Ao que tudo indica, o Nubank poderá encerrar as suas atividades. Tudo irá depender de uma resposta do Banco Central na terça-feira (20), que poderá apresentar uma mudança no prazo de pagamento das vendas aos lojistas.

"Nós já fizemos algumas simulações. Com dois dias é apagar a luz e fechar a porta. Com 15 dias, a gente precisaria de quase R$ 1 bilhão de capital adicional do dia para a noite", disse Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank.

Os responsáveis pela mudança são o Ministro da fazenda, Henrique Meirelles, e o atual presidente Michel Temer, que tem como ideia "impulsionar a economia".

A cofundadora do Nubank diz que a mudança será um problema, já que irá trazer um custo extra para todos os emissores de cartões de crédito. Quem irá sofrer com a alteração são os bancos menores, como o Nubank, já que os grandes do mercado do Brasil e também do mundo, possuem uma capacidade de financiamento muito maior.

"Atualmente, um cliente que usa o cartão pagará a fatura, em média, 26 dias depois. Assim, o Nubank, como emissor, receberá o dinheiro apenas após este prazo. Com o dinheiro, pagamos o adquirente (operador do cartão), que leva mais dois ou três dias para pagar o varejista. Isso dá o prazo de 30 dias", disse Junqueira.

O Nubank, desde 2014, já emitiu mais de 1 milhão de cartões e possui uma receita via percentual descontado do valor repassado ao lojista, em torno de 5% (1,5% para Nubank e o restante para adquirente e bandeira).

"Mudar dramaticamente, reduzir o prazo para dois dias, isso seria apocalíptico para a gente. Nós já fizemos algumas simulações. Com dois dias é apagar a luz e fechar a porta. Com 15 dias, a gente precisaria de quase R$ 1 bilhão de capital adicional do dia para a noite. E, mesmo que os outros bancos emprestassem o dinheiro, eu não tenho margem para pagar o custo mensal da dívida. Hoje, meu custo de capital é bem mais alto que 1,5%."

As mudanças serão exibidas na terça pelo presidente do Banco Central, Illan Goldfajn.