Testamos neste último mês o recente mais uma linha de smartphones intermediários da Samsung, o Galaxy J7, o mais potente dos J’s. O que temos para dizer sobre ele você confere a partir de agora.
Lançado em junho de 2015, o aparelho é mais um modelo entre os diversos intermediários da marca sul-coreana, e a pergunta que fica é: Por que mais um smartphone intermediário, meu Deus?? Agora temos o Galaxy A, Galaxy E, Galaxy S, Galaxy J, etc. e isso só para ficarmos nas letras.
Assim como as demais famílias, o Galaxy J7 é o mais potente entre os seus semelhantes (J1, J2, J3 e J5) já que o modelo 7 é sempre o top da categoria, porém isso não significa que ele seja um bom aparelho. Como veremos no decorrer do texto ele deixa a desejar em alguns quesitos e nós iremos destrinchar detalhe por detalhe. E aí, será que vale a pena pagar os mais de 1 mil reais que são cobrados por ele atualmente? É o que veremos a partir de agora.
Recebemos o aparelho através da parceria da parceria Oficina da Net - Cissa Magazine.
Design
Logo que recebemos o produto e tiramos do envelope do correio, nenhuma surpresa. A caixinha continua no mesmo sistema dos demais modelos: monocromática e minimalista. O aparelho também não muda quase nada em relação aos últimos lançamentos intermediários como os J’s os A’s, entre outros.
Dentro da caixinha também nenhuma novidade: um carregador/cabo Usb 2.0, fone de ouvido e os tradicionais manuais do usuário. O carregador é o modelo convencional. Nada de fast charger por aqui, afinal, esse privilégio é apenas dos aparelhos tops =(
O aparelho em si, é bonito. Mesmo sendo grande, com tela de 5.5 polegadas, consegue ser agradável e de fácil manuseio, principalmente pelos botões estarem nas laterais, fato já abandonado por marcas como LG e Asus, e que eu acho muito funcional para um smartphone. As laterais são todas feitas daquele plástico que lembra com o metal. Na parte de cima nada além de um sulco no design; embaixo a entrada do cabo de dados, de microfone e de voz; nas laterais, na esquerda temos o botão de volume, e ao lado direito, o botão de força.
A parte frontal é quase idêntica aos demais Galaxy’s. Em cima, o logo, alto-falante, 2 sensores e a câmera, de 5 MP. O grande diferencial e ponto positivo é que no J7 foi incluído um flash frontal para dar um gás nas suas selfies (coisa que os A’s e E’s não possuíam). Na parte de baixo, o botão home, o único botão físico; no canto esquerdo o botão de funções e do direito o botão de voltar. Na parte traseira a câmera de 13 MP bem acima, rodeada pelo flash e alto-falante. Logo abaixo o nome da empresa, e, na parte mais inferior, o logo da família Duos e o 4G.
A traseira é removível, ou seja, boa notícia, já que, cada vez mais alguns aparelhos estão vindos sem esta possibilidade, um problema enorme caso você precise trocar a bateria do aparelho.
O smartphone tem exatos 169 gramas e mede 152,2 milímetros de altura, por 79,1 de largura, por 7,9 de espessura.
O aparelho que testamos foi a cor branca, no entanto ainda é possível encontrá-lo nas versões preta e dourada.
Hardware
O hardware dele foi a maior decepção para mim, principalmente pelo preço que é cobrado e pelo que entrega ao usuário. Como falamos antes, o telefone deixou a desejar em alguns momentos, trancando, apresentando lentidão, não executando a operação que você pediu etc.
Falando de item por item, especificadamente, comecemos pela grandiosa - literalmente - tela de 5.5 polegadas, ideal para você que costuma assistir, por exemplo, a Netflix no seu smartphone.
Quanto á tela não há o que reclamar. Com touch capacitivo para até 10 toques simultâneos, temos capacidade para 16 milhões de cores e resolução HD de 1280 - 720p, o que gera uma resolução de 267 PPI. A tela conta ainda com a tecnologia SUPER Amoled (veja mais sobre ela clicando aqui do lado). O que frustrou nesse quesito é a falta do Gorilla Glass, disponível em smartphones bem mais baratos, que, no entanto, não foi uma preocupação da Samsung ao projetar este aparelho. Portanto cuidado, pois o visor do seu aparelho estará mais frágil e propenso a quebras e riscos.
