Se você abriu este artigo é porque, no mínimo, está preocupado com o tempo desperdiçado no Facebook. Talvez já tenha pensado em até assassinar o próprio perfil na rede, mas só de pensar em ficar por fora das novidades que surgem na infinita linha do tempo já bate aquele desespero e a coragem desaparece na mesma hora. Não há mal nenhum em, de vez em quando, dar uma conferida quando há notificações, responder um comentário ou curtir a publicação que lhe chamou atenção. No entanto, se essas atitudes já estão mais parecidas com uma rotina do que com um momento esporádico do seu dia é importante ficar atento, pois você, meu caro amigo, pode estar viciado no Face!
Para confirmar se você está passando dos limites com a rede social responda sim ou não para as seguintes perguntas:
- Você faz ideia de quantas horas despende por dia só com o Facebook?
- Ao acordar, a primeira coisa que você faz é acessar o Facebook? E antes de dormir, o seu último ato é checar o seu perfil na rede social?
- Quando você fica sem internet e, por consequência, sem acesso ao Facebok, percebe a sua vida mais vazia, desnorteada?
- Já tentou ficar sem visualizar as notificações e não coseguiu?
- Tem deixado de fazer algo importante, alguma obrigação, porque estava imerso na timeline?
- Tem sentido vontades súbitas de assassinar o próprio perfil por não aguentar mais checar quantas curtidas você recebeu?
Se você disse SIM para três ou mais questões a sua situação é considerada grave. Apesar disso, não é preciso se desesperar. A boa notícia nessa história é que a dependência em redes sociais é reversível, porém, como todo vício, exige esforço e persistência do usuário. Agora que identificamos o problema, vamos lhe ajudar a diminuir e, porque não, inverter essa situação. Por aqui o tratamento não é medicamentoso e nem requer um período em uma clínica de recuperação.
Nosso método tem cinco passos. Ao segui-los rigorosamente, o seu corpo e a sua mente serão desintoxicados e, a partir daí, poderá ficar livre e independente do Face. E então, está pronto para começar o seu primeiro "só por hoje" não entrarei no Facebook? Então, seja firme, não trapaceie e siga à risca as seguintes recomendações.
5 passos para se desintoxicar do Facebook
Você já iniciou este primeiro passo quando respondeu, anteriormente, ao questionário citado acima. Querendo ou não precisou refletir, pensar sobre como usa o Facebook e isso é muito importante para que você aceite e se conscientize de que há uma desordem em sua vida e a principal causa desse problema é a dependência pela rede social de Mark Zuckerberg. Para visualizar melhor todos os malefícios que estão desorganizando a sua vida e impedindo o seu controle diante da timeline escolha um caderninho e comece a anotar a sua rotina. É importante que você não trapaceie e aponte todas as suas ações desde o momento em que fez login, o que você curtiu, quanto tempo ficou na timeline, quantas publicações você fez, quem você adicionou, enfim, todas as atitudes até o seu último logoff.
Escreva também o que você deixou de fazer por conta do Facebook e como você se sentiu neste dia, em quais momentos e porque esteve feliz e/ou triste. No fim, some as horas que gastou com a rede social naquela data. Esse número, anotado no fim da página, servirá para você comparar diariamente e traçar como meta a diminuição do mesmo, dia após dia. Especialistas afirmam que, quando detalhamos de forma escrita os nossos transtornos, conseguimos perceber melhor a gravidade da situação e, a partir daí, temos uma possibilidade maior de sucesso em diminuir gradativamente os fatores que contribuem para o agravamento do problema.
Agora que você já sabe quantas horas do seu dia você gasta com o Facebook que tal fazer uma listinha com as coisas que você gostaria de fazer, mas que deixa de lado por "falta de tempo" e começar a colocá-las em prática? Ok, como imagino que você está um pouco desanimado e, por isso, pode acabar não cumprindo essa segunda etapa, vou te dar um empurrãozinho básico. A minha sugestão é iniciar, aos poucos, uma mudança na sua rotina. Transforme aquele tempo que você gasta vendo a timeline e que, de fato, não te acrescenta em nada, em um momento exclusivo para sí.
Sabe aquela hora que passa e você nem percebe porque ficou perdido olhando o que os seus "amigos" postaram, pegue apenas 45 minutos dela para colocar um tênis, sair de casa, ouvir uma música e caminhar ao ar livre. Além de diminuir o período que você acessa o Face, ainda estará se exercitando, fazendo bem para o seu corpo e para a sua mente. Como eu sei que você fica conectado bem mais do que apenas uma hora no seu dia tenho outra dica para você começar essa virada. Leia. Se não tiver um livro abandonado há muito tempo em algum canto da sua casa, um amigo deve ter.
