Seria bem aceitável se a notícia desse conta de que o histórico de downloads e consumo de streaming vai diminuir gradativamente daqui para frente. Você poderia imaginar que um serviço fora da TV, PC ou dispositivos móveis virou febre e as pessoas debandaram para lá sem saudades de assistir séries e filmes sob demanda, certo?
Também seria irônico dizer que só agora as empresas de telecomunicações se voltaram "contra" o consumidor e alavancaram uma série de atitudes que prejudicam a experiência que as pessoas tem com a tecnologia/internet.
Pois a Telefônica, dona da VIVO e mais recentemente da GVT, anunciou há alguns dias a utilização de uma franquia - muito semelhante ao que ocorre com a rede móvel - nas linhas de internet fixa ADSL de seus clientes. O prática será adotada para novos contratos da VIVO, por enquanto. Para piorar, a empresa já estuda utilizar o mesmo sistema de franquias na fibra ótica.
@eopdev Marcelo a redução de velocidade irá ocorrer somente em dezembro na tecnologia ADSL, já no Fibra irá ocorrer o bloqueio.
— Vivo (@Vivoemrede) 11 Fevereiro 2016
Juntas, as três empresas (Telefônica, Vivo e GVT) abrigam 85% das conexões banda larga do Brasil.
Para o superintendente de competição da Anatel, Carlos Baigorri, a implementação desse sistema de franquias nas conexões fixas é positiva para os usuários que utilizam menos a internet.
Não existe um único consumidor, então para quem está abaixo da média, consome menos, o limite é melhor. E pior para quem consome muito", afirmou ao blog Convergência Digital.
Se você procura ser cliente Vivo Internet Fixa, saiba que os novos contratos compreendem uma franquia que varia de 10GB de download para conexões de 200 kb/s até 130GB para conexões de 25Mb/s.
Apesar dos anúncios, a Vivo já avisou que não fará cobranças adicionais até dezembro de 2016. Além disso, a empresa promete uma série de promoções para divulgar e orientar perfeitamente ao consumidor sobre as novas diretrizes das franquias.
A NET, pertencente ao grupo da Embratel e a Claro, já estabelece em contrato uma franquia estipulada para cada modelo comprado (10Mb/s, 30Mb/s, etc) há muito tempo, mas até hoje não se viu a real aplicação da redução da conexão.
Logo agora?
É, quando tudo parecia pender favoravelmente para o lado do consumidor, mediante serviços de streaming (Netflix, spotify, as próprias TVs a cabo e os conteúdos on demand), lá vem uma medida para refrear o consumo ilimitado de conteúdo que você quer assistir.
Em quanto tempo, com uma conexão de 30Mb/s, você acha que consegue utilizar 130GB da franquia estabelecida? Aliás, você sabe por que as operadoras não precisam entregar 100% da conexão contratada? Ou será que teremos de esperar por uma conexão via satélite?
Escute o podcast aqui:
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