oficial, o órgão defendeu a mudança dizendo que o "objetivo é alinhar a tributação das importações com a dos produtos vendidos no mercado interno, criando condições mais justas para a produção e o comércio local".

Essa mudança já era esperada. Em abril de 2024, o governo chegou a avaliar uma proposta para aumentar o ICMS sobre encomendas internacionais para 25%, mas a decisão foi adiada na época. Agora, o valor definido ficou em 20%, mas ainda assim representa um impacto significativo para o consumidor. Na época, Shein e AliExpress lamentaram a decisão.

Assim, quem importar agora vai pagar: (1) imposto federal de 20% para compras internacionais abaixo dos US$ 50 ou 60% para mercadorias acima desse valor e (2) ICMS de 20%, se a pessoa morar em um dos 10 estados brasileiros que aplicaram a mudança. Veja a lista completa abaixo:

Estados com ICMS de 20%

O estado de Minas Gerais, que estava na primeira lista, foi retirado e agora apenas nove estados brasileiros vão aumentar o ICMS para 20%:

  1. Acre
  2. Alagoas
  3. Bahia
  4. Ceará
  5. Paraíba
  6. Piauí
  7. Rio Grande do Norte
  8. Roraima
  9. Sergipe

Estados com ICMS de 17%

Além de Minas Gerais, outros 17 estados devem manter o ICMS em 17%, pelo menos por enquanto. O aumento pode acontecer no futuro, mas primeiro é necessário que a mudança passe por uma votação nas assembleias estaduais. Esses são os estados que não serão afetados com o aumento do ICMS agora:

  1. Amazonas
  2. Amapá
  3. Distrito Federal
  4. Espírito Santo
  5. Goiás
  6. Maranhão
  7. Mato Grosso
  8. Mato Grosso do Sul
  9. Pará
  10. Pernambuco
  11. Paraná
  12. Rio de Janeiro
  13. Rio Grande do Sul
  14. Roraima
  15. Santa Catarina
  16. São Paulo
  17. Tocantins

O que isso muda para você?

Para os consumidores que moram nos estados que aumentarão o ICMS a partir de 1º de abril de 2025, lamento informar que aquela blusinha importada vai pesar mais no orçamento. Por exemplo, um produto que custava R$ 100 agora terá um acréscimo de R$ 60 em impostos, totalizando R$ 160. Essa carga tributária considera o imposto de importação de 20% e o novo ICMS de 20%. Isso deve desanimar quem costuma recorrer a sites estrangeiros com AliExpress e Shein para comprar roupas, acessórios, eletrônicos e outros produtos.

Além disso, as taxas mais altas já vêm prejudicando as importações nos últimos anos. O reflexo disso é o aumento do prejuízo bilionário para os Correios, que têm registrado uma queda no volume de encomendas internacionais. De acordo com a estatal, as importações diminuíram 40% depois da aprovação da chamada 'taxa das blusinhas".

Além dos Correios, a Shein também tem sofrido com a decisão de compras dos usuários, perdendo espaço para lojas de roupas brasileiras, como C&A e Renner.

Para se ter uma ideia de quanto o aumento do ICMS afetará as suas compras, vamos exemplificar com um produto que custa US$ 100. Além disso, vale lembrar que hoje o dólar está custando R$ 5,73. Dito isso, um produto de US$ 100 custa no Brasil R$ 573.

Então vamos calcular:

  • Valor do Produto: R$ 573
  • Taxa de Importação: 60% de R$ 573 = R$ 343,80
  • Até aqui, você vai pagar R$ 573 + R$ 343,80 = R$ 916,80

Agora vamos incluir o ICMS. Vale lembrar que esse é um imposto "por dentro", ou seja, ele incide sobre ele mesmo. Nesse caso, considerando que a alíquota do ICMS é de 20%, a base de cálculo não será apenas o subtotal. Nós dividimos o subtotal por 1− Alíquota do ICMS. No caso de 20%, isso significa dividir por 1 − 0,20 = 0,80.

Assim, um produto de US$ 100, vai custar ao consumidor um total de R$ 1.140. Desse valor total, você paga R$ 228 de ICMS, além de R$ 343,80 de taxa de importação.

E você, o que acha desse aumento do ICMS? Deixe seu comentário!

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