Não conseguindo realizar o estudo em uma colônia de pinguins-rei e imperadores, pesquisadores da Universidade de Estrasburgo, na França, decidiram colocar um "estranho no ninho", isso mesmo; com dificuldades de se aproximarem das colônias dos animais, os pesquisadores resolveram disfarçar um robô como se ele fosse um filhote de pinguim para assim conseguir monitorar os animais.
O robô pinguim, nada mais é que uma bola de pelos com bico afiado, com nadadeira e cara pintada em preto e branco sobre rodas, muito semelhante aos filhotes de pinguins imperadores.
Nas imagens, o filhote robô pinguim é visto no meio dos pinguins- bebê que são supervisionados por grupos de adultos.
"Sem vergonha alguma", o filhote robô entra com suas quatro rodas no meio de um grupo de bebês pinguins imperadores, isso bem debaixo dos bicos dos adultos, que não se incomodam com a presença da "estranha criatura", que para eles é mais um do bando.
A pesquisa foi realizada no Oceano Índico, mais precisamente dito, na Possession Island, na Antártica.
No artigo que foi publicado na última edição de domingo da revista Nature Methods, os pesquisadores descreveram que o robô pinguim causou menos incomodo no meio do bando do que a presença humana.
Mas como eles conseguiram chegar a essa conclusão? Através do comportamento e de dados demonstrados pela frequência cardíaca das aves.
O pinguim robô foi equipado com uma antena capaz de captar os sinais emitidos pela etiqueta de identificação eletrônica instalada em alguns pinguins. Etiqueta essa que só permite a leitura de seus dados a uma distancia de no máximo 60 centímetros.
O robô serviu como base para o estudo que quer esclarecer os padrões de comportamento e de reprodução da espécie.
Em estudos passados, pesquisadores prenderam nas asas dos pinguins dispositivos que transmitiam automaticamente um sinal de rádio, quando esse recebia um estimulo; essa mesma transmissão na época poderia ser realizada a longas distâncias, mas os pesquisadores descobriram que os dispositivos colocados nas asas das aves os impediam de nadar, prejudicando assim a caça e sua procriação.
Hoje já é implantado na pele das aves um pequeno chip que pesa menos de um grama, permitindo aos pinguins que eles possam nadar e procriar, mas o alcance dos dados transmitido com essa nova tecnologia diminuiu, fazendo com que os pesquisadores tenham que se infiltrar nas colônias para obterem os dados que precisam, causando assim muito incomodo ao bando, daí a ideia de usar um robô disfarçado de pinguim para captar esses dados.
"Dados esses que ajudam em uma investigação mais real e ética, evitando assim incomodo aos animais em seu hábitat", afirma um dos criadores desta nova técnica, Yvon Le Maho, pesquisador da Universidade de Estrasburgo, na França.
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