Este é sem dúvidas um dos reviews mais requisitados quando se trata de mouses topo de linha. Já teríamos feito essa análise antes, mas infelizmente a Alfândega acabou por segurar a nova leva de produtos por várias semanas, e assim atrasando a análise também.
Mas agora, o mouse já está aqui conosco, e iremos trazer todos os detalhes do produto que ganhou o coração de muitos Gamers lá fora, afinal seu preço de apenas 50USD era de longe mais atraente que os seus concorrentes diretos quando foi lançado, que alcançavam a marca dos 100USD com facilidade.
E claro que não deixaríamos de fazer um vídeo sobre um produto que além de trazer concorrência ao mercado, deixou muitas marcas grandes com as calças na mão, e que só agora estão conseguindo correr atrás do "prejuízo". Fique com o vídeo logo abaixo.
Construção Externa e Design
Para começar, vamos falar um pouco do design do mouse. A primeira coisa a ser mencionada aqui é seu peso, que é de apenas 68 gramas, e o que ajuda a chegar neste número são os seus furos na carcaça. Além de ajudar na diminuição de peso, eles também são convenientes para quem costuma suar bastante nas mãos, diminuindo o calor e consequentemente o suor.
Assim como no Razer Viper, o Model O conta com o formato de carcaça que pretende atingir tanto o público destro quanto canhotos, mas ele falha em um ponto ao tentar fazer isso: não há botões laterais no lado direito do mouse, e se caso você for canhoto e goste de usá-los, não os terá disponíveis.
Quando vamos ao assunto de pegadas, o Model O tem bom conforto para pegadas Palm com mãos médias. Sua parte central elevada ajuda a ficar mais confortável, porém se você conta com mãos grandes, é bem provável que o mouse não tenha o melhor formato para este tipo de pegada.
Com Fingertip a história muda completamente, há bom suporte para os dedos nas laterais, assim como para com os dedos dos botões principais, que tem uma pequena curvatura para dentro da carcaça, o que ajuda a definir a posição dos dedos. O seu baixo peso só ajuda ainda mais com essa pegada, e me sinto extremamente confortável com ele, ainda mais por ser usuário da mesma.
Claw é a pegada que menos encaixa com o mouse, a sua parte traseira teria que ser mais elevada e removida na parte inferior, não estendida, para poder dar suporte a parte interna da mão. Então, se você não tem mãos grandes, é bem provável que terá dificuldades ao utilizar Claw com o Model O.
Não há nenhum tipo de borracha nas laterais, o que significa que toda sua estrutura é feita em plástico, que aparenta ser de boa qualidade. Isso também garante que não haverá desgaste nas laterais devido ao uso de borrachas, o máximo que pode acontecer é desaparecer parte da imagem lateral esquerda, mas nada que afete a durabilidade. Nossa unidade com cerca de 3 semanas de uso apresentou desgaste da tinta, mas novamente, nada que interfira no uso.
Como falei antes, do lado esquerdo encontramos 2 botões laterais posicionados na parte superior da lateral, além do desenho. No lado direito do mouse não temos nenhum botão, e o desenho foi substituído pelo nome da marca posicionado mais a frente, dando um ar um pouco mais sofisticado ao produto.
Indo para a parte debaixo do mouse temos ótimas notícias: o Model O utiliza pés de material PTFE, o que ajuda bastante no deslize e o torna um dos melhores mouses neste quesito, o contrário do Razer Viper que tem um rastreio mediano, então aqui o Glorious sai a frente. Os furos estão presentes aqui também, o que continua a ajudar na redução de peso, e por último há o indicador de DPI em LED: 400 DPI em amarelo, 800 DPI em azul, 1600 DPI em vermelho e 3200 DPI em verde.
O cabo incluso também recebeu bastante elogios de outros reviewers, sendo bem flexível e no estilo paracord, material que é considerado o melhor para o uso em cabos de mouses. Porém, nem tudo é flores, e algumas controvérsias surgiram logo após o lançamento do produto, lá em Maio.
Algumas unidades apresentaram falhas no cabo poucos meses depois de serem adquiridas, e houveram várias discussões sobre o que causava o problema. Alguns acreditam que seja o ângulo de 90° no cabo dentro da caixa nas primeiras revisões, outros acreditam que seja a facilidade de dobrá-lo que fazia com que o fio quebrasse.
Felizmente, estes são problemas do passado e as novas revisões do mouse já contam com um novo cabo, que além de ser mais durável é ainda mais leve. Caso você tenha uma unidade das primeiras revisões, que conta com o cabo original, e o mesmo apresente defeito, a Glorious cobre sobre garantia, então é só entrar em contato com a loja onde ele foi adquirido.
De resto, o Model O apresenta bom nível de qualidade externa, não apresentando nenhuma falha aparente - a não ser o cabo das primeiras revisões, que é o nosso caso, e a lateral frouxa, que em nossa unidade já foi corrigido -, e o fato de não contar com materiais de borracha só prolonga a sua vida útil a longo prazo, o que é muito bom.
