Depois de várias tentativas de introduzir no mercado uma linhagem de aparelhos tão boa quanto a S, parece que a Samsung finalmente conseguiu trazer aparelhos que conseguem manter um padrão de qualidade tão considerável quanto sua faixa de preços: a linha A, que apresenta o poderoso A7 para quem quer um smartphone que concorra com os top de linha e o A3, que concorre com os aparelhos de entrada. A linha possui ainda o A5 que fica entre o A3 e o A7.
O smartphone Samsung Galaxy A3 foi gentilmente cedido por empréstimo pelo pessoal da Cissa Magazine.
A grande sacada da Samsung foi investir em suas câmeras, atingindo em cheio uma das febres dos últimos anos: as selfies - que recebem cada vez mais qualidade e praticidade, oferecendo ao usuário a possibilidade de tirar uma foto com o simples gesto de estender a mão em frente à câmera.
Distribuído em território nacional desde o dia 29 de janeiro, o Galaxy A3 vem sendo muito bem aceito e recebendo ótimas críticas nas principais análises do nicho, no entanto, como todo e qualquer aparelho, não é perfeito e acaba pecando em alguns aspectos que poderiam ser levados mais a sério pela fabricante sul-coreana.
A caixa do Samsung Galaxy A3 é tão simples quanto a do A7, que não por coincidência, são praticamente idênticas. Em seu interior, além dos manuais do usuário, estão presentes um fone de ouvido auricular, que também acompanha borrachas sobressalentes de diferentes tamanhos para o usuário escolher a que melhor se adapte, uma chave para abrir as polêmicas gavetas SIM e Micro SD e um carregador USB do qual o cabo pode ser usado na conexão a um computador, como a grande maioria dos aparelhos atuais.
Design
Muito bem desenhado, o Galaxy A3 tem as bordas arredondadas com chanfros em alumínio, sua espessura quadrada, embora exale um ar de ultrapassado, garante uma pegada firme e consideravelmente confortável, no entanto, não espere passar muito tempo jogando sem ter que parar para descansar as mãos.
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A Samsung pode ter caprichado em vários aspectos da linha A, no entanto, a preguiça bateu na hora de pensar em um design para cada aparelho. O melhor dos exemplos é o Galaxy A7, que tem um design idêntico, sem tirar nem pôr, ao do Galaxy A3, o que pode até não ser um ponto negativo, mas vale a pena ressaltar tal "descaso" com a identidade visual de cada aparelho.
A parte traseira do Galaxy A3, assim como os aparelhos da linhagem A e E, não tem a tampa traseira removível, desse modo, a introdução de chips SIM é dada por duas gavetas muito mal alocadas do lado direito do smartphone, característica essa que pode ser considerada o "calcanhar de Aquíles" do dispositivo, que oferece a opção de alocar dois nano-chips ou utilizar uma dessas gavetas para inserir um MicroSD. Ora, de que adianta oferecer a opção de Dual Chip e Micro SD se não podemos optar por usar ambas?
Outro fator que incomoda um pouco é a câmera traseira, que têm uma protuberância acima do padrão, no entanto, existe um ponto positivo neste caso: como o aparelho é bastante liso na parte traseira, a câmera acaba permitindo uma folga para o alto-falante que está ao seu lado, assim o áudio não fica abafado quando você quiser escutar alguma música com o celular deitado, por exemplo.
Além de extremamente leve devido aos seus 110,3 gramas, o Galaxy A3 é consideravelmente pequeno, tanto que de frente parece muito com o Moto G1 se não fosse por seu botão Home. Ele mede 130,1 mm de altura, 65,5 mm de largura e 6,9 mm de espessura, do lado direito da tela fica o botão de ligar e desligar assim como os slots para SIM/Micro SD. Em baixo ficam as entradas microUSB do carregador ou de conexão com um computador e ao lado fica a entrada P2 para fones de ouvido. Do lado esquerdo ficam os botões de controle de volume e na parte superior não existem botões.
Hardware
A tela multitouch do Galaxy A3 tem 4,5 polegadas, um tamanho médio para smartphones da sua faixa de preço, no entanto, é só no tamanho que podemos comparará-la com a concorrência, afinal, a resolução do aparelho é de apenas 540x960 pixels, com 245 pixels por polegada, uma resolução um tanto quanto baixa para um aparelho tão atual. O ponto positivo da tela é que ela é Super AMOLED, garantindo uma visão de quase 90° sem queimar cores.