O Android do Galaxy J7 é a versão 5.1 e sem previsão de recebermos a versão 6.0 Marshmallow, que já nem é mais tão nova assim. O processador da máquina é um Snapdragon 615 octacore de 1.5 MHz, uma modificação do Snapdragon 615. Para renderizar a tela HD que vimos há pouco e mostrar bons gráficos, o smartphone conta com uma GPU Mali-T720. Quanto aos gráficos nenhum problema, já quanto ao processamento temos alguns (vários) problemas.
Por diversas vezes me irritei com a lentidão do aparelho onde clicava em algo e o aparelho não respondia, então tocava no botão das funções para matar todos os processos e a mesma coisa: nada acontecia e o aparelho nem dava sinal de vida. A saída era travar o aparelho apertando o botão power e depois destravá-lo normalmente. O problema de travamento não decorre somente pelo fato do processador ser um modelo lento, mas também pelo fato do J7 ter apenas 1,5 giga de RAM, ficando apenas, pasmem, cerca de 300 MB disponíveis como pode ser visto nos prints abaixo (detalhe: nenhum aplicativo aberto além do benchmark que exibia as infos de hardare). Assim fica complicado defender a Samsung quando a Asus, por exemplo, vende o Zenfone 2 com 4 GB de RAM pelo mesmo preço sugerido. Para fechar, temos 2 GB de ram inicial, e cerca de 1,1 GB livre após o que é consumido pelo sistema nativo.
Nos games mais pesados não tive problemas e isso foi ótimo. Confira o print do game Implosion:
Quantos aos sensores o J7 é pobre, tendo apenas o de proximidade e aceleração. Um celular de mais de mil reais não ter nem mesmo um giroscópio é mancada, Samsung. Portanto, se você estava pensando em brincar com ele no óculos de realidade virtual do Google, o Google Cardboard, vai ter uma péssima surpresa.
Como armazenamento temos 16 GB, expansíveis até 128 GB através do MicroSD. Um dos poucos pontos positivos: você pode ter bastante armazenamento (desde que se proponha a pagar por isso, é claro).
Quanto às câmeras, temos um conjunto normal, nem ruresoim, nem melhor do que a média, afinal as lentes da Samsung não são conhecidas por sua qualidade. São 13 MP na câmera traseira e 5 MP na frontal. Fora isso nada de diferente: estabilização digital, foco automático e manual, flash LED, geo tagging, detecção facial e zoom digital de até 4x. A melhor parte das câmeras é na frontal que temos flash frontal, uma coisa rara nos Samsung’s intermediários e até mesmo nos tops (não tem no Note 5, nem no S6 e S6 Edge, por exemplo), e os recursos de embelezamento, mais comum e presente em todos os smarts mais recentes.
Moto X Play em breve no Oficina =)Se você espera encontrar um smartphone com boa qualidade para vídeos, esse aparelho vai te suprir as necessidades. São filmagens em Full HD com taxa de até 30 FPS.
No som nada de novo. Aliás, smartphone da Samsung com som estéreo eu nunca vi, nem mesmo nos celulares de mais de 3 mil reais. Portanto se você quiser som realmente de qualidade, prepare-se para abrir a carteira e comprar um fone vendido separadamente =] Hey, Samsung, hora de ser ligar na vida, os smarts intermediários da Motorola já tem som estéreo. Falando da posição do alto-falante nada de inovador, apenas o alerta para não o tapar com sua mão enquanto joga ou assiste Netflix. Ahh, e os fones de ouvido também são bem pobrinhos, como quase todos os das outras marcas que já testei aqui no Oficina (só você que me agradou, Asus <3 )
Como conectividade temos Wi-Fi 802.11 b/g/n, bluetooth 4.0, A2DP, GPS com A-GPS, GLONASS, GPRS, Edge, HSPA+, e claro 3G e 4G (ponto positivo), entre outras, além da conexão MicroUsb 2.0. O ruim é que não temos coisas legais como NFC e a função hotspots.
A bateria tem 3000 mAh e mostrou uma excelente resposta no quesito autonomia. Em nossos testes, com brilho sempre no máximo, 3G e wi-fi sempre ativados, fazendo uso de redes sociais intenso, etc. consegui mais de 38 horas sem precisar colocar na tomada. Achou difícil ser verdade? Então confira na foto abaixo e veja que é verdade. Ponto positivo, temos que reconhecer.
