Passamos praticamente um mês usando o Samsung Galaxy Gear S. Lançado mundialmente em agosto de 2014 apareceu pelas terras tupiniquins em novembro de 2014. O Smartwatch é um dispositivo bastante elegante, a nossa versão veio com a pulseira preta de borracha, com um engate em metal inox parte polido, parte escovado, bem eficiente.
Hardware
O hardware funciona muito bem, é rápido, não trava em momento algum. Peca um pouco no processamento de comandos de voz pelo motivo óbvio que é a dificuldade ainda em processar comandos de voz. É resistente a água - Com a certificação IP 67, pode afundar até um metro, por 30 minutos em água doce e protegido contra poeira. Ele conta na parte inferior com uma entrada para o cartão SIM, caso você queira fazer chamadas por ele sem estar próximo ao telefone, ou para baixar informações através do 3G.
Especificações do Gear S:
- Processador dual-core de 1 GHz
- 512 MB de memória RAM
- 4 GB de memória interna
- Tela Super AMOLED curva de 2 polegadas com resolução de 480 x 360 pixels (300 ppi)
- Bateria de 300 mAh
- Bluetooth 4.1
- Wi-Fi
- GPS, com A-GPS e GLONASS
Conexões
A Samsung em minha opinião pecou ao deixar o Galaxy Gear somente conectar com smartphones da marca. Apesar de ter uma variedade imensa de smartphones em seu portfólio, ela limita bastante as pessoas a comprarem seu relógio. Afinal ele não conecta com outros smartphones android, windows phone e iOS. Este foi um ponto negativo, mas como eles devem entender um "pouquinho" a mais que eu de mercado, não vou questionar a decisão, que certamente não foi por motivos de software ou hardware, afinal, o Moto 360 funciona em outros dispositivos.
Foi trabalhoso fazer a conexão entre o Gear S e o celular, isso que usamos o S6 Edge como cobaia de teste. São muitos passos, muitas configurações que um usuário iniciante pode sequer conseguir fazer. Primeiro você precisa fazer download do app Gear no smartphone, para então começar o processo de configuração dos dispositivos. A conexão é feita através de bluetooth, que deve sempre ficar ativo no celular.
Falando em bluetooth, ele se comporta super bem, o sinal se perde com muita distância, o que torna um bom alerta para quem não permanece com celular sempre no bolso. Atender o telefone com o watch é um dos pontos mais fortes deste tipo de aparelho, como ele tem uma boa recepção de sinal, quando o celular toca, você pode atender no relógio sem precisar correr atrás do telefone. E para mim foi um ponto super positivo, por que gosto de deixar em um local seguro, longe das pequenas mãos que vivem querendo jogar.
Bateria
A bateria do aparelho poderia durar mais. Com 300 mAh, nos testes, a bateria durou 3 dias com monitoramento de sono ativo durante a noite e com uso moderado. Este talvez seja um ponto fraco, afinal se formos monitorar todas as noites de sono, termos que carregar ele durante o dia, quem nem sempre é possível dependendo da atividade diária de quem for utilizar.
Para carregar o aparelho, você tem que embutir atrás dele uma peça que tem a entrada USB para o carregador que vem junto na caixa. Veja a imagem dele acoplado:
Software
Aqui um relato sobre o software, o sistema operacional Tizen da Samsung, e não o Android Wear, é básico e não traz muito o que fazer, sem muitos apps, mas no que tem, funciona bem. Veja alguns prints das telas do aparelho:
Notificações - As notificações que o aparelho celular recebe vão parar também no relógio, e é bem cômodo de ler.
Recebimento de chamadas - É um ponto forte do aparelho. Você pode falar diretamente pelo relógio. Basta arrastar para o lado o botão de atendimento que aparece na tela. A fala acontece pelo microfone que ele possue e pelo falante que produz o som. Se torna uma chamada em viva-voz. Você pode também responder mensagens diretamente pelo Gear S. É bem verdade que o teclado é pequeno, mas responde bem aos comandos. Não tive dificuldades de usar.
SVoice - O reconhecedor de comandos de voz da Samsung é terrível. É lento, não reconhece a voz direito e se você cria um comando reconhecedor pequeno, ele vive ativando sem ao menos você ter invocado o comando. Os comandos do Google Now estão anos luz a frente do SVoice. O hardware do Gear S demora para responder os comandos, quando os identifica. Creio que este seja o pior ponto analisado aqui, afinal é para ser um dispositivo de fácil acesso, e o que poderia ser melhor que você se comunicar com voz e o aparelho resolver seus problemas sem ao menos você tocá-lo? Pelo jeito vamos demorar muito para termos um "JARVIS" a nossa disposição.
Clima - Legal você poder olhar em seu relógio como está o clima lá fora, mostrar a temperatura atual e a probabilidade de chuva. Algo comum, mas você ver no relógio é um benefício.
