A informação chegou via The Intercept, as políticas de uso do aplicativo inclui regras para limitar a exposição de usuários indesejáveis, incluindo aqueles considerados desprovidos de beleza ou que sejam considerados pobres.
O documento de moderação vazou para o The Intercept que observou que atributos como "formato corporal anormal", "gordinho", "obeso" ou "muito magro" e, ainda, falta de dentes, presença de "cicatrizes no rosto" e mais, uma pessoa idosa com "Muitas rugas" ou problemas congênitos como nanismo ou acromegalia podem ter a exposição de seu conteúdo limitado na seção "Para você" do aplicativo, um mecanismo de sugestões gerado por algoritmos que pode levar um grande número de espectadores a um vídeo.
A presença dessas características físicas, como o documento (que parece ter sido traduzido pelo próprio TikTok) faz com que esses vídeos "não valham a pena ser recomendados para novos usuários".
O mesmo documento também orienta os moderadores a desvalorizarem os vídeos gravados em ambientes "em ruínas", como "favelas" ou "campos rurais" e, em casos não óbvios, moradias "de pobre", com rachaduras nas paredes ou com "decorações velhas e de má qualidade."
Esses vazamentos seguem os similares divulgados no mês passado, que alegavam que a plataforma havia praticado discriminação não apenas contra os "feios" e com sobrepeso, mas também contra usuários com deficiência.
Infelizmente é complicado fazer com que os usuários deixem de utilizar o TikTok, mas essa política, racista em tantos sentidos, que definitivamente não é muito saudável de se utilizar. A não ser que você compactue, que é lamentável a meu ver.
A manipulação de conteúdo em uma plataforma que vive e existe somente por conta do conteúdo dos seus usuários, deveria no mínimo respeitar o mesmo e, manter os mesmos direitos e deveres, definindo assim regras do que se pode ou não compartilhar e não pontuar o que é ou não para ser exibido ou alavancado, só por conta das características físicas do usuário.
Um representante do TikTok disse ao The Intercept que essas políticas "não estão mais em uso" ou nunca foram implementadas e que o objetivo de limitar a exposição de usuários indesejáveis física e economicamente era "uma tentativa abrupta de impedir o bullying".
Enfim, a explicação não cola, afinal, fica claro que com essas diretrizes a própria empresa está fazendo bullying com os usuários. A política de moderação do TikTok se estende também à agenda política do partido no poder de seu país de origem (isso indica que existem várias políticas de uso e moderação).
Lembrando que um segundo documento publicado também pelo The Intercept observou que o comportamento proibido no recurso de transmissão ao vivo da plataforma inclui filmar atividades policiais ou políticas, "incitar a subversão do poder do Estado" e "Destruição da unidade nacional". Mas, obviamente, nada disso está listado em nenhum lugar no documento Diretrizes do usuário da empresa, voltado para o público.