Há algum tempo, a Asus lança no Brasil linhas de notebook conhecidas, como os ZenBook, ultrafinos sofisticados, e os VivoBook, um pouco maiores e mais acessíveis. Eles também têm os ROG (Republic of Gamers), modelos voltados para jogos que, pelo preço sempre alto, acabam sendo inviáveis para o grande público no país.
Às vezes, a fabricante também entrega notebooks por fora das linhas citadas. É o caso do X571GT, que acaba sendo um meio termo entre gamer e máquina para produtividade. Depois de usá-lo como meu computador principal, é hora de contar o que percebi de bom e de ruim nele.
Especificações técnicas
O X571GT tem uma ficha que, no papel, bate com as de modelos gamer "custo x benefício" atuais. Destaque para a dupla do processador Intel Core i5-9300H com a placa de vídeo GeForce GTX 1650 (4GB), junto com 8GB de RAM e 256GB de SSD. A tela tem 15.6 polegadas, resolução Full HD e 120Hz de taxa de atualização, para movimentos mais fluidos. Ao pesá-lo por aqui, chamaram atenção os menos de dois quilos (1.94KG), que o colocam abaixo da média entre laptops com o mesmo chip gráfico.
Pontos Positivos
Construção sóbria
Apesar da carcaça inteira em plástico, a construção deste laptop é um ponto forte. Desviando das cores chamativas e designs "invocados", este aqui é todo escuro, sem grandes surpresas, o que o torna perfeitamente apresentável em qualquer contexto.
O teclado é ótimo, tem teclas de bom tamanho, com feedback agradável e resposta precisa. Ele é retroiluminado em branco, mais um elemento de discrição que julgo ser positivo. E abaixo dele está um touchpad de tamanho médio, sensibilidade boa e, meu destaque, um clique muito agradável, que eu não via há algum tempo.
A Asus não indica que a tela é, propriamente, do tipo IPS - aquele que não distorce as cores quando visto de forma angulada. Ainda assim, ela está no nível de paineis que trazem essa tecnologia, e claramente acima dos displays TN que ainda inundam nosso mercado. Apesar de não ser uma tela com precisão digna de quem trabalha com correção de cor, está no mesmo nível encontrado em vários notebooks gamer.
Para finalizar, o áudio, que é chancelado pela Harman Kardon, está aprovado. Não me surpreenderia se descobrisse que a influência daquela marca é mínima por aqui. De qualquer forma, temos volume decente e som com algum corpo.
Vai muito bem em produtividade
O segundo ponto forte é só uma questão de se ver o copo meio cheio ou meio vazio, e diz respeito à potência. Quando comparado a vários notebooks intermediários, como alguns VivoBook ou os Samsung Book, o X571GT tem poder de fogo pra não botar defeito.
O Core i5 da série H, juntamente com a placa de vídeo GTX 1650 e o armazenamento SSD, entregam desempenho bom em várias tarefas, entre elas: edição de vídeo, programas de design e arquitetura, softwares de estatística, entre outros. Tudo isso, sendo só pouco ou nada mais volumoso que os modelos mencionados. Este laptop acaba sendo uma oportunidade de se ter acesso a maior potência sem lançar mão de uma "jamanta gamer" maior e/ou mais chamativa.
Em minha experiência pessoal, o desempenho em softwares como DaVinci Resolve e Premiere Elements foi claramente maior que o obtido num VivoBook X512JP que testei há algum tempo, que custava até mais que o X571GT.
Pontos negativos
Em jogos, não é um espetáculo
Se ele vence os intermediários, por outro lado, o fato de ser um meio termo faz com que a performance em games seja inferior à de modelos conhecidos nesse segmento. Em meus testes com GTA V, Halo: Master Chief Collection e, principalmente, Age of Empires II Definitive Edition, percebi que este Asus sofre decréscimos de performance quando colocado sob estresse.
É perceptível que a regulagem dos componentes faz ajustes severos para que o computador não superaqueça. O resultado é que, nos títulos que mais jogo, são evidentes algumas pequenas quedas de performance que não aconteceram num Acer Nitro 5 correspondente. Ainda é um notebook perfeitamente capaz nesse quesito, embora deva-se ter em mente que ele não entregará os melhores resultados possíveis para a configuração que tem.
Um detalhe curioso que vale ser citado são as ventoinhas. Elas são um pouco mais altas do que eu gostaria e, por vezes, entram em ação quando não parecem necessárias. Não será incomum ouvi-las quebrando o silêncio durante uma seção de Google Docs com Photoshop.
Upgrades são um pouco limitados
Quando abri a carcaça deste laptop, percebi que ele tem certas limitações em upgrades. Os 8GB de RAM iniciais são soldados e há um slot disponível para incremento. Ou seja, na prática, o usuário poderá somar 16 (adicionando um pente de 8) ou 24 (adicionando um pente de 16), um decréscimo nos 32 totais que são possíveis em concorrentes.
Os 256GB de armazenamento são do tipo NVMe, o que significa boa performance. Além deles, há um espaço para instalação de um HD ou SSD convencionais, de 2.5 polegadas, mas a Asus não manda nem o cabo nem a estrutura para prendê-lo na carcaça. Será necessário comprar ao menos o cabo separadamente, talvez improvisando uma fita dupla-face para fixar a peça - em minhas pesquisas, só encontrei a presilha de fixação num site europeu que cobrava frete caríssimo.
Vale a pena? Veredicto
- Teclado e touchpad
- Visual sóbrio
- Bom conjunto para trabalho
- Ventoinha entra em ação constantemente
- Em jogos, perde para modelos gamer similares
Antes de passar para as conclusões, informo que a bateria teve desempenho mediano em meu uso. Com edição de texto, Spotify, YouTube e brilho acima da metade, consegui cerca de 4 horas e meia de autonomia. Nada muito bom ou muito ruim.
No balanço final, me parece que ficar satisfeito com o X571GT depende de como se olha para ele. É uma máquina que pode concorrer com modelos gamer como o Acer Nitro 5. Neste caso, deverá perder tanto em preço quanto em performance. Por outro lado, como é mais leve e compacto que um Nitro ou similar, também brigaria com linhas intermediárias voltadas ao uso casual e de escritório. Nesta briga, certamente vencerá em performance, com seu combo de CPU + placa de vídeo, e pode ter até um "custo x benefício" melhor.
Quanto vale pagar?
Lançado em dezembro de 2020 por mais de 7000 reais, o X571GT não tem no preço o seu principal trunfo. Ainda assim, ele atualmente custa menos do que VivoBooks inferiores em performance e construção (tela e teclado). Quando atinge a faixa dos R$4800-R$5000, portanto, torna-se uma opção interessante para quem quer um híbrido para trabalho e games nas horas vagas.
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