O alto-falante do smartphone não é ruim, no entanto, se você leva em consideração o aparelho ter um speaker de qualidade, é muito mais aconselhável que você invista em um Moto G 2014 ou então um Moto E 2015, que possuem alto-falantes estéreo de qualidade e não clipam no volume máximo como é o caso A3. Quanto aos fones auriculares, não temos o que reclamar, eles são de boa qualidade e ainda possuem várias borrachas sobressalentes para que o usuário escolha a mais confortável para sua orelha.
Se componentes estéticos ou sonoros deixam a desejar, o que o A3 tem debaixo da capa deixa boa parte da concorrência comendo poeira (ou, pelo menos, deveria deixar), ele utiliza um Chipset Qualcomm Snapdragon 410 Crtex-A53, que permite a arquitetura de 64 Bits. A GPU é uma Adreno 306, superior à GPUs de Smartphones como o Moto G, que possui uma Adreno 305. Assim como a grande maioria dos aparelhos de entrada, o A3 possui 1GB de Memória RAM, 16GB de armazenamento interno e oferece a opção de adicionar um Micro SD de até 32GB.
Como visto nas especificações, o Samsung Galaxy A3 possui atributos superiores aos seus concorrentes, no entanto, na prática essa diferença não é tão grande assim. O smartphone roda quase todos os jogos da Play Store, como Need for Speed: No Limits, porém, quando tentamos um jogo mais pesado, como Asphalt 8 ou Modern Combat 5, as quedas de fps e travamentos são constantes e tornam a jogabilidade quase impossível, fazendo com que frustrações sejam inevitáveis.
Antutu
3D Mark Ice Storm Extreme
Vellamo
Quanto à conectividade do A3, ela é praticamente a mesma de seus irmãos A5 e A7: Wi-Fi (802.11 b/g/n 2.4GHz) com opção de roteador, Bluetooth 4.0, GPS (A-GPS, GLONASS, Beidou), 3G, 4G, Micro USB 2.0, NFC, HSPA+, LTE.
A câmera traseira do A3 possui 8 Megapixels só perde para os 13 Mp de concorrentes como o Asus Zenfone 5 e o LG G3 Stylus, no entanto, a superioridade do hardware do A3 permite que a qualidade possa ser melhorada com a ajuda de filtros especiais da Samsung, como o "Embelezar Rosto". A resolução das fotos é de 3264 x 2448 pixels, possui autofoco para melhorar imagens estáticas, no entanto, tal foco também pode ser redirecionado, possui um flash de LED, Geo Tagging e detecção facial para tirar selfies sem precisar usar a câmera frontal.
Gravar vídeos também não será um problema para o aparelho, que oferece até mesmo uma resolução Full HD gravando a 30 FPS, sem contar que autofoco e estabilização de vídeo também estão presentes nas gravações do A3.
Achou a câmera traseira boa? Então é porque você ainda não viu o que a câmera frontal tem a oferecer: o Samsung Galaxy A3 é o smartphone de entrada com a melhor câmera frontal do mercado! Existem vários filtros diferentes para melhorar a qualidade da imagem e a opção de captura por gestos, como mostrar a palma da mão, ou a captura por voz, onde o usuário pode dizer palavras como: sorria, diga xis, capturar ou disparar. No caso da captura por movimentos, basta levantar a palma da mão direita em direção à câmera que uma contagem de dois segundos irá iniciar até a foto ser tirada, tempo suficiente para baixar a mão novamente.
A bateria do smartphone é um tanto quanto controversa, não que ela seja ruim, muito pelo contrário, ela é muito boa! No entanto, se a Samsung não tivesse se preocupado tanto com tamanho e peso, a bateria bem que poderia ser um pouco melhor do que uma de lítio de 1900 mAh, assim ela poderia garantir uns pontos a mais para o aparelho.
Em uso intenso, com vários jogos e apps rodando ao mesmo tempo, é possível esgotar 100% da bateria em pouco mais de 6 horas, afinal, um hardware potente acaba consumindo rápido a força de uma bateria de tão baixa amperagem, que, inclusive, é a mais fraca dos aparelhos de entrada. Se você é um daqueles usuários mais modestos, que costuma utilizar o aparelho mais para acessar suas redes sociais, não se preocupe, você tem no mínimo um dia inteiro de bateria no Galaxy A3, que sabe aproveitar muito bem a pouca energia que tem.
