É interessantíssimo ver como uma das marcas mais conhecidas do mundo pode ser tão adorada por uns e tão odiada por outros. De maneira bastante geral, é provável que quase todo PC gamer já ouviu falar alguma vez da Razer, assim como também existem grandes possibilidades de boa parte dessas pessoas já terem comprado ao menos um produto dela, no entanto, é absolutamente claro que uma quantidade pequeníssima já se perguntou sobre a real qualidade destes produtos.
Não há como negar que a Razer já foi referência mundial como marca que oferecia o máximo de qualidade, tanto que a linha do mouse que vamos analisar hoje era sinônimo de boas novas ao mercado gamer, pois os DeathAdder’s costumavam sempre chegar com o melhor sensor disponível em sua época, sempre afrente dos concorrentes. Bons exemplos eram os modelos DA 3.5G (Avago S3888) e DA 2013 (S3988), que até hoje são mouses muito requisitados pela qualidade de seus rastreios.
Mas como alguns leitores devem saber, a Razer também é uma marca bastante odiada, e não por "recalque das inimiga", mas sim pelos consumidores entusiastas, que abriam seus mouses e constatavam quedas constantes na qualidade de seus componentes enquanto o preço sempre se mantinha no teto. Um bom exemplo é a insistente utilização dos sensores Philips em mouses como o Imperator, o Lachesis, o Naga e o conhecido Mamba Wireless, um produto de mais de R$1.000 que sofria constantemente com falhas terríveis no rastreio, isto em exemplares com menos de um ano de uso.
Depois de ouvir muitas críticas dos entusiastas, em setembro de 2016 a Razer resolveu anunciar um novo produto à sua linha de mouses mais famosa, prometendo oferecer o melhor sensor do mundo e componentes da melhor qualidade, o poderosíssimo Razer DeathAdder Elite.
DESIGN
O DeathAdder Elite continua praticamente o mesmo mouse de seus antecessores. A pegada e seu shape em geral ainda são basicamente os mesmos, sendo a única diferença visível a adição dos dois botões de troca de DPI e uma textura diferente no scroll. Diferentemente de outros reviews meus que você já viu, não vou focar tanto na avaliação e explicação do design do mouse, principalmente por ele ser muito conhecido pela maioria dos PC Gamers.
A pegada do mouse é bastante voltada para palm, no entanto, como um jogador de pegada claw, posso dizer que este é um dos melhores shapes que já pude provar, tanto que hoje este é meu mouse padrão. Usuários com finger tip também podem se adaptar, mas provavelmente um outro produto com tamanho menor e mais leve seja mais atrativo. As curvas do mouse favorecem destros, mas é bastante provável que canhotos consigam se adaptar a elas.
Obrigado ao Wetto do Adrenaline por fornecer as imagens das pegadas!
Não há como discutir, na questão de design e ergonomia a Razer sempre foi referência, principalmente no caso dos DA’s, que sempre foram considerados modelos com uma das melhores pegadas do mercado. Devo admitir que nunca tinha experimentado, mas o conforto proporcionado me ajudou na decisão de tornar este meu principal mouse.
Outro aspecto de design que me surpreendeu foi a qualidade do plástico da carcaça. Não posso dizer se este é mais resistente que o das versões anteriores da linha DeathAdder, pois são conhecidos os problemas de quebra no scroll e nas regiões de cliques, no entanto, é visível que é um material bem trabalhado, principalmente por praticamente não deixar marcas de dedos e não sujar com facilidade. A única parte que suja com certa facilidade é a da borracha do grip.
Um dos diferenciais deste mouse que mais me agradou certamente foi a proteção do cabo. Como diabos a Razer produz uma blindagem tão bem-feita sem deixa-lo quase rígido como os da Logitech? Sério, essa proteção parece tão boa quanto qualquer outra e ainda consegue deixar o cabo bastante maleável. Parabéns à marca por alcançar a combinação perfeita entre blindagem e maleabilidade.
Para finalizar, sobre o design do mouse, é claro que eu não poderia de deixar de falar sobre a iluminação, que como esperado por um produto da Razer, é de qualidade excelente. Acho interessante que a marca tenha resolvido continuar investido em poucos pontos, como no scroll e na palma no caso do DA Elite, isto dá ao mouse um visual mais sério e, de certa forma, até mais profissional para um jogador de e-sports.
