Os Samsung Book são computadores que trazem design estiloso, que remete a modelos sofisticados, para configurações que podem ser bastante simples. A linha atual, lançada ainda em 2021, tem Core i7 de 11ª geração no topo e Celeron na base, o Celeron 6305 que equipa o modelo que testei.
Afinal, é um computador que entrega o necessário para quem faz uso básico? Dá para escrever, ver videoaulas, jogar? Vou contar os pontos positivos e negativos percebidos sobre o modelo e, naturalmente, respondo essas perguntas.
Especificações técnicas
Entre os notebooks à venda no Brasil, este fica entre os mais simples. O processador é um Celeron 6305, modelo dual core basicão, embora relativamente novo.
- Categoria:: Básico
- Sistema operacional:: Windows 11 Home
- Processador:: Intel Celeron 6305 (2 Núcleos / 2 Threads)
- Placa de vídeo dedicada:: Não possui
- Gráfico integrado:: Intel UHD Graphics
- Total de RAM:: 4 GB
- Slot de Memória 1:: 4 GB DDR4 2666 MHz
- Slot de Memória 2:: Não possui
- Armazenamento instalado:: HD de 512 GB
- Padrão:: SATA III 5400 RPM
- Slot para upgrade de armazenamento:: Não informado
- Resolução:: 1920 x 1080 pixels (FULL HD)
- Tamanho: : 15.6 polegadas
- Tipo de tela:: LCD TN
- Taxa de Atualização:: 60 Hz
- Proporção da Tela:: 16:9
- HDMI:: 1x HDMI
- USB:: 1x USB-C, 1x USB 3.1 e 1x USB 2.0
- Outras conectividades:: 1x RJ-45 (rede)
- Conexões Wireless:: Wi-Fi 5
- Informações do Teclado: Layout ABNT2
- Peso:: 1.80 kg
Samsung Book Celeron-6305 - Veja aqui a ficha técnica completa
Por fora, agradável
Se a primeira impressão é a que fica (spoiler: não muito), este computador vai bem. A carcaça é bonitona, tem contornos clean bem agradáveis, com um plástico que se assemelha a metal. Ela também disfarça a espessura total da máquina, já que tem uma "barriguinha" escondida na parte inferior.
Além do visual, o teclado é outro trunfo. Ele é raso, o que deve exigir alguma adaptação dos que vêm de modelos tradicionais, embora seja preciso. O feedback das teclas é rígido e breve; com o tempo, me agradou um bocado. Abaixo das teclas, temos um touchpad que não é nada mau: espaçoso, com bom deslize e precisão sasisfatória para gestos básicos - como dois dedos simultâneos para deslizar verticalmente pelas páginas.
A tela é só mais uma
Um ponto que não é exatamente empolgante é a tela, e isso não é qualquer coisa, já que é para ela que se olha o tempo todo. Trata-se de um painel simples, do tipo TN, daqueles que exibem cores fracas e distorcem a imagem quando vistos por cima ou pelos lados. Há de se destacar: essa categoria de display ainda é predominante no país, então não há nenhum demérito especial. Ao menos, a resolução é Full HD, o que dá mais espaço para trabalho e pode ser considerado uma vantagem.
As dobradiças que seguram a tampa não parecem ser das mais seguras. É perceptível que a tela se mexe com facilidade a partir de leves esbarrões, ou mesmo quando a superfície em que está o notebook se movimenta. Apesar de eu tê-lo usado apenas por algumas semanas, período ainda insuficiente para avaliar durabilidade, esta não deve ser um ponto forte do Samsung Book.
Silencioso e com boa autonomia
Se há um ganho claro no uso de processadores simples, diria que é o baixo ruído emitido pelo conjunto. Com um chip que pouco esquenta, este modelo tem refrigeração passiva, sem ventoinhas. É algo que agrega ao conforto de quem vai assistir a filmes ou mesmo escrever numa sala silenciosa.
O baixo consumo também colabora para uma autonomia digna. No que eu chamo de "uso de escritório", com Google Docs, YouTube e Spotify, brilho pouco acima da metade, consegui cerca de 5 horas longe da tomada. É um resultado muito bom, embora ainda distante do que se vê em modelos ultrafinos sofisticados.