Rastreio e Performance
O sensor utilizado no Model O não é mais considerado o melhor do mercado, pois já há algumas versões que, em termos técnicos, são superiores ao PMW 3360 presente aqui. A boa notícia é que ele ainda é um excelente sensor, e a diferença para com os seus superiores é totalmente imperceptível.
O importante aqui é saber como a Glorious fez a implementação do sensor em seu mouse, e é isso que queremos descobrir em nossos testes. Vamos?
Rastreio
O teste de rastreio é simples: quanto mais perto essas "bolinhas" estiverem perto da linha, melhor e se caso haja bolinhas um pouco distante da linha, é importante haver outras no ponto oposto, que assim cancelam a "distorção". Isso é normal e é o jeito que muitos dos novos sensores no mercado trabalham.
Na galeria acima vocês podem ver que o rastreio do mouse está perfeito, não há distorções e nem anomalias no rastreio. A Glorious implementou o PMW3360 do jeito correto, e assim o mouse é aprovado no teste, sem sombra de dúvidas.
Aceleração
O teste de aceleração também é bem simples, o mouse deve sair do ponto A, ir para o ponto B e voltar para a mesma linha do ponto A. Se ele voltar a exata mesma distância, o mouse não tem aceleração nenhuma que é o melhor resultado. Se ele passar, ele conta com aceleração positiva, e se ele não chegar a mesma linha ele conta com aceleração negativa.
O teste de aceleração também apresentou resultado perfeito, o cursor voltou ao exato mesmo ponto de início, e assim sabemos que não há nenhum tipo de aceleração positiva e nem negativa.
Paint (Pixel Shifting)
Neste teste aqui, seguramos o botão esquerdo do mouse e fazemos um movimento em círculo continuamente, sem tirar a mão de cima da mesa. A ideia é ver se o mouse dá as famosas "caminhadas" ou se ele consegue se manter no centro, que é o correto.
E mais uma vez, o círculo se mantendo aberto e não espalhando para os lados e/ou expandindo comprova o teste anterior, de que não há nenhum tipo de aceleração, e assim o Model O ganha nota 10 nesta seção do review.
Construção Interna
A Glorious já diz em seu site quais foram os switches principais utilizados, assim como o sensor. A ideia de abrir o mouse é para descobrir não só o resto dos componentes internos, mas também ver como eles foram posicionados e se houve bom planejamento e controle de qualidade.
Uma coisa legal é que você não perde a garantia por abrir o mouse, o que é uma vitória ao meu ver, e claro que se você danificar algo no processo de abrir, a marca não irá cobrir.
Para abrir o mouse é necessário remover os teflons da parte traseira do mouse, pois há um parafuso embaixo de cada teflon traseiro. Não há parafusos na frente, então novamente, não é necessário remover os frontais.
Agora que já temos acesso as partes internas do mouse, vamos começar a analisar o que encontramos. Como sempre, uma galeria de fotos que mostram o que detalhei aqui está presente no final da seção, então se você só quer ver como é por dentro, é só dar uma olhadinha logo abaixo.
Primeiramente, vamos começar pelos switches principais, onde encontramos exatamente o que a marca põe em seu site, Omroms 20M D2FC-F-7N que supostamente tem duração de 20 milhões de cliques, sem contar as ocorrências de duplo-clique.
Tanto nas laterais quanto no botão de DPI e Scroll, temos switches Huano Green, que são de boa qualidade e por serem usados em botões secundários, dificilmente algum trará problemas.
No sensor também encontramos exatamente o que a Glorious coloca em seu site, o Pixart PMW3360, o qual teve excelente performance nos testes de desempenho. Os testes de rastreio e aceleração podem ser verificados na sessão acima dessa.
E por último temos o codificador do scroll da F-Switch, que é o ponto mais fraco do mouse. Não que ele não seja durável, mas há vários e vários casos já presentes de unidades que apresentam um ruído agudo ao rolar o scroll.
Esse ruído se dá pela falta de lubrificação do sistema interno, e assim a experiência de uso acaba sendo um pouco diminuída após alguns meses. O interessante é que também há vários relatos de modelos que já estão há mais de meio ano com o mouse e até o momento não apresentaram nenhum tipo de ruído, o que pode indicar que hajam revisões melhoradas do mesmo.
Se sua unidade começar a apresentar este problema, você pode abrir o mouse e pingar um pouco de lubrificante dentro do mecanismo do scroll, mas é necessário ter cuidado, e se você não for um usuário experiente, é melhor acionar a garantia ao invés de tentar o procedimento.
Tirando o scroll que tem problemas de lubrificação mas com boa durabilidade, todos os componentes aqui escolhidos são de boa qualidade e os vemos como boas escolhas para um mouse relativamente barato lá fora. Ele passa na construção interna e não há ressalvas para serem feitas além do fio já mencionado antes.
Software
A empresa disponibiliza um software para o seu mouse, você pode encontrá-lo na página do site, ou se preferir, pode clicar no link abaixo, que lhe garanto ser mais rápido:
Mas agora vamos ao programa em sí, que utiliza uma interface bem simples mas que também é funcional. Ao abrir o programa, temos algumas de suas funcionalidades apresentadas de primeira.
