A missão InSight da NASA chegou em Marte no dia 26 de novembro do ano passado, e atualmente explora a superfície do Planeta Vermelho, a fim de entender quais as diferenças dos terremotos de lá com os nossos daqui. Em dezembro do ano passado, a sonda capturou pela primeira vez, o barulho do vento marciano, o que foi chamado de "presente não planejado" pela Agência. Agora, a sonda InSight conseguiu captar uma frequência mais alta, detectando alguns "sons peculiares", graças a um sismômetro a bordo.
Leia também
- NASA acha que o mundo não está pronto para revelações sobre a vida em Marte
- Missão InSight descobriu pulsação de campo magnético e possível reservatório de água em Marte
- Por que é mais vantagem para a Nasa enviar mulheres a Lua e a Marte?
A equipe descobriu que partes delicadas do próprio sismômetro estavam se expandindo e contraindo, e com isso, sons mecânicos estranhos apareceram nas amostras recebidas e analisadas na Terra. Resumindo: os ruídos sinistros são uma mistura de rajadas de vento, sons de movimentos mecânicos de peças dentro do próprio lander e terremotos marcianos.
A sonda InSight conta com dois sensores bastante eficazes. Um deles detecta as vibrações do ar, e o outro a sismologia do planeta. Em conjunto, os sensores conseguem detectar os ruídos de maneiras diferentes.
O InSight age como um ouvido gigante. Além dos abalos sísmicos, a sonda detecta as oscilações do vento e a diferença nas pressões do ar, algo semelhante ao mecanismo que o seu ouvido humano usa para ouvir os sons ao seu redor.
O sensor SEIS (Seismic Experiment for Interior Structure) detectou mais de 100 eventos desde que o veículo espacial o colocou na superfície marciana, em janeiro deste ano. Em abril, a sonda registrou seu primeiro terremoto, composto de "estrondos fracos" que "parecem ter vindo do interior do planeta", segundo a NASA.
A equipe da missão InSight acredita que os terremotos duram bem mais em Marte do que na Terra. Enquanto aqui os abalos normalmente duram alguns segundos, lá são dezenas de minutos. Esse tempo extra se deve à crosta seca do Planeta Vermelho, na qual as fraturas permanecem após o impacto. As ondas sonoras são capazes de se espalhar, em vez de viajar em uma única linha, como acontece aqui na Terra, permitindo que as ondas sonoras continuem ininterruptas.
"Foi emocionante, especialmente no começo, ouvir as primeiras vibrações", disse Constantinos Charalambous, do Imperial College London, que faz parte da equipe SEIS da InSight, em um comunicado. "Você fica imaginando o que realmente está acontecendo em Marte".
Confira o vídeo com o estranho áudio de Marte:
Se tudo der certo com a missão da NASA programada para o ano que vem, poderemos ter áudios mais precisos de ventos e tremores marcianos, pois o rover Mars 2020 terá dois microfones embutidos.
😕 Poxa, o que podemos melhorar?
😃 Boa, seu feedback foi enviado!
✋ Você já nos enviou um feedback para este texto.