Monitoramento cardíaco - Para quem se exercita com frequência e gosta de monitorar todos os exercícios, o monitor cardíaco do Gear S pode ser um bom aliado. Fiz um comparativo com meu monitor cardíaco e com o Gear S, ambos medem os valores de forma muito próxima, o que torna a medição muito fidedigna.
Monitoramento do sono - Você já ouviu falar em monitorar o sono? Mas por que alguém quer monitorar o sono? Sabemos que o corpo humano exige algumas horas de sono diariamente. Quanto mais profundo o sono, maior será seu descanso. O monitor de sono do Gear S mostra o quanto você se movimentou durante a noite, ele cria um gráfico de horas e mostra no final a porcentagem de mobilidade que você teve durante o período de sono. Além do gráfico de horas, ele mostra um relatório por dias do mês de quantas horas você dormiu e quanto do seu sono ficou imóvel e qual a qualidade de sono que obteve durante este período. O monitor de sono faz parte do app S Health.
S Health: App bom para exercícios - Além do monitor de sono, monitor cardíaco, o S Health monitora diariamente a quantidade de passos que você faz, chamado de pedômetro. Assim como o monitor de sono, ele cria um gráfico com o número de passos que você faz diariamente. Mostra o quanto você se locomoveu em distância, quantas calorias foram gastas e o quanto você já atingiu da meta diária, que por padrão vem com 10 mil passos diários.
Digo que para quem não faz exercícios diários, esta meta é dificilmente atingida. Mesmo em dias que tive que fazer atividades burocráticas para a empresa, em tive que caminhar algumas quadras, ir e vir a alguns lugares, meu máximo atingido foi de 3860 passos.
O app deve pensar que levo uma vida sedentária. Não tive coragem de usá-lo na partida de futebol semanal.
Depoimento do teste de Márcio Bohrer
[BUY]14874,true[/BUY]Quando peguei o Gear S nas mãos pela primeira vez, junto ao Galaxy S6 Edge que recebemos para testar, nossa, alegria pura, dividida com o prazer de ter o smartphone também em mãos. Depois iniciou um trabalho conjunto para sincronizar os dois produtos. O S6 Edge, que espetáculo, sem dúvidas o aparelho mais bonito já desenhado pela Samsung, enquanto o Gear S, totalmente novo para mim, era analisado de longe. Depois da euforia inicial, comecei a aprender os comandos e toques para fazer o relógio funcionar.
A cada descoberta, uma pequena reunião na redação para contar para todo mundo o que o relógio podia fazer. Maravilha receber uma notificação do Whatsapp pelo Gear S, ler previamente um e-mail recebido e até ver as horas - com os diversos estilos presentes - com pouca luz é incrível.
Como tive acesso ao Gear S no meio da tarde, o dia acabou rápido. Fiquei entusiasmado em descobrir mais e poder usar tudo a partir do segundo dia.
Passado o entusiasmo inicial do primeiro dia com um gedget totalmente novo, comecei a utilizá-lo como se fosse meu há tempos. Com um dia cheio de trabalho na redação, o Gear S ficou apitando e vibrando o tempo todo. Até aí tudo bem, afinal, essa é uma das vantagens de um smartwatch. Mas como ainda não perdi a mania de estar com o smartphone sempre nas mãos, então recebo notificações nos dois locais simultaneamente.
Decidi desativar as notificações e tive paz. Praticamente esqueci do Gear S durante o dia, utilizando mesmo para ver as horas e até ler algumas notícias no app de notícias. O Gear S ainda é uma novidade - bem menor que no primeiro dia, é verdade - mas aos poucos a adaptação foi ocorrendo.
Talvez um dos mais fortes motivos que me fariam adquirir um smartwatch, hoje, seria o fato de poder monitorar seu rendimento físico sem ter de pegar o smartphone daquele bolso secreto no casaco e arriscar derrubá-lo. Por isso, usar o Gear S como um monitor cardíaco ou de atividades físicas foi a grande sacada para mim. A minha atividade preferida no momento é pedalar e, com esta proposta, o Gear S foi espetacular. Sincronizado com o smartphone pude controlar os passos que dei durante o dia, as atividades físicas ficam todas controladas com perfeição pelo Gear S.
É claro que hoje o Gear S - somente como monitor de atividade física - é pura ostentação, afinal, o preço é bem elevado. Se você está em busca de um monitor de atividades, há excelentes opções no mercado. Eu hoje não compraria um Gear S, mas é inegável que este tipo de gadget vai se popularizar rapidamente durante os próximos anos; quem sabe com o crescimento da concorrência e consequentemente a queda nos preços.
O Galaxy Gear S foi emprestado pela Cissa Magazine para o teste.
[relatorio]
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