Se preferir, vá a uma livraria ou biblioteca e se delicie escolhendo, entre tantas opções com histórias bacanas, aquela que mais poderá lhe envolver. Tenha certeza que, a cada página virada, o enredo irá prender a sua atenção e, pouco a pouco, você terá conseguido evitar o Facebook, terá viajado por um universo mágico e ainda agregará, a sua bagagem intelectual, cultura, conhecimento e valor. No entanto, se a sua desculpa for aquela básica "só uso o face para saber dos meus amigos, para manter contato com eles", pode aposentá-la. Se você faz questão de saber como estão os seus amigos, uma excelente forma é convidá-los para um café, uma cerveja, um jantar ou qualquer outra coisa desde que seja presencial e não virtual.
É só assim que você conseguirá saber, de fato, como está o seu amigo. As redes sociais escondem muita coisa por traz de perfis que, aparentemente, transbordam amor, felicidade e realização. Na vida real é bem mais difícil de maquiar os sentimentos. Agora que você já tem algumas opções de como começar a transformação da sua rotina, escolha as que mais lhe agradam e dê o importante primeiro passo.
Você costuma alterar a sua foto do perfil com que frequência? E a imagem de capa, parece que ela nunca está boa o suficiente? Passar um dia sem publicar uma foto, um vídeo ou um textão é algo impensável para você? Já se perguntou por que isso tudo é tão importante? Será que você está tentando criar uma reputação, a imagem ideal para lhe representar no meio social virtual? Os alemães acreditam que sim. Em uma pesquisa, publicada no periódico Frontiers in Human Neuroscience, em 2014, cientistas alemães associaram a intensidade no uso do Facebook ao nosso "centro de recompensas" cerebral. Isso significa que o retorno social recebido por meio de redes sociais, como o Facebook, corresponde ao aumento da atividade dentro desta área. Quanto mais adorados somos, mais buscamos essa adoração.
E esta também pode ser a explicação para o que faz uma pessoa ter esse vício. Para que essa necessidade de provar, mostrar e de construir a reputação ideal seja enfraquecida é preciso desencanar. Ok, não é tão simples assim, mas você pode começar com pequenas atitudes, como por exemplo, a foto do perfil. Antes de pensar em mudá-la pense nas seguintes questões: ela é atual? Eu gosto dela? Se a resposta for sim, então por que mudá-la? Se não há necessidade, ela deve permanecer inalterada. Quanto menos você mexer na sua página, menos ela irá chamar a sua atenção e, por consequência, você irá se desprender dessa falsa ideia de adoração. Isso serve também para a foto de capa.
O que vai mudar na sua vida? Isso é importante? Por quê? Qual a diferença em ter dez, cem ou mil curtidas? O que isso irá mudar na sua vida de fato? Se você não usa o Facebook com um objetivo profissional, lamento informar que chuva de likes não acrescenta valor algum. Evite esse troca-troca para se desvencilhar do que só consome o seu precioso tempo sem lhe agregar nada.
Se você estiver com dificuldades de seguir os três primeiros passos citados, está mais do que na hora de admitir o quanto esse vício está lhe prejudicando e procurar ajuda com amigos, familiares e especialistas. Apesar de não ter uma comprovação para coroar o uso exagerado e descontrolado das redes sociais como uma doença, é possível sim melhorar essa condição por meio de consultas a psicólogos.
Os amigos e familiares também são importantes nesse processo. Deixe que um amigo altere a sua senha, de vez em quando, para que seja impedido de ficar horas e horas na rede social sem necessidade alguma. Explique aos seus familiares o quanto este problema está tomando o seu tempo e peça para que eles solicitem mais a sua presença, a sua interação e participação nas atividades diárias. Aceite a ajuda e esforce-se para que ela tenha um resultado positivo. Não desista.
O quinto e último passo do nosso "só por hoje" sugere uma atitude definitiva e, por isso mesmo, um pouco mais difícil e delicada. Se o Facebook está tomando o seu tempo, prejudicando a sua rotina produtiva, impedindo-o de fazer o que gosta, por que mantê-lo? Por que sustentar algo quando não se sabe usá-lo, com limites e responsabilidade? Se acha que não consegue deletar o seu perfil, comece por partes.
Primeiro bloqueie aos poucos os seus contatos para que a sua timeline passe a ser mais desinteressante aos seus olhos. Pare de postar, seja um usuário do tipo "vegetativo", como se respirasse apenas pelos aparelhos, sem condições de ficar atualizando status, publicando fotos, vídeos ou aqueles textões cheio de palavras e, ao mesmo tempo, rasos de conteúdo. A cada dia a sua rede ficará menos atrativa. Você não terá tanto interesse em se logar, afinal, não há mais nada para ver lá, não é?! E, com isso, perceberá que aquela página azulzinha não faz mais sentido para você, que ler um livro ou sair para caminhar tem ficado mais interessante do que rolar a timeline procurando sabe se lá o quê. Você, inclusive, tem preferido conversar com os amigos tête-à-tête, as risadas são risadas mesmo, que hehehe o quê, na mesa do bar as gargalhadas são altas e chegam a doer. É, você já está convencido de que dar um adeus para o Sr. Facebook não é tão ruim assim, mas, só por garantia, vai acabar desinstalando o aplicativo do smartphone, agora ele não é mais necessário, né?! Aliás, nunca foi.
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