Termo ainda recente e desconhecido pela maioria das pessoas, a tecnologia assistiva é tida como todo e qualquer recurso ou serviço que visa dar assistência, promover a reabilitação e melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência. Para isso, utiliza-se um conjunto de dispositivos, técnicas e processos.
A tecnologia assistiva vem ajudando pessoas com deficiência ao redor do mundo a ganhar mais autonomia e independência, visto que os recursos e serviços envolvidos nesta ideia visam facilitar o desenvolvimento de tarefas diárias por pessoas que possuem deficiência. Além disso, ela é uma importante ferramenta para a chamada inclusão social.
Imagem: Reprodução Internet
Em um primeiro momento, quando se fala em tecnologia assistiva, é comum associar o termo a dispositivos eletrônicos, como computadores, tablets, smartphones, softwares e aplicativos. Mas, os recursos desta área são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob-medida utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência. Já os serviços são aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos.
A tecnologia assistiva está presente desde um instrumento adaptado, como um lápis com um cabo curvado mais grosso, um teclado adaptado ou leitores de tela, até programas especiais de computador e dispositivos móveis que miram a acessibilidade.
Mara Lúcia Sartoretto e Rita Bersch (2014) para o site Assistiva Tecnologia e Educação, listam as diferentes categorias da tecnologia assistiva. São elas:
1 - Auxílios para a vida diária: Materiais e produtos para auxílio em tarefas rotineiras tais como comer, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais, manutenção da casa etc.
2 - CAA (CSA): Comunicação aumentativa (suplementar) e alternativa: Recursos, eletrônicos ou não, que permitem a comunicação expressiva e receptiva das pessoas sem a fala ou com limitações da mesma. São muito utilizadas as pranchas de comunicação com os símbolos PCS ou Bliss, além de vocalizadores e softwares dedicados para este fim.
3 - Recursos de acessibilidade ao computador: Equipamentos de entrada e saída (síntese de voz, Braille), auxílios alternativos de acesso (ponteiras de cabeça, de luz), teclados modificados ou alternativos, acionadores, softwares especiais (de reconhecimento de voz, etc.), que permitem as pessoas com deficiência a usarem o computador.
4 - Sistemas de controle de ambiente: Sistemas eletrônicos que permitem as pessoas com limitações moto-locomotoras, controlar remotamente aparelhos eletro-eletrônicos, sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores.
5 - Projetos arquitetônicos para acessibilidade: Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas, elevadores, adaptações em banheiros entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas, facilitando a locomoção da pessoa com deficiência.
6 - Órteses e próteses: Troca ou ajuste de partes do corpo, faltantes ou de funcionamento comprometido, por membros artificiais ou outros recursos ortopédicos (talas, apoios etc.). Inclui-se os protéticos para auxiliar nos déficits ou limitações cognitivas, como os gravadores de fita magnética ou digital que funcionam como lembretes instantâneos.
7 - Adequação Postural: Adaptações para cadeira de rodas ou outro sistema de sentar visando o conforto e distribuição adequada da pressão na superfície da pele (almofadas especiais, assentos e encostos anatômicos), bem como posicionadores e contentores que propiciam maior estabilidade e postura adequada do corpo através do suporte e posicionamento de tronco/cabeça/membros.
8 - Auxílios de mobilidade: Cadeiras de rodas manuais e motorizadas, bases móveis, andadores, scooters de 3 rodas e qualquer outro veículo utilizado na melhoria da mobilidade pessoal.
9 - Auxílios para cegos ou com visão subnormal: Auxílios para grupos específicos que inclui lupas e lentes, Braille para equipamentos com síntese de voz, grandes telas de impressão, sistema de TV com aumento para leitura de documentos, publicações, etc.
10 - Auxílios para surdos ou com déficit auditivo: Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, telefones com teclado — teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual, entre outros.
11 - Adaptações em veículos: Acessórios e adaptações que possibilitam a condução do veículo, elevadores para cadeiras de rodas, camionetas modificadas e outros veículos automotores usados no transporte pessoal.
Veja também: The Dot: o relógio inteligente ideal para deficientes
De uma forma mais resumida, podemos dizer que a tecnologia assistiva é aquela destinada a dar suporte, seja ele mecânico, eletrônico, elétrico ou computadorizado, a pessoas com deficiência física, auditiva, visual, intelectual ou múltipla. Este suporte pode ser uma prótese, adaptações em objetos comuns do dia a dia, aparelhos e equipamentos nas mais diversas áreas de necessidade pessoal (comunicação, alimentação, mobilidade, transporte, educação, lazer, esporte, trabalho e outras).
Neste artigo sobre como a tecnologia tem auxiliado pessoas com deficiência física a melhorarem a qualidade de vida, há alguns exemplos de aplicativos neste ramo. Recomendo a leitura.
Conforme o site EBC, o IBGE revelou em 2015 que 6,2% da população brasileira possui algum tipo de deficiência. É através de iniciativas como a tecnologia assistiva que estas pessoas conseguem sua independência e passam a se sentir mais felizes.
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