Quando o assunto é segurança um mecanismo que não pode ser deixado de lado é a biometria. Este tipo de tecnologia é muito utilizada para o reconhecimento e identificação criminal, controle de acesso a aparelhos e dados e, no futuro, espera-se que ela esteja ainda mais presente na vida das pessoas, sendo a principal ferramenta de segurança de casas e veículos. Nestes casos, ao invés de usar uma chave, o proprietário usaria o reconhecimento biométrico para ter acesso a moradia ou ao automóvel. Outra expectativa é que daqui a alguns anos esta tecnologia nos permitirá ser identificados em qualquer lugar do mundo, graças a bancos de dados globais que facilitarão a realização de transações financeiras, colocando de escanteio o dinheiro e os cartões de crédito, que podem ser perdidos ou roubados.
Atualmente a biometria já é muito utilizada. Smartphones tops de linha tem investido na tecnologia como forma de proteção, seja pela leitura de impressões digitais ou pelo scanner de íris. Outro exemplo é o sistema biométrico que está sendo implementado gradativamente pela Justiça Eleitoral em todo o país. O prazo para o cadastramento biométrico vai até 2018, sendo que ele deve ser feito seguindo o cronograma do Tribunal Regional Eleitoral de cada cidade.
O recadastramento eleitoral biométrico serve para identificar o eleitor por meio da impressão digital, habilitando-o para o voto após o seu reconhecimento. A tecnologia visa garantir mais segurança e confiabilidade às eleições. Com a identificação biométrica não será possível que o eleitor vote mais vezes, em lugares diferentes.
Como podemos ver, é depositada muita confiabilidade no sistema biométrico, isto porque ele realmente é muito seguro, o que não significa dizer que é infalível, mas ainda assim é um dos mecanismos de segurança mais indicados. Mas, como e porque a biometria consegue ser tão segura?
A resposta é simples. A biometria é o estudo estatístico das características físicas ou comportamentais dos seres vivos; bio (vida) + metria (medida). Partindo da premissa de que cada indíviduo é único e possui aspectos físicos e de comportamentos distintos, a biometria utiliza estas características únicas de cada pessoa como forma de identificação dos indivíduios. Deste modo, diminuem-se consideravelmente os riscos de fruades, roubos, entre outros crimes.
Os sistemas biométricos baseiam seu funcionamento em características de diversas partes do corpo humano, como por exemplo, a palma da mão, a íris e a retina dos olhos ou as digitais dos dedos. Abaixo você confere alguns dos principais sistemas de leitura biométrica.
Veias: Neste processo é realizada a captação de informações baseadas nos volumes de veias aparentes no corpo de uma pessoa. Sua confiabilidade é média. É difícil de fraudar e possui alto custo.
Impressão digital: Sistema que capta a imagem da impressão digital por meio de um leitor biométrico óptico e compara com um banco de dados de imagens com as digitais já gravadas. O método é considerado rápido, de alta confiabilidade e de baixo custo.
Reconhecimento da face: Leitura dos traços do rosto da pessoa. Possui menor fiabilidade, é rápido e possui baixo custo.
Identificação pela íris: Considerado um dos métodos mais seguros, consiste na leitura da íris do olho, que é única em cada pessoa e é imutável ao passar dos anos. Porém, possui alto custo.
Reconhecimento pela retina: A leitura é considerada difícil e incômoda, visto que as informações são coletadas mediante foco de luz, que a pessoa deve olhar fixamente. Possui alto custo.
Reconhecimento de voz: Consiste na análise da sonoridade, gravidade e sinais agudos de uma voz. É considerada pouco fiável, devido a problemas com ruídos no ambiente, por mudança na voz do utilizador devido a gripes ou stress. O processo de cadastramento e a leitura são demorados. Possui baixo custo.
Geometria da mão: Consiste na identificação do tamanho, da estrutura e da posição da palma da mão. É considerada menos fiável, devido a problemas com o uso de anéis. Além disto o utilizador precisa encaixar a palma na posição correta. Possui médio custo.
Reconhecimento da assinatura: Algumas assinaturas mudam com o passar do tempo, porém características como pressão, movimentos aéreos, entre outras são únicas de cada indivíduo, tornando extremamente difícil sua falsificação. Por este motivo o método é considerado muito fiável, além de ser prático e ágil, acessível a todos os públicos e de médio custo.
