A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) está se preparando para combater a transmissão de IPTV pirata no Brasil, e para isso vai criar um laboratório dentro de suas instalações em Brasília. A iniciativa recebe o apoio da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e tem previsão para ser colocada em prática ainda este ano. O ideia é derrubar serviços ilegais em tempo real, enquanto ainda transmitem seus conteúdos ao vivo.

Anatel se prepara para derrubar plataformas de IPTV pirata

Anatel e Ancine vão derrubar plataformas de IPTV pirata em tempo real
Anatel e Ancine vão derrubar plataformas de IPTV pirata em tempo real

Durante um painel realizado no Encontro Nacional Abrint 2023, Moisés Moreira, conselheiro da Anatel, afirmou que estão finalizando o laboratório com o objetivo de bloquear conteúdos ao vivo. Ele destacou a importância dessa ação, pois é diferente bloquear uma transmissão ao vivo, como uma partida de futebol, em comparação com um conteúdo que já foi ao ar. A expectativa é reduzir a pirataria e desencorajar os usuários que consomem serviços ilegais.

O laboratório ficará próximo ao andar da Ancine, cujas operações são realizadas no prédio da Anatel. Moreira informou que a unidade planejada para derrubar transmissões ao vivo deve iniciar suas atividades antes do final de seu mandato, que termina em novembro deste ano.

Em março deste ano, Anatel e Ancine assinaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para realizar ações conjuntas no combate à pirataria audiovisual. As duas agências também trabalham em parceria para regulamentação e acompanhamento do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), que se refere à TV por assinatura.

Luta contra a pirataria

A Anatel já tem atuado no bloqueio e apreensão de decodificadores clandestinos desde fevereiro deste ano. Entre 2021 e 2022, mais de 6 milhões de equipamentos sem homologação foram apreendidos, sendo 1,5 milhão de dispositivos de TV box.

Para fortalecer o combate à pirataria audiovisual, Juliana Oliveira Domingues, procuradora-chefe do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), defendeu a necessidade de uma ação interinstitucional e iniciativas de conscientização do consumidor. Ela ressaltou que quando um conteúdo é muito barato, algo está errado, e que ninguém deseja investir em um mercado paralelo e ilegal que não gera empregos nem recolhe impostos. Segundo ela, a pirataria tem consequências negativas para toda a sociedade.