A Globo acendeu o alerta vermelho: a pirataria pode colocar em risco o próprio futuro do futebol como negócio no Brasil. Segundo a emissora, a cada cinco pessoas que assistem aos jogos pelo Premiere — o serviço de pay-per-view da empresa — quatro não pagam a mensalidade e usam serviços de IPTV pirata. Manuel Belmar, diretor da Globo, afirmou que a emissora já pediu ajuda aos clubes da Libra e da Liga Forte União.

Globo perde R$ 500 milhões por ano com pirataria

De acordo com estimativas internas, a Globo deixa de arrecadar cerca de R$ 500 milhões por ano por causa das transmissões ilegais. Atualmente, o Premiere tem 2,5 milhões de assinantes, o que gera cerca de R$ 750 milhões por temporada. Sem a pirataria, esse valor poderia ultrapassar a casa de R$ 1 bilhão.

Apesar de não dar lucro direto, o Premiere é essencial para bancar os custos dos direitos de transmissão do Brasileirão — e os clubes também ganham uma fatia desse valor. Quanto mais assinantes, mais os times recebem.

Belmar alerta que o cenário é preocupante: "Se nada for feito, a pirataria pode tornar os campeonatos inviáveis financeiramente. Isso ameaça todo o sistema que sustenta o futebol brasileiro hoje."

Ele ainda reforçou que a emissora não consegue mais reduzir preços para competir com os piratas. "Com o custo atual dos direitos esportivos, é impossível oferecer o serviço de graça", disse.

O Premiere e o impacto da pirataria

O Premiere existe desde o fim dos anos 1990 e exibe nove jogos por rodada do Campeonato Brasileiro, além de partidas dos estaduais e da Copa do Brasil. A pirataria afeta diretamente a distribuição de renda para os clubes, a qualidade das transmissões e a sustentabilidade do modelo.

A Globo agora tenta mobilizar o setor para enfrentar o problema de frente. "Só vamos conseguir mudar alguma coisa se todo mundo estiver junto nessa briga", afirmou Belmar.