Vale lembrar que, por pertencer à Samsung, o aparelho tem o incrível "Modo de baixo consumo", que desativa grande parte dos recursos do aparelho e mantém funcionando somente as ligações, mensagens, o navegador da Samsung e mais três aplicativos, que o usuário pode escolher entre a calculadora, o Facebook, o Google +, o gravador de voz, notas, relógio, Twitter e Whatsapp. Nesse modo supereconômico, a bateria é estendida por mais de 8 dias!
Software
Se você costuma acompanhar notícias sobre novos aparelhos atualizando seu sistema operacional para o Android Lollipop (5.0), sabe que atualizações para aparelhos da Samsung são uma raridade, afinal, o único aparelho da marca que vimos rodar o novo SO foi o Note 4. Tanto o A3 quanto o A7 e o E7, que também testamos, não receberam atualizações e continuam utilizando o Android 4.4.4. A chegada da nova versão do Android para as linhas A e E já foi anunciada por sua fabricante, no entanto, ainda não existe uma data exata para tal.
A TouchWiz, interface personalizada presente nos aparelhos da sul-coreana, é algo que costumamos reclamar aqui no Oficina da Net e dessa vez não será diferente. Embora seja muito bonita e muitos aplicativos nativos inúteis tenham sido abandonados, a interface continua pesada até mesmo para os aparelhos mais potentes, que acabam perdendo certa parte de seu potencial. Podemos perceber isso utilizando o Galaxy A3 e comparando com aparelhos concorrentes como o novo Moto G ou o ZenFone 5, que têm um hardware inferior e ainda assim conseguem ter resultados melhores do que o da Samsung em certos benchmarks.
Exclusividades não são algo que encontraremos aos montes no Galaxy A3, que tem os mesmos aplicativos dos outros dispositivos família A pré-instalados em sua memória interna. Claro, existe também a loja exclusiva da Samsung a Galaxy Apps, que, por mais que tenha aplicativos de qualidade à disposição, muitos aplicativos parecidos e por vezes até melhores estão presentes na Play Store da Google.
Como você viu ao longo do nosso review, nem tudo são flores para o Galaxy A3, a interface TouchWiz pesa no processamento quando vários aplicativos estão abertos ao mesmo tempo e o carregamento de alguns é, por vezes, um pouco mais demorado do que o normal. As gavetas para SIM 1 e SIM 2/Micro SD do lado direito do aparelho estragam o excelente design do aparelho, completo desleixo da Samsung, que poderia ter colocado uma capa traseira removível para alocar os dois cartões SIM ao mesmo tempo que utilizamos um Micro SD, mesmo que isso aumentasse um pouco a fina espessura do aparelho, o que não seria tão ruim assim.
Outro ponto negativo é o preço do aparelho, que está saindo por uma média de R$ 1.000,00 no mercado. Se você estiver disposto economizar um pouco mais, poderá investir em aparelhos mais poderosos como o Moto X segunda geração. Smartphones como o Motorola Moto G 2014, Asus ZenFone 5, LG G3 Stylus ou o Sony Xperia M2 Aqua podem ser encontrados por preços bem mais acessíveis e seus hardwares não são tão inferiores se comparados ao aparelho da sul-coreana. Caso você esteja realmente afim de um Galaxy, a nossa dica é você investir este mesmo dinheiro que gastaria com o A3 em um Galaxy E7, que tem muito mais aspectos relevantes: a câmera frontal é a mesma e a traseira é ainda melhor, sem contar que o preço dos aparelhos é praticamente o mesmo!
Caixas dos Galaxy A3, A7 e E7
O Samsung Galaxy A3 é, sem dúvidas, um excelente aparelho, principalmente se você está procurando um smartphone de entrada que aguente boa parte dos jogos da Play Store, tarefa que o seu hardware potente realiza com precisão maior do que seus concorrentes, que muitas vezes acabam com a experiência do jogador por travarem o tempo todo.
Se você estiver procurando um aparelho com uma boa câmera para tirar selfies sem gastar tanto quanto gastaria com smartphone top de linha, este aparelho foi feito para você. Por mais que a câmera traseira não seja tão boa quanto a de outros concorrentes, ela ainda assim é de muita qualidade, isso se não contarmos com a câmera frontal (que é a melhor do mercado de smartphones de entrada) e o software de captura de imagem, que oferece as mais variadas opções para melhorar e facilitar sua selfie.
O smartphone Samsung Galaxy A3 foi gentilmente cedido por empréstimo pelo pessoal da Cissa Magazine.
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