O mundo dos games ainda é dominado pelos homens. Uma prova disso é que, segundo o site BBC Brasil, no dia 21 de novembro deste ano, um importante prêmio da indústria de competições online foi realizado em Londres, com o objetivo de homenagear os principais nomes da categoria e, nenhuma mulher foi indicada.
Estas competições também são conhecidas como e-sports. Steph Harvey, uma das jogadoras mais bem-sucedidas do planeta, disse à BBC Brasil que o número de mulheres neste tipo de campeonato gira em torno de 5%. Segundo ela, a principal razão para a baixa participação feminina é o estereótipo ligado às jogadoras, que sofrem constantes abusos onlines nas comunidades de jogadores, chegando até mesmo a receber ameaçadas de estupro.
Uma das soluções encontradas pelas gamers tem sido a criação de times femininos e torneios voltados só para as mulheres. Assim, elas vão conquistando seu espaço em um ambiente ainda muito estereotipado como masculino.
Contudo, o envolvimento de mulheres no mundo dos games não é algo recente, um fenômeno atual. Na realidade, a presença feminina na área já se faz há muito mais tempo. É claro que não foi fácil. Nos anos 70 e 80, quando o mercado de videogames acabava de se estabelecer, as mulheres precisavam lutar muito para que suas vozes fossem ouvidas no negócio dominado por homens. Mas nada que as impedisse de deixarem suas marcas. Conheça abaixo as oito mulheres mais importantes na história dos games.
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Roberta Williams: co-criadora de jogos gráficos, co-fundadora da Sierra
Roberta Williams fundou, ao lado do marido, a empresa Sierra. (Imagem: Reprodução/Internet)
Roberta Williams é considerada uma das figuras mais importantes da história dos videogames. Ela é uma das mais respeitadas desenvolvedoras e designer de games de todos os tempos. Em 79, após jogar Adventure, um jogo de computador só de texto, ela, ao lado de seu marido, criou o game Mystery House, que se tornou um grande sucesso, combinando texto e gráficos.
O casal fundou a empresa On-Line Sistemas, que mais tarde tornou-se a Sierra. Durante anos eles criaram diversos games que atingiram sucesso instantâneo, entre eles o King’s Quest e Phantasmagoria. Quando se aposentou, em 96, Roberta já tinha creditado em seu nome mais de 30 jogos de computador.
Carol Shaw - primeira programadora e desenhista de jogo
Carol Shaw, primeira mulher a programar e criar um jogo de vídeo (Imagem: Reprodução/Internet)
A programadora Carol Shaw é conhecida no mundo dos games principalmente por seu trabalho na Activison, com o jogo River Raid. Mas, antes disso, em 1978 ela já deixou seu nome na história dos games como a primeira mulher a programar e criar um jogo de vídeo, o 3D Tic-Tac-Toe para o Atari 2600. Ao longo dos anos, Carol criou vários outros títulos famosos. Atualmente ela está aposentada ao lado do marido, Ralph Merkle, um especialista no campo da natotecnologia.
Dona Bailey - primeira a projetar um jogo de fliperama (arcada)
Dona Bailey deixou indústria de jogos por pressão e críticas masculinas (Imagem: Reprodução/Internet)
Dona Bailey entrou para a Atari como engenheira em 1980. Como Carol Shaw já havia saído da empresa para trabalhar na Activison, ela foi a única designer de jogos feminina da empresa. Lá, em conjunto com Ed Login, foi responsável pela criação do hit Centipede, jogo de fliperama que se tornou um clássico. Porém, sua duração no mercado de games foi pouca. Após o sucesso do game ela desapareceu da indústria de games, reaparecendo apenas 26 anos mais tarde, em 2007, durante uma conferência mundial de mulheres na indústria de jogos. Na época ela admitiu que se afastou do negócio devido à pressão e críticas masculinas.
Na atualidade Dona incentiva as mulheres a seguirem carreiras na indústria de games. Ela dá aulas em uma faculdade. Entre as disciplinas, leciona design de jogo.
Anne Westfall - programadora e co-fundadora da Free Fall Associates
Anne Westfall e o marido, John Freeman. Juntos eles criaram o jogo Archon (Imagem: Reprodução/Internet)
Anne Westfall foi uma famosa programadora nos anos 80. Junto com seu marido, John Freeman, ela fundou a Free Fall Associates, primeira desenvolvedora independente contratada pela Activision. Entre os jogos projetados por Anne e o marido está o hit Archon. Além de seu trabalho como programadora e desenvolvedora, Anne também fez parte do conselho de administração da Game Developer Conference por seis anos. Hoje, Anne e John continuam desenvolvendo e programando jogos. O nome atual da empresa é Free Fall Games.
Jane Jensen - Designer
Jane Jensen é designer e escritora de games (Imagem: Reprução/Internet)
Jane Jensen trabalhou junto com Roberta Williams, fundadora da Sierra. Na década de 90 ela iniciou sua carreira nos Serviços de Criação da Sierra. Escreveu e desenhou sucessos como Kings Quest VI, a série Gabriel Knight, entre outros. Seu trabalho nos jogos clássicos moldou a forma como a história e o jogo se entrelaçam em aventuras modernas.
Na atualidade, Jane continua seu trabalho com jogos de aventura de computador, com a mais recente linha Agatha Christie e títulos como The Women’s Murder Club.
Brenda Laurel - especialista, escritora e designer
Brenda Laurel é um dos nomes mais fortes no campo da realidade virtual (Imagem: Reprodução/Internet)
Brenda Laurel começou a trabalhar com jogos no início dos anos 80, como membro da equipe de pesquisa da Atari e gerente de estratégia de Software. Em 1987 ela co-produziu o jogo de educação médica Laser Surgeon: The Microscopic Mission. Nos anos 90, Brenda continuou seu trabalho como uma das vozes mais fortes em pesquisa e desenvolvimento de realidade virtual com a empresa Telepresence, além de co-fundar uma das primeiras companhias de software especializada em desenvolvimento de jogos para meninas, a Purple Mon.
Amy Briggs - criadora do primeiro jogo de aventura para meninas
Amy Briggs criou o Plundered Hearts, primeiro jogo de aventura para meninas (Imagem: Reprodução/Internet)
Amy Briggs foi a primeira criadora de game de aventura desenvolvido para meninas. O jogo Plundered Hearts foi criado em 1983 e tornou-se um grande sucesso entre o público feminino. Após o game, Amy também co-escreveu o jogo Gamma Force: Pit of a Thousand Screams e ajudou na concepção do game Zork Zero.
Ela deixou a indústria de jogos em 1987. Na atualidade Amy possui sua própria empresa especializada em engenharia de Fatores Humanos, Psicológico e Congnitivo.
Doris Self - primeira competidora feminina
Doris Self foi a primeira mulher a competir no mundo dos games
Enquanto algumas mulheres dedicavam-se a criar e programar games, Doris Self foi a primeira jogadora a competir. Em 1983 ela entrou na Video Game Masters Tournament e quebrou o recorde mundial de alta pontuação. Embora, anos mais tarde sua pontuação tenha sido desbancada, Doris continuou a trabalhar para conquistar o Q* Bert.
Ela faleceu em 2006, aos 81 anos, após sofrer um acidente de carro. Mas, seu legado no mundo dos games irá durar para sempre.
Fontes: BBC Brasil e LifeWire
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