Sempre que vamos falar da Motorola e seus aparelhos, é preciso lembrar das mudanças que a companhia sofreu em pouco tempo. Desde sua venda bilionária para o Google e o repasse logo depois para a Lenovo. De lá para cá a marca se reinventou com smartphones competitivos e de muita qualidade. Três foram os modelos lançados sob estas circunstâncias. O Topline Moto X, o intermediário Moto G e no ano passado, mais precisamente em 13 de maio, a Motorola apresentou a primeira versão do que seria seu aparelho de entrada, construído para ocupar uma lacuna sedenta por qualidade e preço baixo. Era o nascimento do Moto E; fizemos um review dele em julho.
O segundo semestre foi movimentado na indústria de smartphones e a Motorola faz parte desta história, apresentou a segunda geração de seus aparelhos (Moto X e Moto G) e ainda lançou um aparelho parrudo para quebrar todos os recordes de desempenho no hardware e bateria, o Moto Maxx. Já em fevereiro deste ano o Moto E também ganhou uma segunda geração - que chega ao Brasil com 4G, DTV, Dual chip e uma bateria que promete mais um dia inteiro de uso sem pressão.
Será que vale a pena você fazer um upgrade? Vale a pena comprar um Moto E? É o que vamos descobrir a partir de agora.
Design
Na primeira vista do aparelho ele se parece muito com a primeira geração do Moto E. Compacto e enxuto, o Moto E de segunda geração possui apenas duas versões de cores - branca e preta - mas com a possibilidade de personalizar com as "bands" coloridas em turquesa e roxo. Na versão que recebemos para teste há a opção destas duas outras bands para mesclar com a cor branca.
O material que envolve o segundo Moto E é idêntico à primeira geração, mas agora não é mais possível remover a capinha traseira nem ter acesso à bateria. A única parte removível deste aparelho é a band. É por ali, também, que o usuário vai encontrar os slots para inseris dois cartões SIM e um cartão microSD. Todos estes orifícios ficam escondidos sobre a banda texturizada. A banda também possui ranhuras que dão segurança na pegada do aparelho.
Se você manuseou um Moto X de segunda geração por alguns minutos, vai notar alguns itens dele que agora estão presentes no Moto E. O botão estilizado do power é um deles. Das duas faixas metálicas que serviam como alto-falantes, permanece apenas a faixa superior. É por ali, também que sairá todo e qualquer som que o aparelho emitir (chamada, aplicativos, notificações, etc).
Ainda falando da aparência frontal você pode perceber que o Moto E recebeu o advento da câmera frontal. Mas não vibre muito, afinal, ela é uma câmera VGA de resolução 0,3 megapixels.
Ao sacar o smartphone do bolso você terá na tela as notificações em instantâneo, graças ao sensor de proximidade e a tecnologia do Moto Tela - que ilumina apenas a área desejada sem que a tela seja ligada por completo, economizando bateria - que também era uma exclusividade do Moto X.
Nas laterais estão apenas os botões de power e volume. Já nas extremidades superior e inferior, estão o conector para fones de ouvido e a porta microUSB, respectivamente.
A pegada do Moto E, bem como na primeira geração, é super agradável e, apesar dos 12,3 mm de espessura, ele não parece um um aparelho pesado. O Moto E é um excelente companheiro, nem grande nem pequeno. Não incomoda no bolso ou pesa na bolsa.
Hardware
A Motorola coloca à disposição do consumidor brasileiro três versões de Moto E, uma delas tem conexão 3G e 8GB de armazenamento interno. Outra versão com 4G pode conter 8 GB ou 16 GB. Já a versão top do Moto E (4G mais TV digital) contém 16 GB de armazenamento. Embora haja esta diferenciação, ambos os modelos podem inserir um cartão microSD extra de até 32 GB.
Outra diferença importante de se fazer é que a versão com 3G vem com processador Qualcomm Snapdragon 200 quad-core 1,2 GHz, quando as demais versões (4G) vem com Snapdragon 410 quad-core 1,2 GHz e GPU Adreno 306. Esta diferença é crucial na hora de decidir qual aparelho comprar. Na prática, como testei o aparelho com Snapdragon 410, só posso opinar sobre ele. O Moto E se comporta muito bem para funções básicas como trocar emails, redes sociais, instagram, fotos e jogos medianos, porém, quando é exigido por um game mais pesado - mesmo sem estar com os gráficos no máximo - ele enfrenta dificuldades de reação e desempenho.
Para fazer a ligação da memória interna com o processador, todos os modelos possuem 1 GB de RAM.
Desempenho
Bem como a bateria, o desempenho do Moto E é bom para sua faixa de preço e para qual lhe está proposto. No modelo que recebemos para testes, com o Snapdragon 410, o aparelho se mostrou bem seguro nas ações comuns como jogos leves, redes sociais e tudo mais. Ao jogar por um pouco mais de tempo, percebi um aquecimento do hardware, mas como aparelho é construído em polietileno, sem irritação como ocorre com alguns aparelhos de alumínio.
A experiência geral do Moto E é boa. Melhor que a obtida na primeira geração, e, somado ao Android 5.0, torna-se novamente num excelente concorrente para qualquer outro smartphone intermediário.
Jogando um game de gráficos intermediários com certa difículdade.
Benchmarks
Os benchmarks mostraram que o Moto E é capaz de competir com smartphones dos quais falamos muito bem aqui, como o Zenfone 5, por exemplo. Nos testes do Antutu, o aparelho fez 23301 pontos na segunda tentativa (na primeira fez 23240. Mesmo assim ficou a frente do Zenfone no ranking. Claro que ficou bem longe dos top de linha, mas é uma pontuação regular.
