Até o século XIX, tinha que se buscar a informação em bibliotecas, revistas e jornais impressos. Hoje, é a informação que chega por meio da mediação imposta pelos canais de comunicação e informação, tendo como principais exemplos televisão e rádio. Basta ligá-los para encontrar um número infinito de informações, sejam desejadas ou não, cabendo-se filtrar o que realmente interessa.
O fluxo informacional flui de modo muito mais dinâmico e descentralizado. No entanto, por ser menos organizado, pode levar a uma incompreensão da informação encontrada. A habilidade de interpretá-la e compreendê-la está em sua organização. No momento em que se organizam seus fragmentos, consegue-se atribuir significado e sentido à informação encontrada.
O fato das tecnologias influenciarem a dinâmica da era digital obriga, continuamente, o desenvolvimento de novas habilidades e capacidades. São exemplos dessas tecnologias: controles remotos, eletrodomésticos computadorizados, eletroeletrônicos, celulares, computadores e muitos outros.
Essa nova configuração veio para suprir as demandas da era digital em função do surgimento das tecnologias digitais de rede. Para uma melhor compreensão de tal termo, em um primeiro momento, define-se tecnologia, digital e rede, para depois se conceituar tecnologia digital de rede.
Tecnologia é um conjunto de artefatos que são produzidos historicamente e culturalmente pelo ser humano e que ajudam a caracterizar a natureza humana, de forma que sua apropriação altera as possibilidades intelectuais de atuação do homem no mundo (LÉVY, 1993, p. 22).
Digital "tem em sua gênese o princípio da digitalização da informação que possibilita a troca desta entre dispositivos ligados em rede" (MALAGGI, 2009, p. 109). Já rede é uma estrutura "dinâmica e aberta, cuja condição primeira de existência é a ação dos nós que a formam e que, ao construírem suas próprias formas de apropriação e de ação sobre a trama, modificam-na e por ela são modificados" (TEIXEIRA, 2005, p. 24). Tem como função básica
dar suporte ao estabelecimento de relações comunicacionais e colaborativas entre seus nós, entendidos como qualquer elemento que possa integrá-la num determinado momento a fim de completar algum significado ou sentido no processo corrente, independentemente de pertencer anteriormente ao emaranhado comunicacional (TEIXEIRA, 2005, p. 24).
Com isso, pode ser compreendida tecnologia digital de rede, ou simplesmente, TDR que,
em um sentido amplo, como os ambientes hipermidiais de comunicação interativa, multidirecional e rizomática que surgem com o advento do ciberespaço e que permitem o estabelecimento de processos de autoria colaborativa e protagonismo de cada nó pertencente a uma determinada rede, engendrando, portanto, a inteligência coletiva que sintetiza a ideia do movimento social de apropriação crítica e criativa destas tecnologias na cibercultura (MALAGGI, 2009, p. 108-109).
As tecnologias digitais de rede propiciam interatividade e dinamicidade por parte das pessoas, de modo que essa rede é realimentada com o movimento comunicacional de cada nó, sendo estes portadores de energia e informação. Uma das características essenciais da lógica das redes, a geração de outras estruturas, é o que permite interagir e produzir ao mesmo tempo. Assim, um nó pode se transformar ou ser substituído por um terceiro nó, contribuindo para a formação de outros nós.
Por isso, é importante, em uma sociedade conectada, apropriar-se das tecnologias de forma crítica, ativa e protagonista, utilizando-as como agregador intelectual, pois o simples acesso não garante a apropriação das TDR`s pelos indivíduos. Apropriar-se, assim, das tecnologias é se apoderar de todo potencial que elas oferecem para potencializar habilidades e capacidades, através da participação ativa e protagonista da produção de processos autorais. Tornar conveniente as TDR`s tem um poder de transformação, uma vez que há a possibilidade de potencializar processos interativos e comunicacionais.
No próximo artigo, vamos realizar um link entre apropriação tecnológica e inclusão digital. Até lá!!