No início desta semana, a fabricante de antivírus japonesa Trend Micro publicou um relatório sobre o submundo do crime virtual no Brasil. A empresa revelou detalhes sobre como os criminosos agem. De acordo com a Trend Micro, os criminosos oferecem serviços em redes abertas, como o próprio Facebook.
"Os cibercriminosos no Brasil são bem ousados. Eles não se importam se as autoridades policiais verem seus nomes publicados on-line ligados às atividades ilegais", diz o relatório.
Além disso, a empresa destacou o uso de bitcoins por criminosos brasileiros. A moeda virtual pode ser usada para adquirir dados pessoais dos brasileiros, bem como códigos maliciosos para serem usados em fraudes.
Um dado preocupante e novo é que entre os vírus ofertados no mundo do crime virtual aparecem versões de vírus de resgate, o também chamado "ransomware". Tais pragas são responsáveis pelo sequestro de arquivos no computador e exigem o pagamento para que os arquivos sejam devolvidos para a vítima.
De acordo com o relatório, três pragas atuam no roubo de dados financeiros: proxy, remota e DNS Changer.
A Proxy é responsável por mudar a configuração do navegador para que assim os dados sejam intermediados por um computador pertencente ao criminoso, o que permite o roubo de dados. Já a Remota usa janelas falsas que são abertas assim que o internauta acessa um site de uma instituição financeira. O DNS Changer é capaz de mudar as configurações de roteadores e pode atuar na web.
Os criminosos ainda oferecem cartões de crédito, leitoras de cartões adulteradas para que seja possível roubar dados de tarja magnética. Para os iniciantes, a Trend Micro ainda encontrou cursos de como realizar fraudes.
Para tudo há um valor, e pelo incrível que pareça, nada exorbitante. Um curso, por exemplo, pode custar R$ 300. As leitoras de cartão adulteradas podem custar até R$ 8.000.
A Trend Micro alerta para que o governo e as autoridades invistam mais para coibir esse tipo de comércio. Muitos desses negócios podem ser feitos através de rede aberta, porém, muitos já estão alojados na chamada deep web, onde é muito mais difícil encontrar qualquer envolvido. Além disso, com o uso da moeda virtual bitcoin se torna um desafio maior para as autoridades.
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