Quem trabalha com informática ou é interessado no assunto precisa ter uma boa noção de cabos de redes, utilizados para receber e transmitir dados.

O cabeamento por par trançado (Twisted pair) é um tipo de cabo que tem um par fios entrelaçados um ao redor do outro para cancelar as interferências eletromagnéticas de fontes externas e interferências mútuas (linha cruzada ou, em inglês, crosstalk) entre cabos vizinhos. A taxa de giro (normalmente definida em termos de giros por metro) é parte da especificação de certo tipo de cabo. 

Nesse artigo vamos explicar mais sobre alguns dos tipos de cabos de rede existentes, o nível de transmissão e como montar o seu próprio cabo de rede da maneira certa, com as cores dos fios em seus devidos lugares.

Tipos de cabo de rede

Existem, basicamente, três tipos de cabo de rede:

Cabo Coaxial

Constituído por um fio de cobre condutor revestido por um material isolante e rodeado duma blindagem. Utiliza um conector BNC. Apesar de poder reduzir os efeitos e sinais externos sobre os sinais que transmite, caiu em desuso e está presente somente em algumas redes antigas, visto que são mais propensos a mau contato, conectores mais caros e pouca flexibilidade.

 

Fibra Óptica

Tipo de transmissão mais rápido que existe, converte o sinal de dados em luz. O receptor, que recebe a luz, converte novamente esse sinal para dados. Pode transmitir grandes quantidades de informação com uma atenuação bastante baixa. Em compensação, é um tipo caro para compra e manutenção. Se classificam em Monomodo (só pode atender um sinal por vez, apresentam menor dispersão e podem possuir vários quilômetros entre um retransmissor e outro) e Multimodo (vários sinais ao mesmo tempo, por isso é recomendado para distâncias de, no máximo, 300 metros, visto que acima disso começam a ocorrer perdas.)

 

Cabo de par-trançado

O cabo de par-trançado é o foco deste artigo, por isso vamos nos aprofundar sobre o seu funcionamento e sobre como montar o seu próprio cabo de rede possuindo as ferramentas necessárias.

Mas antes de partir para a parte prática, vamos ver o que é o par-trançado. Esse tipo de cabo é composto por pares de fios de cobre e é dividido em 7 categorias, cada uma com seu próprio padrão, freqüência e taxa de transferência de dados. Veja a seguir:

  • CATEGORIA 1: Não é mais reconhecida pela TIA (Associação da indústria de telecomunicação). Foram utilizadas em instalações telefônicas e redes antigas.
  • CATEGORIA 2: Também não é mais reconhecida pela TIA. Foi projetado para antigas redes token ring, assim como a categoria anterior.
  • CATEGORIA 3: Primeiro padrão desenvolvido especialmente para redes. É certificado para sinalização de até 16 MHz.
  • CATEGORIA 4: Não é mais reconhecida pela TIA. Utilizado para transmitir dados a uma frequência de até 20 MHz e dados a 20 Mbps. Substituído pela categoria 5.
  • CATEGORIA 5: É a mais utilizada, pois possui com qualquer placa de rede. A categoria reconhecida pela TIA atualmente é a CAT5e, que pode ser usado para frequências até 125 MHz.
  • CATEGORIA 6: Trabalha com a frequência de 250 MHz, mas seu alcance é de apenas 55 metros (a CAT6a permite até 100m). Suportam frequências de até 500 MHz e com maior poder de reduzir interferências e perda de sinal.
  • CATEGORIA 7: Ainda está em desenvolvimento, visto que está sendo criada para permitir a criação de redes de 100Gbps em cabos de 15m usando fio de cobre.

Ainda, na hora de montar o cabo, devemos ter o cuidado de saber exatamente o que precisamos. Isso porque podemos montar um cabo direto ou um cabo crossover. Mas qual a diferença? O cabo crossover é usado quando queremos interligar dois computadores através de suas placas de rede, sem a necessidade de um hub ou switch. O crossover também é utilizado quando é necessário conectar um hub a outro.

Quando é necessário interligar três ou mais computadores, devemos utilizar um hub ou switch. Dessa maneira, o cabo direto é o que deve ligar todas essas máquinas. A diferença "física" entre os dois tipos é a maneira como os cabos são dispostos no conector RJ45, como vamos ver logo mais. Antes, vamos ver quais são as vantagens e desvantagens do par-trançado:

VANTAGENS

  • Maior taxa de transferência de arquivos;
  • Cabo barato;
  • Baixo custo de manutenção;
  • Flexível, ideal para locais em que é necessário passar o cabo por paredes, etc.

DESVANTAGENS

  • Comprimento de no máximo 100. Acima disso começam a ocorrer perdas;
  • Baixa imunidade a interferência externas (pode ser minimizada com blindagem, mas o custo também aumenta).

Como fazer meu próprio cabo de rede?

Partindo para a parte prática, vamos ver como fazer o seu próprio cabo de rede, seja ele crossover ou direto. Você vai precisar dos seguintes itens:

O próprio cabo de rede CAT5 (tenha mais de um para prevenir-se de problemas);

Conectores RJ45 (também tenha mais disponíveis caso ocorra algum problema na crimpagem);

Alicate de crimpagem.

Com isso em mãos, siga os seguintes passos:

  1. Em cada ponta do cabo, com a lâmina do alicate crimpador, retira-se a capa de isolamento azul com um comprimento de, mais ou menos, 2 cm.
  2. Desenrole os fios e prepare os mesmos para serem inseridos dentro do conector RJ45, obedecendo a seqüência de cores desejada:

CABO DIRETO (PATCH CABLE)


As duas pontas do cabo devem ser desse padrão

CABO CROSSOVER


Uma das pontas deve ser referente ao "Cabo A" e a outra referente ao "Cabo B".

3. Após ajustar os fios na posição, corta-se as pontas dos mesmos com um alicate ou com a lâmina do próprio crimpador para que todos fiquem alinhados e encaixem-se no conector RJ45.

4. Segure firmemente as pontas dos fios e os insira cuidadosamente dentro do RJ45, observando para que os fios fiquem bem posicionados.

5. Inserir o conector com os fios já colocados dentro do alicate crimpador, e pressionar até o final para que seja firmado.

6. Se você tiver um "Cable Tester" (testador de cabos) à disposição, utilize-o para confirmar o funcionamento.