Os astronautas, logo mais, poderão fazer uso de um supercomputador para ajudar a realizar experimentos científicos na Estação Espacial Internacional. O Spaceborne Computer, um projeto em conjunto da NASA e a Hewlett Packard Enterprise, foi lançado na ISS em 2017. Ele foi usado para realização de testes de diagnóstico, monitorando como um computador construído para a Terra poderia sobreviver no espaço.
A novidade é que agora ele ficará disponível para processar dados de experimentos baseados em espaço, o que pode poupar um tempo grande para pesquisadores. Para completar, ele irá economizar uma boa largura de banda no fluxo de dados que são altamente controlados e que a NASA administra entre a ISS e a terra.
Ainda não foram mencionados quais os experimentos que o supercomputador irá executar nos próximos meses. A ideia original é que o computador pudesse regressar à Terra no início do próximo ano, entre fevereiro e março. Porém, o foguete Soyuz teve uma drástica falha no mês passado, o que forçou o pouco de emergência. O problema acabou alterando o cronograma de volta em fluxo e assim vai fazer com que o computador permaneça um tempo extra no espaço.
Tudo isso acabou se tornando uma oportunidade inesperada. "Nós silenciosamente batemos palmas e dissemos que isso era muito legal", diz Mark Fernandez, diretor de tecnologia de computação de alto desempenho da HPE.
A intenção é que ao processar dados no espaço, os pesquisadores não precisem passar pelo sistema demorado de ter que baixar grandes conjuntos de dados da ISS para a Terra e após processá-los na Terra e descobrir o resultado. Agora, ele pode entregar o resultado aos pesquisadores praticamente de modo instantâneo.
O computador, que é baseado em Linux, é bastante poderoso, tendo conseguido operar a bordo da ISS por mais de um ano. Ele pode realizar mais de um trilhão de cálculos por segundo, sendo cerca de 30 vezes mais rápido que um laptop convencional, segundo os engenheiros da HPE.
Ele pesa 124 quilos na Terra, mas na ISS acaba se tornando leve, precisando apenas alguns parafusos para se manter fixo na estação espacial.
Como diferencial importante, o computador não foi projetado especificadamente para o espaço. "Esses são os mesmos servidores do tamanho de uma caixa de pizza que você veria em qualquer data center", diz Fernandez. "Não houve mudanças no hardware". Apenas o software foi modificado, sendo que ele está sempre em busca de possíveis problemas, analisando o sistema em relação a informações descartadas, bem como flutuações de energia e outros sinais importantes.
Os pesquisadores querem descobrir porque nove dos 20 drivers instalados acabaram falhando. A equipe, por fim, irá analisar a máquina minuciosamente para descobrir o que deu certo e o que não funcionou.
Fonte: The Verge
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