Reconhecimento da digitação: É considerado pouco fiável, demora no cadastramento e leitura, mas possui baixo custo.
No futuro espera-se que o reconhecimento biométrico também seja feito pela verificação de odores e salinidade do corpo humano, padrões das veias por imagens térmicas do rosto e ou punho e análise de DNA. Por enquanto a identificação por DNA ainda não é considerada uma tecnologia biométrica de reconhecimento, isto por ser um processo demorado e que ainda não foi automatizado.
Como funciona
Cada sistema biométrico possui um tipo específico de funcionamento, mas no geral, existem três componentes básicos. São eles:
- Captura: é o momento em que uma amostra biométrica é adquirida (como a digital ou a íris do olho).
- Extração: é a retirada de informações da amostra de características únicas do indivíduo. O resultado é chamado de template.
- Comparação: é a comparação da informação colhida recentemente com a armazenada no template.
Veja também: O que é scanner de íris?
Linha do tempo
O futuro reserva uma expansão ainda maior da biometria e na atualidade já podemos observar a presença desta tecnologia com força entre os mecanismos de segurança. Mas, embora pareça ser recente, a biometria já vem sendo usada há muito, mais muito tempo. Há cerca de 6 mil anos atrás.
É claro que ela não funcionava nos moldes como acontece hoje. A biometria automatizada foi muito impulsionada pela computação. Mas, muito antes disto, o uso da impressão digital para assinar documentos foi prática entre os antigos Assírios, Babilônios, Japoneses e Chineses. Já no Leste da Ásia, artesãos de cerâmica utilizavam a impressão digital como marca pessoal de seus produtos. No Egito antigo, comerciantes eram identificados pela altura e cor dos olhos. A informação era utilizada para identificar comerciantes com os quais negociadores já haviam feito negócios de sucesso no passado.
Mas foi em 1858 que teve início o uso moderno da biometria, quando Sir William Herschel passou a coletar impressões digitais nas costas dos contratos. Os primeiros sistemas automatizados de biometria surgiram na década de 70. Em 1972, o Identimat, um dispositivo que media o dedo das pessoas, foi instalado em uma firma de Wall Street com o propósito de controle de ponto.
Em 1960, o FBI deu início ao processo de automatização e digitalização dos dados biométricos de suas bases. E a medida que a tecnologia evoluiu, nos anos 80 e 90, o FBI revitalizou seu processo de impressões digitais, ao desenvolver o Sistema de Identificação de Impressões Digitais Automatizado e Integrado (IAFIS), em parceria com as polícias.
Na década de 80 surgiram os primeiros sistemas de reconhecimento facial, de retina e de íris, além do reconhecimento de assinatura. Também foi neste período que Dr. Henry Faulds propôs que os detalhes das papilas são únicos e que, portanto, as impressões digitais poderiam ser classificadas e usadas na solução de crimes.
No final do século XIX, Francis Galton apresentou uma nova classificação para as impressões digitais utilizando os 10 dedos. Em seus estudos ele chegou à conclusão que as chances de dois indivíduos possuírem a mesma impressão digital era de 1 em 64 bilhões. As características que identificam as impressões digitais de qualquer pessoa foram determinadas por Galton e permanecem até hoje.
As décadas de 90 e 2000 foram marcadas pela explosão de fornecedores e de aplicações, o aperfeiçoamento dos algoritmos de reconhecimento, o surgimento de padrões, o amadurecimento da indústria e um crescente interesse do público, das corporações e dos governos por esta tecnologia.
A tecnologia evolui e junto com ela evoluem os métodos de segurança. O problema é que as táticas de criminosos também mudam e muitas pessoas têm receio da brutalidade que possa ser utilizada em futuros assaltos. Diante de mecanismos como a biometria, enquanto de um lado comemora-se os avanços, de outro fica o questionamento se criminosos seriam capazes de mutilar suas vítimas se este for o único jeito de ter acesso a seus bens. E a torcida, é claro, é para que a humanidade não chegue a tamanho grau de crueldade. Esperamos que no futuro, tenhamos sim mais segurança, amparados pela tecnologia, mas com a certeza de que isso não nos fará mal.
Fonte: Fórum Biometria
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