Uma das partes mais estressantes para os estudantes é editar os artigos nas regras da ABNT. Pensando em facilitar a vida, um grupo de especialistas em Ciência da Computação do Recife desenvolveu um site próprio para a formatação de trabalhos acadêmicos no modelo exigido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Além disso, o software, batizado de Fast Format, também é capaz de editar textos automaticamente para a publicação em revistas, periódicos, congressos e conferencias.
A ideia do desenvolvimento do programa teve início ainda em 2010, pelo trio de desenvolvedores Yguaratã Cavalcanti, doutor em ciência da computação, Paulo Silveira, doutorando, e Bruno Mélo, analista de sistemas. Conforme Yguaratã, a iniciativa surgiu justamente pela dificuldade que os estudantes possuem em montar documentos nos formatos exigidos. "Assim como outras pessoas, nós mesmos tínamos essa dificuldade. Mas como somos da área de computação, acabávamos usando outras ferramentas, mais complicadas, para isso", explica ele. "O que fizemos é pegar essas ferramentas e tirar a complexidade delas", disse ainda.
De acordo com próprio site, a ideia é que os estudantes não percam tempo, esforço, dedicação e concentração para formatar um texto, e sim que usem o tempo para escrevê-lo. Para usar a ferramenta há dois modos: escrever o artigo dentro do próprio site ou colar o texto na página. Ainda não é possível importar documentos Word, por exemplo. "Quem já escreveu o trabalho vai ter que gastar um tempo para pegar o que ele já fez e colocar na ferramenta, mas temos planos de automatizar isso", explica Yguaratã.
Os colegas se conheceram durante o mestrado na UFPE. O software, desde então, estava sendo aperfeiçoado, até ser lançado oficialmente. "O projeto não tinha nada a ver com nenhuma disciplina, não. Foi feito por fora. Todo tempo livre que tínhamos era para isso. Foi bem desgastante", confessa. "Mas é gratificante também. Vemos que muita gente está se beneficiando", diz.
O trio, atualmente, segue carreiras diferentes, porém, pensam em continuar com o site. "A ideia é continuar e fazer uma empresa, fazer o negócio seguir e ter suporte para mais templates", explica Bruno. "Já temos mais de 400 pedidos de modelos, de várias universidades, congressos… É um volume muito grande para suportar isso sozinho. Embora tenhamos recebido doações, os custos vão começar a aumentar bastante", diz.
"Estamos procurando investidores, alguém que possa dar qualquer apoio para que possamos pagar aos servidores. Fizemos uma campanha de doação e recebemos várias, mas não sabemos até quando vamos conseguir manter o site gratuito", finaliza Yguaratã.
O site é totalmente gratuito, para acessá-lo, basta clicar aqui.
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