As revelações de Edward Snowden parecem não ter fim. Desta vez, ao site The Intercept, Snowden, através de documentos revelou que a Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês), juntamente com agências de inteligência, liderou uma ação para tentar invadir o sistema de criptografia utilizado nos aparelhos da Apple. Além disso, tentou implantar programas de espionagem em aplicativos para o iOS. De acordo com o Jornal, as tentativas para a quebra dos códigos de produtos da Apple por pesquisadores do governo norte-americano iniciaram ainda em 2006, um ano antes de a Apple ter lançado o primeiro iPhone, e continuaram até o lançamento do iPad, em 2010.

Os documentos, que foram retirados dos sistemas internos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) dão conta que os métodos de vigilância foram exibidos em uma conferência secreta anual dos agentes de inteligência dos EUA.

Durante o evento, o ataque mais comprometedor exibido foi do desenvolvimento de uma versão falsa do software de desenvolvimento da Apple chamado de "Xcode", que é usado para o desenvolvimento de aplicativos próprios para o sistema operacional da Maçã. Através da versão modificada do Xcode a CIA, NSA e outras agências poderiam inserir backdoors de vigilância em qualquer aplicativo criado no software.


Foto: The Intercept

A CIA também teria tentado implantar nos aparelhos da Apple um software capaz de gravar e transmitir qualquer coisa que fosse digitada no smartphone. Além disso, analistas das agências de inteligência exploraram uma versão sofisticada de criptografia, com padrões de atividade do processador que o aparelho usou no instante da codificação da mensagem.

Com as recentes informações, as relações entre Apple e Estados Unidos devem ficar ainda mais turbulentas. No início do mês, Tim Cook, presidente da Apple, mandou um "recado" para Barack Obama, dizendo que a história revelou o "sacrifício de nosso direito à privacidade pode ter graves consequências".

Vale lembrar que documentos vazados também revelaram o programa de vigilância Prism, em que várias empresas colaboravam com a NSA para implantar programas em seus aparelhos para obter informações de usuários.

Fonte: The Intercept