Em maio o governo dos EUA reforçou o embargo imposto à Huawei, impedindo assim a empresa de acessar a tecnologia americana para fabricar seus chips, com isso as ações da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) caíram.
A Huawei, era um dos maiores clientes da fabricante de chips personalizados e a perda desses pedidos representava uma enorme ameaça à sua receita. No entanto, no mesmo dia, as ações de outra empresa de Taiwan saltaram tanto quanto o limite diário de 10%, o máximo em quase cinco anos.
A MediaTek Inc., projetista de chips usados em eletrônicos, incluindo smartphones, subiu outros 78% em Taiwan e, no final de julho, ultrapassou o valor de mercado da Hon Hai Precision Industry Co., o carro-chefe da fabricante de iPhone Foxconn Technology Group, com sede em Taipei.
No fechamento do pregão de quarta-feira, a MediaTek era a segunda maior empresa de Taiwan, no valor de NT$1,2 trilhão (US$40 bilhões).
A nova regra do governo Trump diz que fabricantes de chips como TSMC não podem usar o know-how americano para fabricar semicondutores para a Huawei, acusando a empresa chinesa de realizar "atividades malignas contrárias à segurança nacional dos EUA e aos interesses da política externa".
Como equipamentos, software e materiais dos EUA são uma parte insubstituível da fabricação de chips, o decreto significava que a Huawei não pode mais usar seus próprios chips em seus dispositivos.
Mas os smartphones, roteadores, switches e outros hardwares da Huawei podem usar chips projetados por terceiros, mesmo que sejam fabricados com a tecnologia americana.
Ele projeta chips 5G para smartphones e estações base e os fabrica pela TSMC, tornando-o o substituto perfeito para os chips projetados pela Huawei que não podem mais ser fabricados.
Já como fornecedor da empresa chinesa, os pedidos da Huawei da MediaTek teriam aumentado após as restrições, incentivando os analistas a aumentar suas perspectivas para a receita de 2020 em 14% e para o próximo ano em 29%.
Isso não foi por acaso, porém, ou apenas estar no lugar certo na hora certa. Fundada por MK Tsai, um engenheiro elétrico formado nos EUA e líder da indústria de chips de Taiwan, a MediaTek que antes seguia como coadjuvante, agora pode disputar o mercado, principalmente com seus novos processadores da série Dimensity.
Com marcas de smartphones chinesas como Huawei, Xiaomi Corp. e Oppo já clientes, e a própria China sendo a primeira a adotar esse padrão de rede mais rápido, a MediaTek está pronta para se beneficiar. Ajuda que sua rival mais próxima, a Qualcomm, seja uma empresa americana no meio de uma guerra fria tecnológica entre EUA e China.
Seus novos chipsets móveis podem ser instalados em mais de 40% dos dispositivos 5G lançados na China, escreve Charles Shum, analista da Bloomberg Intelligence, aumentando a força que já possui no mercado de Wi-Fi e componentes de gerenciamento de energia que fornece a todos os gostos. da Amazon.com Inc., Xiaomi e Alibaba Group Holding Ltd.
A MediaTek criou um bom negócio por ser um nome menor e menos famoso de um lugar pouco conhecido em Taiwan. Com o aquecimento das tensões Pequim-Washington, ele agora se encontra no centro da ação. O truque será permanecer indispensável sem se tornar um dano colateral.
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