Nos dias atuais a concorrência é enorme no segmento da música e artistas. E com isso, cada clique no YouTube ou em uma faixa do maior portal de streaming de música significa muito para essa galera. Neste caso, muitos "plays" na internet são sinônimos de sucesso, porque acabam levando o artista a ter mais convites para shows, festivais e outras mídias, assim como rende direitos autorais.
Os números para os artistas são extremamente importantes, mas para o público estes dados nem sempre podem ser verdadeiros. Por quê? Isso porque muitos na luta em alcançar mais e mais sucesso, acabam encontrando outras alternativas para aumentar esses números, que na verdade não representam o número de fãs reais.
Atualmente, está disponível no mercado, vários sites que cobram para aumentar esses números, mesmo com o serviço de streaming barrando este tipo de prática nos termos de uso, tentando monitorar e banir os fraudadores. A justiça brasileira considera a manipulação crime de estelionato, mas como o mesmo acontece em sites estrangeiros, então o controle fica muito difícil.
Um exemplo do que encontramos no submundo do falso sucesso, como a possibilidade de ter mil views a mais no seu clipe, existe um site que oferta o serviço por apenas R$ 16. Outro exemplo, é a oferta de 2 milhões de views por R$ 7,2 mil. Também é possível encontrar venda de seguidores, likes e até unlikes (ainda fazem a recomendação de incluir algumas descurtidas para que fique mais natural os números).
Quando questionados sobre a multiplicações, a justificativa vai para a rede de parceiros, de ouvintes reais ou que são todos plays orgânicos.
Programadores e fóruns citam outros exemplos
Alguns fóruns, músicos, usuários e programadores ressaltam que os acessos podem ser originados de outros lugares, como é o caso de sites de venda que utilizam robôs. Desta forma os computadores são programados para acessar automaticamente os vídeos. Ainda os computadores podem realizar outras interações para aumentar mais os números.
Outra forma utilizada para conseguir mais views seriam as fazendas de likes, que são vários painéis com centenas de smartphones que são programados para ficarem o dia todo gerando cliques.
Outra alternativa é a negociação por espaço em playlists populares. Existe atualmente um site conhecido como "classificados" que os administradores da página ficam cobrando para incluir as músicas em listas com milhares de seguidores. A prática é conhecida como "jabá 2.0".
A prática prejudica artistas honestos
A renda de direitos autorais do streaming sai de uma parte do faturamento de empresas, como Google (dona do YouTube) e Spotify. O montante é distribuído aos artistas de acordo com o número de execuções das músicas. Sendo assim, aqueles que tem plays falsos podem ganhar mais e tirar a parte dos honestos.
Aconteceram alguns casos de contagem indevida de plays serem contabilizados pelo YouTube. Já nos fóruns de músicos, muitos artistas chegaram a ser banidos após efetuarem a compra de milhares de plays em sites piratas. Assim, como tem aqueles que passam ilesos e ganham uma grana extra só comprando e gerando maior números de views através da fraude.
Sites mais citados
São quatro sites que são destaques em fóruns para compra de plays.
1 . Streamify, o site diz ser dos Estados Unidos, porém seu endereço é de uma empresa da Bulgária.
2 . Streampot, que direciona os pedidos de compra para o site Streamko.
3 . Massmediaplus, sem nenhuma informação da empresa, somente constam relatos de clientes que gostaram dos serviços.
4 . Fiverr, possui vários anúncios "freelancers", registrado no Canadá.
Novos músicos
No fórum oficial do Spotify um usuário perguntou sobre a possibilidade de inflar a contagem "Estou sempre buscando promover minhas músicas e achei esse site. Alguém conhece?" já outro usuário relatou, "Já usei e funcionou", outro respondeu, "Mas ouvi que eles usam robôs para gerar streams, mesmo dizendo que não". Um usuário que trabalha com marketing, comentou "Gerencio quase 60 contas no Spotify e já tive 6 deletadas, após o Spotify detectar plays ilegítimos. Não usem".
Outro músico desesperado após uma compra de plays disse "Cometi um erro terrível e comprei mil plays, agora não consigo cancelar". O Spotify acaba identificando os plays comprados através dos números que aumentam significativamente de uma hora para outra.
Robôs podem deixar vestígios
Os robôs podem deixar discrepância entre as visualizações e outras interações, algo notável se compararmos a quantidade de visualizações nos clipes com a quantidade de comentários. Outro vestígio seriam os comentários básicos ou sem conexão com o que foi apresentado ou em outros idiomas, como o Russo, por exemplo, onde o mercado de robôs é aquecido. Outro problema é o número de visualizações exageradamente alto em relação aos números de seguidores de outras redes sociais, podendo ser facilmente identificado através de comparativos, por exemplo, um clipe com 5 milhões de views de um artista e apenas 200 seguidores no Twitter, a prática é facilmente descoberta.
Fonte: G1
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