E caso aja algum imprevisto, temos o modo Ultra Economia da Samsung que garante horas e até dias de uso mesmo com menos de 15% de bateria.
Agora veja como o aparelho se saiu nos principais testes de benchmark:
Vellamo
Antutu
Veja as configurações gerais de hardware do aparelho:
Software
Como dissemos, acima, o Samsung J7 vem com a versão 5.1 do Android, e, por enquanto, nem sinal do Android 6.0. Mas não se decepcione, pois isso pode até ser melhor, afinal, se com o Android 5 já tranca, imagina com um mais pesado. O bom é que ele faz parte da linha duos da Samsung, então aquele que comprar terá uma certa liberdade para escolher operadoras e promoções.
Nos softwares temos uma boa novidade que é o fruto da parceria entre Android e Microsoft: pacote Office para smartphone =D Sim, antes eles eram exclusivos apenas para os aparelhos com Windows Phone, mas agora estão disponíveis neste J7. Esse é um ótimo recurso para quem pretende usar o smartphone também para trabalhar e editar suas planilhas, criar documentos no Word e até criar apresentações no PowerPoint tudo na ponta dos seus dedos.
E se você for um daqueles aficionados por segurança, temos entre os apps embarcados a tecnologia Samsung Knox, destaque na MWC 2013 e que traz muito mais confiança para o usuário. O que ela faz é o seguinte: Ele transforma o seu aparelho em dois, isso mesmo. Em 1 você terá acesso total ao dispositivo e no outro somente aquilo que quiser mostrar. Serve tanto para dividir seu aparelho entre casa e trabalho, deixando, por exemplo, o Facebook desativado durante o expediente, como para segurança em caso de perda. Além disso o Knox oferece uma proteção em tempo real contra invasões, algo como o firewall do seu pc.
Mais uma coisa interessante no que diz respeito à segurança e que ainda não tinha visto nos aparelhos anteriores da marca (nem em nenhuma outra) é a possibilidade de, nativamente, o smartphone checar por modificações não autorizadas no seu sistema ou dados.
Outra grata surpresa foi o gerenciador inteligente, novidade nos aparelhos da marca (pelo menos para mim) que mostra de maneira fácil e rápida algumas informações importantes como a vida e duração restante da sua bateria, uso de memória RAM (e a possibilidade de encerrar processos para liberá-la), armazenamento (opção similar à anterior onde você pode excluir dados sem importância e liberar espaço em disco), etc.
Mas claro que não posso falar só das coisas boas e o sistema também tem pontos negativos a serem apontados. Além dos constantes travamentos como já relatei anteriormente, houve outro problema, tão irritante quanto: internet. Acontecia o seguinte: Se eu estava no trabalho e ia para a minha casa, ou então estava em casa e ia para a casa de meus pais ou para a universidade, podia acontecer da rede nova a qual eu estava conectando o smartphone não funcionar. Ficava apontando erro no endereço de ip e somente reiniciando o dispositivo para solucionar e conseguir conexão. Um saco, e não foram 1 ou duas vezes.
Veredito
E o momento mais importante do review: se você deve comprar este aparelho ou não. Comecemos analisando pelo preço: No site da Samsung o preço sugerido é de R$ 1.499, mas se você comprar na Cissa Magazine, nossa parceira ele sai por pouco mais de R$ 1.100. Um descontão, mas creio que nem isso salva o J7.
Veja bem: Pagar mais de 1 mil reais em um aparelho que ficará trancando? Com apenas 1.5 giga de memória RAM? Não me parece a melhor escolha. Ao invés disso podemos pagar um pouco mais e ficar com nada mais nada medos do que 4 GB do Zenfone 2 e todo o seu uso fluído. E se o seu critério de escolha for uma boa selfie e o flash é indispensável na hora da escolha, sugiro mais um aparelho da Asus: O Zenfone Selfie que está na mesma faixa de preço e tem uma câmera frontal montra de 13 MP, isso mesmo, na frontal!
E se você quer mesmo ficar com um aparelho da marca sul-coreana eu sugiro e recomendo sem medo o Samsung E7, mais barato, mais potente e com um desempenho anos luz na frente do amigo da linha J.
Depois disso tudo só fica uma pergunta à Samsung: Por que tantos aparelhos diferentes? Sério, vocês estão se auto-sabotando.
😕 Poxa, o que podemos melhorar?
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