Começamos pela parte de DPI, que habilita o usuário de escolher entre 1 e 6 diferentes estágios de DPI, e cada estágio pode ter uma cor específica que é representada pelo LED embaixo do mouse. Temos entre 400 e 12.000 de DPI para escolher para cada estágio, e a sensibilidade do eixo X e Y podem ser controladas separadamente - não que eu recomende.
Também podemos controlar a função dos botões do mouse, podendo redefinir qualquer um dos 6 botões para a função que desejarmos, seja uma função multimídia, atalho do Windows ou macro. Logo abaixo, temos os perfis do mouse que são salvos na memória interna do mouse, não sendo necessário ter o programa instalado no computador para usar o perfil aplicado, inclusive para a iluminação.
O Editor de Macros o deixa configurar macros de vários tipos, reconhecendo pressionamentos do teclado e dos botões do mouse também, só não rastreando o movimento do sensor do mouse. É possível criar vários macros com até 255 repetições, assim como podemos modificar os macros já existentes.
Agora, veremos a parte de iluminação do software, que conta com alguns efeitos simples, como: Onda, respiração, o Glorious Mode (efeito que já vem aplicado no mouse), estático e LEDs desligados, o que vai agradar a muitos.
Aqui temos uma função chamada "Mouse Parameter", que na verdade só define a altura em que o sensor do mouse para de rastrear, ou o famoso LOD. De fábrica, o mouse vem com 2mm de altura máxima, que é o que a grande maioria dos jogadores vai querer. Se caso você esteja com problemas para rastreio, aumentar este valor em incrementos de um pode ajudar.
Polling Rate é simplesmente a taxa de atualização em que o mouse envia dados ao computador, em 1000Hz significa que a cada 1ms o mouse envia um novo sinal para o computador interpretar. Podemos diferenciar entre 1000hz, 500hz e 250Hz, mas podem deixar em 1000Hz pois o sensor do produto está bem implementado, então não há distorções.
E por último, há uma aba chamada "Debounce Time", mas o que essa opção faz? Bom, é bem simples: essa opção define o atraso, em milisegundos, de quando o comando de um botão pressionado é enviado ao computador, então quanto menor for o valor, em menor tempo este comando será registrado e executado pelo seu PC.
Mas qual é o propósito disso? Eu vou querer sempre o menor tempo, não?
Sim e não.
Por um lado, sim, você vai querer que este tempo seja o menor possível, para registrar o comando dado ao mouse o quanto antes, mas um tempo muito baixo pode ocasionar um problema chamado de Double-Click, onde a "chapa" metálica dentro do switch que ativa o comando do Click tem pequenas ondulações, e pode causar de mandar o comando mais de uma vez por Click.
O Debounce Time, ou o atraso de pressionamento se preferir, foi criado para previnir este tipo de problema. Então, se o seu modelo começar a apresentar o Duplo Clique, basta instalar o programa da Glorious e aumentar este Debounce Time, que bem provavelmente já irá resolver o problema.
Fico feliz de ver a Glorious implementando uma opção para o usuário escolher o que ele preferir, e outras marcas deveriam seguir estes passos.
Conclusão
O Model O foi um mouse muito polêmico desde seu lançamento, com concorrentes dizendo que ele era uma cópia descarada, a sua OEM não definia Product IDs diferentes para cada produto que fabricava, e assim acabou ocasionando alguns bans no PlayerUnknown's Battlegrounds (PUBG), mas que já foram resolvidos.
A Glorious tem demonstrado interesse em arrumar os erros de seus produtos, corrigindo vários pontos dos quais problemas haviam sido encontrados pelos usuários, como o cabo, laterais muito frágeis, clicks soltos e assim por diante.
Atualmente, temos um mouse maduro, bem posicionado no mercado e de alta qualidade, tanto no externo quanto no interno do mouse. Ele conta com tudo que até o usuário mais exigente pode querer, e não deixa a desejar em quase nenhum aspecto.
O seu maior "problema" é o Brasil, onde os 50 dólares se transformaram em R$400, e aí ele já entra no território do Razer Viper, que é um competidor muito forte. Em comparação ao Viper, o Model O só ganha em um aspecto: deslize. Os pés em PTFE realmente fazem diferença e o Model O desliza com muito mais facilidade do que o seu concorrente.
Agora, se olharmos para o resto do mouse: Switches principais, construção externa, software, iluminação, o Viper acaba por levar a coroa, ainda mais pelo mesmo preço.
No fim, o que vai lhe fazer decidir entre um ou outro, vai ser o seu gosto, e eu não vejo problema nenhum nisso. Ambos são mouses excelentes e que fizeram e ainda fazem o seu papel dentro da indústria de mouses Gamers. O Model O mostra que dá para trazer algo de altíssimo nível por um baixo preço, enquanto que o Viper mostra o "melhor do melhor" que a indústria tem para oferecer.
Independente de qual mouse você escolher, pode ter certeza que estará bem servido, e o Model O ganha um Super Indico aqui no Oficina da Net, sem dúvidas.
😕 Poxa, o que podemos melhorar?
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