Primeiro vamos explicar o que significa esse nome/sigla: P2P significa Peer to Peer e o 2 da sigla é um trocadilho com a palavra to ("para" em inglês), já em português, significa "par a par".
O nome se refere ao formato à disposição dos computadores interligados à rede, onde cada computador conectado realiza as funções de cliente e servidor ao mesmo tempo, dessa forma, tudo é descentralizado, sem um único servidor centralizado que detenha o arquivo e precisa se encarregar de enviar todos os milhares de pedidos ao mesmo tempo.
Ficou complicado entender o que é cliente e servidor? Eu explico: Cliente é o nome dado ao pc que pede algo à rede, e servidor aquele que envia o pedido. Como não existe um servidor dedicado, veja que nenhum servidor de torrent armazena sequer um arquivinho, os arquivos estão na sua máquina, na minha, na do seu vizinho, naquela do japonês enlouquecido que só estuda, enfim, em qualquer local do mundo. Aqui está a genialidade deste tipo de conexão: Não há uma única fonte para o seu download (como acontece quando você baixa algo de um site), há milhões de fontes só esperando sua conexão.
O serviço P2P cria uma rede virtual entre as máquinas conectadas no momento e vasculha o HD do usuário atrás da música, vídeo ou qualquer outro documento que a pessoa esteja baixando.
Além disso, o que torna a rede P2P tão eficiente é que você pode começar a baixar de uma fonte, e no momento em que esta fonte desligar sua máquina e interromper a conexão, o download recomeçará de onde parou, a partir dos dados cedidos por um outro usuário, se este novo usuário também desconectar, o processo se repetirá, ad eternum, até você completar o download.
Outro ponto positivo: o número de conexões efetivadas pelo sistema varia de acordo com a sua largura de banda, ou seja, quanto mais velocidade de internet, mais conexões com outros usuários, e, assim, mais velocidade de download. A rede P2P não limita a velocidade de suas transferências, somente se você quiser que ela faça isso.
Mas e como funciona essa coisa de baixar um pouco de um, um pouco de outro, etc. não dá erro? Não, pois neste tipo de conexão, os arquivos a serem transferidos são divididos em pequenos pedaços e então compartilhados. Os pedaços são sempre os mesmos para a música X, ou jogo Y. Funciona assim: Você baixa um desses pedaços de arquivo e, logo após, você imediatamente passa a distribuí-lo aos outros usuários que estão fazendo o download do mesmo arquivo. Assim, evitam-se gargalos na transmissão dos dados e permite que mesmo aquela pessoa com uma conexão lenta de transferência consiga repassar o arquivo para milhares de pessoas.
Exemplificando um pouco mais: Com esse sistema de envio um usuário pode baixar até a parte 50 do seu vizinho de prédio, a parte 3453 de um mexicano e os últimos 10% de um russo louco da vodka, por exemplo. No final, o programa que você usar para baixar os arquivos irá juntar tudo em ordem e voilá: seu download estará completo na sua máquina esperando pela execução.
Veja que estou fazendo um download em minha máquina. No total o arquivo tem quase 10gb, mas veja minhas conexões: Estou pegando dados de brasileiros, japoneses, americanos, canadenses, italianos, argentinos, etc. tudo ao mesmo tempo, e é isso que me permite uma maior velocidade. De alguns eu copio o que preciso mais rapidamente, de outros, bem devagarinho, no final, a soma dá uma boa velocidade. Aaah, e notem que eu também estou enviando o mesmo arquivo (os 13% que eu já tenho) para os outros usuários que precisam destes pedaços. Deu para entender? Eu estou sendo neste momento cliente e servidor. É um verdadeiro trabalho de formiguinha, no qual a cooperação é de suma importância.
E para exemplificar o que estávamos falando antes, sobre repartir o arquivo em pedaços, este que estou baixando tem 1241 partes de 8mb cada.
Diversas formas de compartilhamento operam neste tipo de conexão: Kademlia, Torrent, Gnutela, Kad Network, SoulSeek, etc. e ela não é nova. Se você, por exemplo, já usou o Kazaa, o Emule, Ares, etc. já esteve conectado à rede P2P sem nem saber. Ela surgiu em 1999, quando o estudante Shawn Fanning lançou o Napster, inaugurando esse novo tipo de conexão e dando o pontapé inicial na era do compartilhamento de conteúdo em grande escala.
Entre os programas que operam este tipo de conexão podemos citar vários, que desde 1999 fazem ou já fizeram muito sucesso - e polêmica (clique no link à direita e leia sobre os problemas legais enfrentados pelo The Pirate Bay). Alguns se conectavam em mais de uma rede, por exemplo, como o Emule, que se conectava à rede P2P e Kad, e foi muito popular no Brasil lá por 2003 ~ 2005, assim como o Kazaa, etc. No entanto, hoje, o mais seguro e eficiente é sem dúvidas, algum cliente torrent, como o uTorrent, programinha de menos de 1MB que permite aos seus usuários a conexão entre milhares de pc’s pelo mundo e o tráfego ilimitado de dados, com segurança e agilidade. O download pode ser feito na página oficial do desenvolvedor, clicando aqui. Depois que você instalar o programinha em sua máquina visite o tracker (local onde estão catalogados os torrents) para buscar algo a ser baixado. O melhor, na minha humilde opinião, pode ser acessado clicando aqui.
E os benefícios da rede não se restringem somente ao compartilhamento de arquivos e mídias digitais. Você sabe, por exemplo, o porquê do Skype realizar de forma tão barata uma ligação telefônica de São Paulo para Berlim, na Alemanha? É que os dados de voz são transmitidos através de uma rede P2P, que é infinitamente mais barata de ser mantida e operada do que uma rede telefônica, seja ela conectada somente por fios, ou com satélites.
Convencidos de que o P2P é um bem para a humanidade? Então, aos downloads, e por fim, algo MUITO importante: Não deixe de compartilhar aquilo que você baixou de alguém, só assim a internet sobrevive. Compartilhar é amor <3