Fotografada pela sonda espacial japonesa Akatsuki, esta foi a maior onda gravitacional já vista no Sistema Solar. Os astrônomos acreditam que a formação tenha sido gerada de modo muito semelhante às ondulações formadas quando a água flui sobre as rochas de um leito de um riacho.
Os cientistas japoneses descobriram que Vênus tem uma deformação em forma de arco, faz com que essa região do planeta pareça estar fixa, rotando junto com ele. Porém as nuvens nesta área, se movimentam a uma velocidade de 360 km/h. O surpreendente é que a rotação do planeta é muito mais lenta do que isto, 1 dia dura mais do que o tempo que o planeta leva para orbitar em torno do sol.
A sonda japonesa foi lançada para estudar a estrutura e atividade da atmosfera de Vênus em maio de 2010. Mas só conseguiu orbitar no planeta na segunda tentativa, em 2015.
Ondas gravitacionais em Vênus
Um novo estudo foi publicado pela Nature Geoscience apresenta a descoberta feita pela Akatsuki. O arco foi fotografado por instrumentos de imagem da sonda. Os arcos duraram alguns dias, depois desapareceram. A estrutura se estendeu a cerca de 10 mil km de altitude.
Em Vênus, esta região pode ter afetado a formação do arco. A região é chamada de Aphrodite Terra, tem uma estrutura de 5 km de altura e o tamanho do continente africano, ainda este local é atingido por fortes ventos.
Segundo Tetsuya Fukuhara, da Universidade de Tóquio, a zona luminosa ficou parada sobre esta região montanhosa de Vênus. O fenômeno é resultado de uma onde gravitacional gerada à medida que a atmosfera mais baixa atinge estes picos montanhosos. Quando a atmosfera mais baixa atravessa as montanhas e se espalha para cima da atmosfera mais espessa.
"Se um córrego flui sobre uma rocha, as ondas de gravidade se propagam para cima através da água. Na superfície do córrego, seria possível perceber alterações em sua altura. Mas o que acontece em Vênus é diferente, porque estamos vendo o fenômeno acontecer em meio a temperaturas máximas nas nuvens. As partículas atmosféricas estão se movimentando para cima e para baixo, tal como as partículas da água. O que torna esse fenômeno especial é que ele se estende de polo a polo em Vênus", explica Colin Wilson, cientista interplanetário da Universidade de Oxford, entrevistado pela BBC.
O estudo, de acordo com os pesquisadores, "mostra uma evidência direta da existência de ondas gravitacionais estacionárias (fixas), e também indica que tais ondas gravitacionais estacionárias podem ter uma escala muito maior - talvez a maior já observada no sistema solar".
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