ESPECIFICAÇÕES
Especificações fornecidas pelo fabricante:
- Dimensões: 127mm (comprimento) x 70mm (largura) x 44mm (altura)
- Peso aproximado: 105 g
- Até 450 PPS/50 g de aceleração
- Switches Mecânicos OMRON Razer
- 7 botões programáveis
- Iluminação Razer Chroma com 16,8 milhões de cores
- Habilitado pelo Razer Synapse
- Polling rate de 1000 Hz
- Cabo fibra trançada com 2,13m
SOFTWARE
Bom, esta é uma das partes mais complicadas em qualquer review da Razer, afinal, o Synapse é um dos softwares mais conhecidos até por quem nunca utilizou um produto da marca não exatamente por sua qualidade, mas sim pelos diversos problemas que comumente ele causa, como conflitos de drivers, mal funcionamento quando em conflito com softwares de outras marcas, alto consumo de recursos do computador, forte impacto na inicialização do Windows, necessidade de login e conexão com a internet (mesmo tendo uma versão offline de drivers capados).
Embora tenha estes problemas crônicos, o software da Razer é muito completo e oferece funcionalidades muito úteis. Vamos começar pela aba inicial, onde configuramos o mouse em si, podendo personalizar cada um dos seus 7 botões, alterar características do sensor, da iluminação e do lift off distance (LOD).
A configuração de macros também é bastante fácil e intuitiva, portanto, você dificilmente terá dificuldade em criar ou alterar uma. Outro recurso interessante, mas bastante inútil, é o registro de estatísticas, onde você pode ver gráficos legais sobre a utilização do mouse. Vale destacar que o software também oferece os aplicativos Chroma, com os quais você pode linkar a iluminação de seus periféricos com os games que estiver jogando, mas no caso do DA Elite ela é praticamente inútil.
CONSTRUÇÃO INTERNA
Embora eu já tenha feito um review do Mamba Wireless, este é o primeiro mouse da Razer que abri para conferir a construção interna e, sinceramente, o DA Elite é um dos mouses mais bem construídos internamente que já vi.
A carcaça do mouse é surpreendentemente simples, no entanto, espero realmente que isto não signifique a mesma fragilidade que acabou significando nos antigos DeathAdders, que costumavam quebrar sua carcaça superior com uma facilidade maior que o normal.
Os switches do mouse são OMRON 50M, os switches conhecidos como os mais duráveis do mercado, com uma suposta durabilidade máxima de 50 milhões de cliques, no entanto, eles são um modelo desenvolvido especialmente para a Razer como você pode ver pelo detalhe "RZ" na nomenclatura. Esta exclusividade pode significar alguma coisa ou absolutamente nada. Pela minha experiência com o mouse, fico com a segunda opção.
O switch do scroll é um modelo tátil genérico sem identificação que nunca vi antes, mas que de certa forma não é uma má escolha.
Nos botões laterais temos switches ChangeFeng Black, modelos bem simples, mas aceitáveis pela pouca utilização.
Já os switches de troca de DPI são modelos squared téteis, que também são um tanto vagabundos, mas que também não são uma má escolha por sua pouca utilização.
O sensor do mouse é o poderosíssimo Pixart PMW3389, uma modificação do PMW3360 feita exclusivamente para a Razer. Este sensor está sendo considerado mundialmente como o melhor por ser a versão com a melhor implementação de um 3360, principalmente pela variedade de superfícies toleradas, LOD baixíssimo e precisão excelente até em DPIs mais altas.
O codificador do scroll é um TTC, o que representa uma melhora considerável na teimosia constante da Razer em utilizar Kailh em seus mouses. O modelo da TTC é um tanto mais suave e confortável de rolar do que os ALPS, que são igualmente excelentes, tendo apenas os níveis de rolagem mais bem definidos e rígidos.
Por mais incrível que isto possa parecer, um dos componentes mais interessantes do DA Elite são os seus LEDs, afinal, embora eles sejam modelos SMD muito pequenos e aparentemente bastante simples, eles oferecem uma qualidade de iluminação excelente, mostrando que não é necessário investir em grandes LEDs para atingir tamanha qualidade, e o segredo para isto está logo abaixo.
A MCU do mouse é uma NXP LPC11U35F, a principal responsável pela qualidade da iluminação do DeathAdder Elite. Sim, com uma boa controladora e um bom firmware é possível tirar o máximo dos componentes mais simples como um led tão pequeno.
Outro aspecto que também me chamou muito a atenção foi a qualidade das soldas do mouse, que demonstram o quão bem construído ele é e, juntamente com a organização excelente de componentes ao longo da PCB, serve como prova do investimento pesado que a Razer fez para entregar um dos melhores mouses do mundo.
Para finalizar, vale a pena falar mais uma vez o quanto gostei de ver o capricho da Razer em um mouse que representa a aceitação da marca em sua volta ao mundo dos entusiastas de periféricos.
TESTES
Se você tem alguma dúvida a respeito de termos técnicos, recomendamos que leia nosso artigo sobre o que um bom mouse precisa ter clicando aqui, nele explicou muito bem o que cada nomenclatura significa.
