João Sperandio Neto, 24 anos, foi preso ontem em ação da Polícia Civil de São Paulo por extorsão. Considerado um dos principais invasores de redes de dados do Brasil, o jovem exigia US$ 500 mil dólares para não desviar US$ 2 milhões de um banco. João admitiu que invadiu a rede, mas alegou que realizou para mostrar a deficiência e para tentar um emprego na instituição.
A polícia monitorava o hacker desde o dia 1º de junho, quando integrantes do setor de segurança do banco revelaram a ação. Os funcionários disseram que a instituição passou a receber e-mails com senhas de diretores e extratos das movimentações de correntistas. A proposta do preso era vender um projeto de segurança. O texto era assinado por John. Para tornar ainda mais intrigante a situação, o telefone celular fornecido para contato foi comprado utilizando informações pessoais de um dos diretores do banco.
O delegado conta que Sperandio Neto já tinha antecedentes criminais. Em 2008, ele havia sido indiciado por furto qualificado e formação de quadrilha, justamente por desviar dinheiro de contas bancárias, mas respondeu ao processo em liberdade. "Apesar de haver um processo em andamento, ele fez um acordo com o banco", disse Bernardes.
A polícia não revelou o nome do banco. Neto já havia sido indiciado por furto no Rio Grande do Sul. Ele chegou a transferir o dinheiro de outras contas para a própria. A pena por extorsão é de 4 a 10 anos de reclusão.