Mark Zuckerberg fez o anúncio oficial ontem do Orion, no evento anual da Meta nos Estados Unidos. O novo óculos de realidade aumentada, tem como promessa substituir os smartphones na próxima década. Será que a aceitação cultural está pronta para um novo óculos ou o Apple Vision está aí para provar que estamos longe?
O que é o Orion?
Os óculos Orion são a mais nova aposta da Meta em realidade aumentada. Diferente dos óculos inteligentes já disponíveis no mercado como o Apple Vision ou Google Glass, o Orion pretende ser mais que um simples gadget futurista. Seu design foi pensado para parecer um par de óculos convencional, mas com uma interface de realidade aumentada embutida, prometendo uma experiência imersiva.
Através de uma tela holográfica, o usuário poderá responder mensagens, fazer videochamadas, navegar na web e até mesmo jogar - tudo isso, sem precisar tocar em um smartphone.
Como ele funciona?
A grande novidade por trás do Orion é sua integração com a assistente virtual Meta AI, que permite interações através de comandos de voz, gestos no ar e até movimentos oculares. Quer pedir uma receita enquanto olha para os ingredientes na geladeira? Ou ajustar sua agenda familiar enquanto organiza a casa? Com o Orion, tudo isso seria possível. O dispositivo utiliza componentes miniaturizados, resultado de avanços em várias áreas da computação moderna, e traz essa tecnologia de forma integrada e prática.
Tem um vídeo explicativo (em inglês) que apresenta o funcionamento, assiste para entender melhor:
A promessa de revolução
Zuckerberg afirma que os óculos Orion são muito mais do que um gadget; eles representam uma mudança na forma como nos comunicamos e interagimos com a tecnologia. Segundo ele, não deveríamos ter que escolher entre ter informação ao alcance dos dedos e estar presente no mundo físico ao nosso redor. A Meta aposta que o Orion permitirá justamente essa fusão, colocando as pessoas no centro da tecnologia.
Celular vai terminar?
Claro, toda essa visão otimista vem acompanhada de um bom grau de ceticismo, principalmente da minha parte. A promessa de que os óculos Orion vão substituir os smartphones soa como todas as outras novidades mirabolantes que já surgiram e o bom e velho smartphone permanece entre nós. Quem não se lembra do Google Glass? Também prometia uma revolução na interação digital, mas no fim das contas, não conseguiu conquistar o público. E o flopado Apple Vision, fez um barulho imenso e agora só se fala em outra coisa.
E tem mais: questões práticas. Usar comandos de voz e gestos no ar pode não ser tão simples ou socialmente aceitável em todos os lugares. Eu fico imaginando como seria estar em um ônibus lotado, movimentando as mãos para interagir com os óculos ou falando sozinho para realizar uma tarefa. Seria, no mínimo, desconfortável - tanto para mim quanto para quem estivesse ao redor.
Privacidade
Outro ponto que não pode ser ignorado é a privacidade. Um dispositivo que coleta constantemente informações do ambiente ao redor inevitavelmente levanta dúvidas sobre como esses dados serão armazenados e usados. Ainda mais a Meta, que já teve sua cota de controvérsias em relação à privacidade nas suas plataformas de mídia social.
E o preço?
Além de todas essas questões, ainda existe o fator econômico. É sabido que novas tecnologias costumam chegar ao mercado com preços elevados (iPhone), e o Orion provavelmente não será uma exceção. Embora a Meta ainda não tenha divulgado detalhes sobre o preço ou a disponibilidade do dispositivo, é seguro dizer que, em um primeiro momento, ele será um produto acessível apenas para uma pequena parcela da população.
Conclusão
É certo pensar que tecnologias como o Orion estarão presentes entre nós nas próximas décadas, talvez elas se tornem menos constrangedoras, no entanto, dizer que vai decretar o fim dos smartphones como já vi por aí é no mínimo prematuro.
Na minha opinião, o maior desafio de dispositivos como o Orion, Apple Vision e outros óculos é a aceitação cultural, depois passando por desafios técnicos como quanto tempo de autonomia esses aparelhos tem? Fato é que estamos longe de ver os celulares desaparecendo do mundo.
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