A Starlink, de Elon Musk, ganhará um concorrente de peso no fornecimento de internet via satélite no Brasil. Na última semana, a Anatel autorizou a empresa francesa E-Space a iniciar o fornecimento deste tipo de internet em nosso país. A Agência Nacional de Telecomunicações já havia feito a autorização no mês de abril, contudo, a primeira parcela no valor de R$ 20 mil referentes ao licenciamento, só foi paga recentemente.
E-Space chega ao Brasil para destronar a Starlink
Com a autorização concedida, agora, a E-Space precisa começar a fornecer seus serviços em um prazo de até dois anos. Caso não cumpra este prazo, a empresa francesa poderá perder o licenciamento no Brasil. O pedido de licenciamento havia sido feito em julho de 2023 e foi alvo de uma consulta pública antes da autorização. Tudo isso por contaa das frequências utilizadas pelos franceses.
A E-Space chega ao Brasil para tentar destronar a Starlink e operando através da E-Space Brazil Holdings, poderá instalar até 8.640 satélites de baixa órbita. Com isso, a empresa de tecnologia da França supera a Starlink, que hoje, possui autorização para instalar até 4,4 mil satélites em baixa órbita.
A empresa anunciou que sua constelação é composta por satélites compactos, projetados para suportar colisões e capturar detritos na mesma faixa orbital.
Embora a E-Space não tenha divulgado o número exato de satélites em operação, três unidades foram lançadas em 2022 para fins de demonstração.
Como funciona a internet via satélite?
A internet via satélite, como a oferecida pelo Starlink, segue um processo técnico específico para fornecer conectividade global. Aqui está uma explicação detalhada de como funciona:
Constelação de satélites em órbita baixa (LEO)
- Satélites LEO: A internet via satélite Starlink e sistemas semelhantes utilizam satélites em órbita baixa da Terra, geralmente a uma altitude entre 540 km e 570 km. Essa órbita é mais próxima da superfície da Terra em comparação com os satélites tradicionais em órbita geossíncrona (a cerca de 35.000 km de altitude).
- Vantagens: Satélites LEO oferecem latência mais baixa e maior largura de banda devido à menor distância entre o satélite e o usuário final.
Estação terrestre
- Função: As estações terrestres são pontos de entrada e saída para a internet global. Elas estão conectadas a redes de fibra óptica e outras infraestruturas de comunicação de alta velocidade.
- Conexão: Satélites LEO enviam e recebem dados dessas estações terrestres, que fazem a interface com a infraestrutura de internet tradicional.
Terminais de usuário
- Antena Parabólica: Usuários finais utilizam terminais específicos, muitas vezes uma antena parabólica pequena (ou "dish") que se ajusta automaticamente para se alinhar com os satélites.
- Roteador: O terminal é conectado a um roteador que distribui o sinal de internet para os dispositivos dentro de uma residência ou empresa.
Transmissão de dados
- Comunicação de Dados: O terminal do usuário transmite sinais de rádio para os satélites. Os satélites, então, transmitem esses sinais para as estações terrestres, onde os dados são conectados à internet global.
- Retorno de Dados: Da mesma forma, os dados da internet são enviados das estações terrestres para os satélites e, em seguida, para os terminais dos usuários.
Roteamento e processamento
- Roteamento em Órbita: Alguns sistemas, como Starlink, possuem capacidade de roteamento e processamento de dados diretamente no satélite. Isso ajuda a reduzir a latência e melhora a eficiência do sistema.
- Processamento: O processamento de dados em órbita permite que o sistema mantenha um desempenho estável e reduz a necessidade de retransmissões frequentes para a Terra.
Atualização e expansão
- Lançamentos Regulares: A constelação de satélites é constantemente expandida com lançamentos regulares. Novos satélites são lançados para melhorar a cobertura, aumentar a capacidade e reduzir pontos de falha na rede.
- Tecnologia em Evolução: A tecnologia é atualizada regularmente para melhorar o desempenho, aumentar a capacidade de banda e resolver problemas de cobertura.
Benefícios e desafios
Benefícios:
- Cobertura Global: Oferece acesso à internet em áreas remotas e rurais onde outras formas de conectividade são limitadas.
- Menor Latência: A órbita baixa reduz a latência em comparação com satélites em órbita geossíncrona.
Desafios:
- Custo dos Terminais: Os terminais de usuário podem ser caros, embora os preços estejam diminuindo com o tempo.
- Poluição Espacial: O grande número de satélites pode contribuir para a poluição espacial e aumentar o risco de colisões.
Comparação com outros sistemas de satélite
- Satélites Geossíncronos: Diferente dos satélites LEO, os satélites geossíncronos ficam a uma altitude muito maior e têm uma latência mais alta, o que pode afetar a velocidade e a qualidade da conexão.
- Satélites de Média Órbita (MEO): Outra opção que fica entre os satélites LEO e geossíncronos, oferecendo uma combinação de latência e cobertura.
Sistemas de internet via satélite, como o Starlink, representam uma solução inovadora para conectar o mundo, especialmente em áreas onde outras formas de internet são impraticáveis. Eles oferecem uma alternativa viável e crescente à conectividade tradicional baseada em cabos e fibra óptica.
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