Cientistas americanos estão realizando um dos maiores estudos sobre problemas cardíacos e vasculares em indivíduos mumificados. A pesquisa foi publicada na revista "The Lancet" na segunda-feira (11), ao qual foram analisadas através de tomografias computadorizadas 137 múmias. Como resultado, os cientistas descobriram indícios de problemas do coração, arteriosclerose e também artérias obstruídas em alguns corpos que foram analisados.
Assim, o estudo identificou que cerca de um terço das múmias apresento arteriosclerose, um endurecimento nas artérias ao qual causa ataques cardíacos e em alguns casos, derrame.
"O fato de termos encontrado níveis semelhantes de arteriosclerose em todas as culturas que analisamos indica que a doença pode ter sido mais comum na antiguidade do que tínhamos imaginado", ressaltou Thompson.
A Agência Associated Press informou que mais da metade das múmias pertencem ao Antigo Egito, as demais são oriundas de locais como o Peru e das Ilhas Aleutas, no Alasca.
"Doenças do coração têm perseguido os humanos há mais de 4 mil anos por todo o mundo", disse Randall Thompson, um dos autores do estudo e cardiologista do Instituto do Coração Saint Luke's Mid America, em Kansas City, nos EUA.
Os pesquisadores também informaram que as múmias que apresentaram problemas cardíacos eram mais velhas quando morreram. Deste modo, não é possível ter certeza que elas morreram em virtude de problemas relacionados ao coração.
A partir das conclusões, Thompson desmistifica as doenças coronárias atuais. "Acho que é justo dizer que as pessoas deveriam se sentir menos culpadas por ter problemas cardíacos nos tempos atuais", disse Thompson. "É possível que seja exagerada a ideia de que um estilo de vida saudável pode eliminar completamente o risco [de ter problema cardíaco]."
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