Na terça-feira (06), uma equipe de astrônomos anunciou a descoberta de oito novos planetas em uma zona que pode haver vida. Dois deles são os exoplanetas mais semelhantes com a Terra que foram descobertos até então.
De acordo com os cientistas, para estar em uma zona considerada habitável, um planeta precisa receber mais ou menos a mesma quantidade de luz do Sol que a Terra, isso faz com que a água não se evapore ou mesmo congele.
O telescópio Kepler é o grande responsável pelas descobertas, e com os novos planetas, o número sobe para mil planetas. De acordo com o Centro para a Astrofísica (CfA, sigla em inglês) da Universidade de Harvard e do Instituto Smithsonian, o telescópio foi usado pela primeira vez em 2009.
"A maioria destes planetas têm boas probabilidades de serem rochosos, como a Terra", disse o principal autor do estudo, o investigador do CfA Guillermo Torres.
Os oito planetas estão localizados na zona habitável de um sistema estelar, assim, sua "órbita está a uma distância em que a água em estado líquido pode existir na superfície do planeta", explicou o CfA.
Dos planetas encontrados, dois deles foram identificados pelos cientistas como muito semelhantes com a Terra, assim, os planetas Kepler-438b e Kepler-442b, que "orbitam estrelas anãs vermelhas que são menores e mais frias que o nosso sol".
O Kepler-438b faz uma volta completa em sua estrela a cada 35 dias, e tem diâmetro 12% maior do que o da Terra. De acordo com a equipe de pesquisadores, a possibilidade de que o planeta tenha uma superfície rochosa é de 70%. O exoplaneta também recebe cerca de 40% mais luz que a Terra, por esta razão possui 70% de chances de estar em uma zona habitável.
O Kepler-442, por sua vez, possui cerca de 1/3 a mais do que a Terra, e tem 60% de chance de possui uma crosta rochosa. Além disso, ele realiza uma órbita completa em sua estrela a cada 112 dias. O Kepler-442 possui 97% de chance de estar em uma zona habitável, já que recebe aproximadamente dois terços da luz solar obtida pela Terra.
"Não sabemos com segurança se algum dos planetas em nossa amostra é verdadeiramente habitável. Tudo o que podemos dizer é que são candidatos promissores" de abrigarem alguma forma de vida, afirmou David Kipping, um dos pesquisadores do CfA que participaram do estudo.
O Kepler-438b se encontra a 470 anos-luz da Terra e o Kepler-442b está a 1.100 anos-luz, por estarem a uma boa distância, os cientistas afirmaram que uma investigação mais profunda dos planetas se torna muito difícil.