Já nos testes do Vellamo, resultados surpreedentes. No teste de browser, o Moto E marcou 1916 pontos, ficando na frente de aparelhos como o seu irmão (Moto G) e outros smartphones famosos como HTC One. E vale o registro que o Moto E é o único aparelho com Android 5.0 na lista.
No teste Multicore, também efetuado pelo Vellamo, o Moto E teve desempenho inferior ao Samsung Galaxy S3 (esse antigão mesmo). Para finalizar o teste que força apenas um dos núcleos do processador; neste o Moto E teve um bom desempenho também, alcançando 971 pontos contra 646 do Moto G, por exemplo.
Display
O Moto E de segunda geração possui uma tela de 4,5 polegadas HD de 540x960 pixels. Para proteger o display, Corning Gorilla Glass 3. Devo dizer que é decepcionante ver esta resolução de tela. Senti facilmente as cores opacas e sem tanta definição como estamos acostumados a ver em outros smartphones aqui no Oficina da Net.
Embora seja menos capaz que as demais telas do mercado, o Moto E, em nenhum momento, deixou a desejar com relação ao seu display; pudemos utilizá-lo de todas as formas sem estresse ou pixelizações que pudessem irritar ao usuário.
Mas na prática o que vi é uma tela "para o gasto". Não tive problemas em assistir filmes, séries e vídeos no Youtube. Os aplicativos também não ficaram prejudicados pela baixa resolução da tela.
Bateria
Em todos os textos que li sobre o Moto E antes de escrever este review, a Motorola fez questão de enfatizar que a bateria de 2390 mAh é suficiente para aguentar um dia inteirinho de uso moderado sem engasgos ou a necessidade de pendurar o aparelho na tomada. A verdade é que... é verdade! No print você vai ver o consumo de mais de um dia com uso com games medianos e muita rede social, tela com brilho elevado e, pasmem, até ligações telefônicas.
Sendo assim, podemos afirmar que a bateria do Moto E cumpre o que foi prometido pela sua fabricante. Lembre-se que estamos tratando de um smartphone intermediário, então todo ponto positivo deve ser exaltado. A bateria é um destes pontos.
Conectividade
O novo Moto E é o primeiro aparelho de entrada com conexão 4G disponível. O posicionamento da marca é claro: fornecer a todos a possibilidade de conexão 4G. Mas não é só isso, além do LTE, o Moto E tem 3G, HSPA+, WiFi 802.11 b/g/n, Bluetooth 4.0, MicroUSB 2.0 e A-GPS.
Câmera
Para que um smartphone custe barato é preciso sacrificar alguma coisa. No caso do Moto E de segunda geração o ponto fraco fica por conta da câmera. Ela não sofreu mudança na resolução, mas uma boa repaginada e melhorada que a deixaram com status de boa câmera. São 5 megapixels com abertura f2.2; o foco agora tem foco no trabalho (com o perdão do trocadilho), já que no primeiro Moto E o foco ficava mais que perdido. Zoom digital de 4x; vídeos em slow motion, HDR e fotos panorâmicas.
Em matéria de vídeos, o Moto E é capaz de gravar em HD 720p com até 30 frames por segundo.
A câmera frontal que antes nem existia, agora é uma VGA de qualidade baixa e que podia ter recebido mais atenção por parte da Motorola.
Software
Talvez a melhor sacada da Motorola seja colocar no Moto E a última versão do Android disponível no Brasil, 5.0.2 Lollipop. A presença do "pirulito" no Moto E dá uma nova e magnífica cara para o aparelho. Junto com o Android 5.0 puro, estão os ícones padrão do Google e só. Temos uma interface popular, sem customizações pesadas e, muitas vezes, inúteis. Os únicos aplicativos Motorola embarcados no Moto E são o Assist e o Migração.
Outra funcionalidade importada do Moto X é a interação com o Google Now launcher. Basta dizer "ok Google" e fazer sua pergunta para fazer uma rápida pesquisa no Google.
TV Digital
A TV digital está presente em diversos aparelhos do mercado atual, no Moto E ele é um diferencial que representa um acrescimo de preço, além do do 4G. Aqui na região onde testei o aparelho, o app só conseguiu captar um canal de televisão e com imagem bem abaixo de qualquer sinal digital normal. Vi também em sites parceiros que a qualidade é isso mesmo, então, se você pensa em comprar um Moto E só pela TV digital, reveja seu conceito!
Veredicto
É inegável que a Motorola melhorou e muito a segunda geração do Moto E. Apesar de ruim, a câmera frontal dá outras possibilidades para os usuários. Outro ponto importante é a presença do 4G em um aparelho de entrada, garantindo que qualquer usuário tenha acesso, se quiser (e puder pagar), à tecnologia de internet móvel mais rápida existente do país.
O Android 5.0 puro é outro grande ponto positivo, mas o preço elevado salgou a vida de potenciais consumidores. São três modelos:
Moto E - Segunda geração: R$ 569,00
Moto E - Segunda geração 4G Colors: R$ 699,00
Moto E - Segunda geração 4G DTV: R$ 729,00.
Com base nestes preços e a avaliação que fizemos do aparelho, podemos dizer que ele é uma excelente opção como primeiro smartphone, talvez uma das melhores. Mas também podemos avaliar que outros aparelhos como Zenfone 5, da Asus, possui preço mais competitivo, sem falar da tela HD de 5 polegadas e outros diferenciais.
Para todos os efeitos, é importante lembrar que a Motorola tem apresentado no mercado nacional, produtos cada vez mais qualificados e competitivos, fato este que coloca a empresa como uma das mais queridas do povo brasileiro.
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