Recentemente, o LinkedIn, a maior rede social profissional do mundo, surpreendeu seus usuários ao atualizar suas configurações de privacidade. A partir de agora, por padrão, a plataforma se reserva o direito de usar qualquer conteúdo que você postar para treinar sua inteligência artificial (IA). Isso inclui suas publicações, artigos, vídeos e outras interações na plataforma.
LinledIn está usando seus dados para treinar IA
Essa mudança pegou muitos de surpresa. A menos que você altere manualmente essa configuração, o LinkedIn considera que todo o conteúdo que você compartilha está disponível para alimentar seus modelos de IA. Para alguns usuários, essa prática pode parecer um preço justo a pagar, desde que a IA ajude a melhorar a experiência na plataforma. No entanto, outros se preocupam com a falta de transparência na forma como a mudança foi implementada.
Especialistas em privacidade, como F. Mario Trujillo, advogado da Electronic Frontier Foundation, criticam a abordagem do LinkedIn. Ele destaca que ferramentas de exclusão difíceis de encontrar quase nunca permitem que os usuários exerçam seus direitos de privacidade de forma eficaz. "Se as empresas realmente querem dar uma escolha aos usuários, elas devem apresentar uma opção clara de consentimento, com um ‘sim’ ou ‘não’", disse Trujillo.
Para quem deseja evitar que suas informações sejam usadas, é possível desativar essa função nas configurações de privacidade da plataforma.
O que diz o LinkedIn?
De acordo com Greg Snapper, porta-voz do LinkedIn, a intenção da empresa é utilizar os dados para melhorar suas ferramentas e ajudar pessoas a encontrar oportunidades de trabalho e adquirir novas habilidades. "Se fizermos isso da forma correta, podemos ajudar muitas pessoas em larga escala", afirmou Snapper.
Porém, essa mudança levanta questões importantes: o LinkedIn está valorizando o trabalho dos usuários que, mesmo sem saber, estão contribuindo para o desenvolvimento de sua IA? Muitos não foram diretamente compensados ou sequer informados claramente sobre o uso de seus dados.
Como impedir que seus dados sejam usados no LinkedIn?
Tempo necessário: 1 minutos
Para desativar essa opção, basta seguir os seguintes passos:
Faça login na sua conta do LinkedIn;
Clique na sua foto de perfil para acessar as Configurações e privacidade;
No menu lateral, selecione a opção Privacidade dos dados e depois clique em Dados para aprimoramento da IA generativa;
Por fim, desative a opção Dados para aprimoramento da IA generativa.
Vale destacar, no entanto, que essa ação não é retroativa. Ou seja, o LinkedIn já começou a usar dados de usuários para treinar seus modelos de IA, e não há como reverter o que já foi utilizado até o momento.
O que o futuro nos reserva?
Enquanto isso, o LinkedIn, que pertence à Microsoft, continua a notificar seus usuários sobre sua política de dados por meio de e-mails, mensagens de texto e banners no site. Ainda assim, muitos relataram terem sido pegos de surpresa.
A Microsoft, por sua vez, adotou uma abordagem mais transparente. Em agosto, a empresa anunciou que começaria a treinar sua IA Copilot com base nas interações dos usuários, mas só iniciaria esse processo 15 dias após notificar os consumidores e oferecer a opção de exclusão — um contraste com o que foi feito pelo LinkedIn.
O LinkedIn ainda não explicou por que optou por uma implementação menos transparente, mas Snapper afirmou que a empresa está focada em melhorar o processo para o futuro.
Fonte: The Washington Post
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