MS Paint
Com o Microsoft Paint fazemos dois testes muito importantes, os de jitter e prediction que são, respectivamente, avaliações que verificam se o sensor do mouse sofre com alguma distorção (o que deixa as suas linhas "tremidas") e também se ele tem algum tipo de sistema que tenta simular linhas retas perfeitas, o que você certamente não quer em um jogo de precisão, pois os movimentos humanos não são perfeitos.
No primeiro teste já vemos toda a potência do 3389, mostrando taxas de jitter quase insignificantes mesmo na taxa altíssima de 16000DPI, um resultado bastante difícil de obter mesmo em algumas implementações do 3360.
Enotus Mouse Test
No Enotus realizamos mais dois testes, a frequência com que o mouse se comunica com o computador, o que nos dirá também o tempo de resposta dele com a máquina, e também a velocidade máxima que o sensor é capaz de captar. Bons resultados devem mostrar um Polling speed acima de 500Hz (2 milissegundos de atraso) e no mínimo a 2m/s em Max speed.
Já nos testes do Enotus temos mais resultados excelentes. Operando com um tempo de resposta de pouco mais de 1ms, o PMW3389 atinge tranquilamente as velocidades mais rápidas que o braço humano é capaz de alcançar, registrando em nossos testes uma velocidade máxima de 5.17m/s.
Mouse Tester
O Mouse Tester nos mostra resultados um pouco mais técnicos e muito importantes, a consistência do sensor e o teste de aceleração para sabermos se o mouse possui algum tipo de alteração em seu rastreio em relação à velocidade que o movemos.
Consistência
No teste de consistência vamos verificar se o sensor possui algum tipo de alteração em seu rastreio, portanto, as linhas são o trajeto percorrido pelo mouse em relação ao tempo e as bolinhas são os registros do mouse sobre sua posição, quanto mais próximas da linha, mais preciso é o sensor.
Como esperado, nos resultados de consistência vemos uma mesma característica que costumamos ver nos sensores 3360 que já testamos: O mouse registra e envia os dados brutos da maneira mais rápida possível em 1000hz, realizando correções no caminho para garantir a precisão. Se utilizado em 500hz, o sensor tem mais tempo para selecionar precisamente os pontos de rastreio mais precisos, mas isto não significa que o rastreio seja melhor do que em 1000hz, pois em ambos os casos o mouse só reproduz os pontos mais precisos que registra.
Aceleração
A aceleração é um problema comum apenas em mouses de baixíssima qualidade, no entanto, é extremamente importante verificar se ele possui algum tipo de alteração em relação a velocidade que é movimentado, pois taxas altas podem atrapalhar seu desempenho em jogos que exigem precisão, como Counter Strike, por exemplo.
No teste de aceleração o DA Elite também se sai muito bem, mostrando apenas um ponto além da linha de início que foi um erro de movimento que fiz, mas que obviamente não significa absolutamente nada em uma jogatina.
DESEMPENHO
Em minhas jogatinas com o DeathAdder Elite tive só boas experiências. Para a minha sorte, em nenhum momento sofri com os problemas característicos do Synapse, mesmo que ele tenha ficado sempre devorando parte do processamento do meu computador.
Os cliques proporcionados pelos switches OMRON são excelentes. A rolagem do codificador TTC do scroll me agrada muito mais por ser mais suave. Os botões são todos muito bem posicionados e não me atrapalharam em momento algum com missclicks. A ergonomia me garantiu várias horas seguidas. Enfim, simplesmente não tenho o que reclamar deste mouse no quesito desempenho.
Por ser um mouse com um sensor "de elite" (ba-dum-tssss), é bastante claro que ele vai agradar muito mais jogadores de FPS, pois possui um LOD baixíssimo e seu rastreio oferece a precisão que qualquer profissional pode sonhar, no entanto, é claro que ele pode servir muito bem a qualquer tipo de jogador que se contente com a quantidade de botões que ele oferece.
VEREDITO
Não há como negar, o Razer DeathAdder Elite é o melhor mouse que já testei quando o assunto é a combinação perfeita entre ergonomia e precisão. O PMW3389 é absurdamente bem implementado, possui uma tolerância gigantesca a diversas superfícies com um Lift-Off Distance (LOD) de menos de um CD, é consistente até mesmo nas mais altas DPIs e demonstra que a tecnologia dos mouses está preparada para a evolução de resolução dos monitores.
Além de sua qualidade técnica, o mouse tem o característico conforto garantido pelo design da Razer, que sempre foi referência em ergonomia. A qualidade da iluminação e do plástico da carcaça garantem um visual incrível para o mouse, tornando este um dos mouses mais bonitos que já vi também.
Você pode encontrar o DA Elite por uma média de R$390 na inernet sendo vendido com nota e garantia fornecida pela marca. A nossa parceira, a loja Player ID, está vendendo o mouse por um dos preços mais baixos do mercado brasileiro: R$378,88. Clique aqui se você está interessado em adquirir esta verdadeira obra de arte da Razer.
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