O vilão, por aqui, não é o Celeron
Sem grandes rodeios, o ponto baixo deste computador é o desempenho, mas não pelo motivo que muitos imaginariam. De início, é recomendada paciência ao se retirar o produto da caixa: haverá atualizações a serem feitas pelo Windows, que consumirão recursos e tempo. Não é má ideia deixá-lo quieto lidando com o processo, que pode levar mais de uma hora.
Depois de atualizado… Bem, ainda é uma conjunto que sofre sem demora. Imagino o seguinte cenário: abre-se o navegador de internet, navega-se com duas ou três abas para atividades simples, com música tocando ao fundo. É provável que fique tudo bem. Entretanto, com mais um ou dois softwares ativos, algumas horas de Windows ligado, colocando-se o sistema em hibernação e trazendo-o de volta… Nesse contexto, as "engasgadas" e fortes lentidões são quase certeza.
Por mais que eu tenha em mente que se trata de um modelo básico, acredito que, em 2022, alguém que investe num computador da Samsung espera e merece mais que isso. E, para quem pensa que o vilão é o processador Celeron, não, não é. O grande culpado por aqui foi o HD de 500GB, um tipo de armazenamento antigo que já deveria estar aposentado. Muitos notebooks, felizmente, estão vindo com SSDs, a solução contemporânea e veloz, mas não é o caso deste laptop.
Trocar o HD de fábrica (ou aumentar a memória RAM) é relativamente fácil, já que ele é acessível por uma tampa inferior fechada por encaixe. Não perdi tempo: abri, instalei um SSD de 480GB que tinha guardado e pus o Windows no novo drive. Tudo mudou e, de modo informal, diria que saí de uma configuração nota 3 para outra nota 6 ou 7.
Com a adição do SSD, é possível navegar na web sem estresse, estudar e ver filmes, tudo numa dinâmica muito melhor. Não há mágica: vez ou outra, haverá tempos de espera, embora num patamar aceitável.
Aproveitei para instalar um game do qual sempre me perguntam quando testo notebooks mais simples: The Sims 4. Minhas expectativas não eram altas e, na prática, até me surpreendi um pouco. Em resolução HD (720p) e com gráficos reduzidos, pude jogar por muito tempo com ótima velocidade. Não se deve forçar a barra: títulos com visuais mais intensos, como Fortnite ou League of Legends, trariam limitações severas.
Ainda sobre o desempenho, percebo que é comum a dúvida sobre o aumento da memória RAM: vale a pena aumentá-la? Pela minha experiência com configurações similares, um upgrade de RAM é sempre bem-vindo, mas, com foco em tarefas básicas, a instalação do SSD é muito, muito mais decisiva. Ajuda, inclusive, a compensar a limitação de memória.
Veredito: Vale a pena?
- Visual bacana
- Bom teclado e touchpad
- Silencioso e com boa autonomia
- O HD limita, e muito, a performance
- Não parece resistente
Durante a análise, sequer foquei em aspectos como o áudio, que é apenas mediano, ou o possível aquecimento do notebook, que é irrisório. De fato, os pontos destacados são os mais importantes. A partir deles, vale a pena comprar este notebook? Se sim, em qual faixa de preço?
Penso que, ao se considerá-lo, sempre se deve colocar o valor de um SSD na equação - um modelo de 120GB, que dá conta do recado, vem custando abaixo dos 150 reais no varejo online. Sem esse upgrade, é uma máquina que não se sustenta nos dias de hoje, em que até aplicativos simples já têm demandas consideráveis.
Portanto, em torno dos 1800-2000 reais, parece-me possível considerar a compra, que é ainda mais recomendada se ficar abaixo desse intervalo. Entretanto, é comum que este Samsung Book apareça em torno dos 2400 reais, um valor nada amigável, uma vez que se aproxima do que é pedido por concorrentes com Pentium ou Core i3 - chips mais potentes e, muitas vezes, acompanhados de SSD.
Vê-se que não temos uma indicação fácil aqui: a performance de fábrica é limitada e, com o ajuste necessário, há pouca margem até modelos melhores. Ainda assim, a depender da ocasião e/ou da oferta, é bom ter em mente que o Celeron pode dar um bom caldo nas condições certas.