Um novo planeta foi descoberto por pesquisadores britânicos. Chamado de HD 189733b, o exoplaneta conta com ventos a uma velocidade de 8.690 quilômetros por hora, sete vezes acima da velocidade do som. A temperatura local é de 1.200 graus.
O exoplaneta fica localizado na constelação Vulpecula, fora do Sistema Solar, a 63 anos Luz da Terra. Ele foi descoberto ainda em 2005, porém, somente agora os cientistas da Universidade de Warwick conseguiram observar o clima do planeta.
"Esta é o primeiro mapa meteorológico de fora do nosso Sistema Solar. Já sabíamos que havia vento em exoplanetas, mas nunca conseguimos medir e mapear diretamente um sistema meteorológico", afirmou Tom Louden, do Grupo de Astrofísica da universidade britânica.
"A velocidade (do vento) no HD 189733b foi medida usando uma espectroscopia de alta resolução de absorção do sódio presente na atmosfera. Como parte da atmosfera do HD 189733b se aproxima e afasta da Terra (por causa da órbita e outros movimentos), o efeito Doppler muda o comprimento de onda deste elemento, o qual permite medir a velocidade", acrescentou Louden.
A medição da velocidade foi feita graças a observações do telescópio Harps, no observatório La Silla, no Chile.
"A superfície da estrela (em torno da qual o exoplaneta gira) é mais brilhante no centro do que na borda", disse Louden.
"E como o planeta se move em frente à estrela, a quantidade relativa de luz que ficava bloqueada em diferentes partes da atmosfera muda."
"Pela primeira vez usamos esta informação para medir as velocidades em lados opostos do planeta de forma independente, o que nos deu nosso mapa de velocidades", acrescentou o cientista.
De acordo com os pesquisadores, o atual levantamento pode contribuir nos estudos sobre as correntes de ventos em outros planetas semelhantes com a Terra e estão fora do Sistema Solar.
"Estamos muito animados por termos descoberto uma forma de mapear sistemas meteorológicos em planetas distantes. Quando desenvolvermos mais a técnica, conseguiremos estudar o fluxo do vento com mais detalhe e fazer mapas meteorológicos de planetas menores. Esta técnica vai permitir que façamos imagens de sistemas meteorológicos de planetas parecidos com a Terra", afirmou Peter Wheatley, que também faz parte do Grupo De Astrofísica da Universidade de Warwick.
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