Há pouco tempo o Google surpreendeu muita gente ao criar uma nova empresa "chefe". Houve quem pensasse que ele havia trocado de nome e, até, quem pensasse que ele havia sido vendido. A Alphabet, a nova empresa do grupo, veio para incorporar o Google e todas as outras empresas da plataforma.
A motivação para isso foi uma só: Quando o Google surgiu, lá em 1998, ela era uma empresa que tinha apenas 1 missão: fazer buscas dentro da internet.
Com o passar do tempo, e à medida em que aumentava suas receitas como buscador, o Google foi comprando outras empresas e expandindo seus ramos de atuação. A empresa tanto fez isso que hoje está em, praticamente, todos os ramos da tecnologia, estendendo seus tentáculos dos vestíveis aos softwares para automação de veículos; de navegadores de internet à exploração espacial; de realidade virtual a notebooks, etc.
Até então todas as empresas compradas desde 1998 (e até 2015, criação da Alphabet, foram mais de 180) juntavam-se a projetos já existentes ou criavam novas subsidiárias da marca aglutinando-se todas sob o mesmo guarda-chuva: Todas sob o nome de Google.
Então, em 2015, o balaio já estava cheio demais e chamar todas elas de empresas do Google já não era mais satisfatório. Até mesmo a gerência e planejamento começara a ser penalizado por ter tantos objetivos e visões diferentes dentro de uma mesma marca. Por isso criou-se a Alphabet, uma empresa que poderia agrupar todas as empreitadas e diferentes negócios, inclusive o próprio Google.
Assim sendo, o Google não foi vendido nem mudou de nome. Ele agora pertence a uma nova holding que como a tradução já diz (pode ser traduzida como "segurando") é uma marca criada para reunir diversas iniciativas.
Segundo os fundadores do Google, a iniciativa de criar a Alphabet foi devolver ao próprio Google a função primordial de serviços de internet e dar a ele mais autonomia, prejudicada pela quantidade de empresas atreladas à marca. Assim, moveu-se apenas o que não encaixava mais na ideia original ou ramos "paralelos". Projetos relacionados com a internet, como o YouTube, por exemplo, ainda continuam "dentro" do Google.
Juntas, todas as marcas que fazem parte da Alphabet empregam mais de 70 mil funcionários e tiveram uma receita de mais de 90 bilhões em 2016, o suficiente para colocá-la no top 100 das maiores empresas do mundo por receita e no top 10 das empresas de tecnologia. O Google, é claro, constitui a maior e mais valiosa empresa do grupo.
E se você ficou também ficou curioso em saber quais são as divisões da Alphabet, fique tranquilo, pois é o que vamos ver a partir de agora.
P.S. Até hoje o Google/Alphabet já comprou mais de 200 empresas, mas isso não quer dizer que a Alphabet reúne 200 nomes dentro dela. Muitas empresas são compradas para serem "diluídas" e integrarem outros projetos. O Google Maps que usamos e adoramos hoje em dia, por exemplo, já "engoliu" mais de 1 dezena de empresas compradas. Além disso, há empresas e projetos do Google que foram desativados. Sim, nem mesmo a Google consegue acertar todas as vezes.
Claro que não podemos começar por outro senão o próprio Google. A empresa, é claro, segue sendo o maior responsável pelos lucros da Alphabet e viabilização de todas as outras plataformas que você verá abaixo.
Como já dissemos há pouco, aquilo que é relacionado à internet foi mantido sob a bandeira propriamente dita do Google. Isso inclui: YouTube, Android, Google Ads, Google+, Google Buscas, etc.
DeepMind
Fundada em 2010 na Inglaterra, a DeepMind foi comprada pelo Google em 2014 por conta de seus avançados trabalhos com inteligência artificial. O valor da transação foi de 500 milhões de dólares e a venda só foi concretizada após as negociações com o primeiro interessado, o Facebook, não terem dado certo. Sim, as maiores empresas de tecnologia brigaram por causa dela.
O que causou esta corrida pela DeepMind foram os resultados de suas pesquisas que nada mais são do que uma inteligência artificial capaz de aprender a jogar videogames de uma maneira muito similar àquela que nós humanos aprendemos. O funcionamento é o mesmo de uma Máquina Neural de Turing (combina as capacidades das redes neurais com o poder da programação algorítmica) que é capaz de acessar uma memória externa resultando em uma inteligência artificial que imita a memória de curta-duração do cérebro humano.
A companhia ganhou fama internacional em 2016 após um software desenvolvido por eles derrotar um jogador profissional (e humano) de Go, um jogo oriental de estratégia. O jogo é considerado mais difícil para as máquinas do que o xadrez já que contém um número muito maior de possibilidades e não permite técnicas conhecidas como "de força bruta" usadas pelos computadores campeões de xadrez para calcular o movimento das peças.
A DeepMind venceu um profissional de level 2 por 5 x 0 no Go, mas perdeu de 4 x 1 para um profissional de level 9 (o máximo). Ainda há o que evoluir, mas o que importa é que até o surgimento da máquina as inteligências artificiais só haviam alcançado somente o nível "amador" no jogo.
Além do jogo de tabuleiro ela lida com videogames, contudo, apenas jogos simples, como os de arcades e de Atari 2600, estão no nível de compreensão da inteligência do DeepMind (eles estão começando a mexer com o 1º Doom, lançado nos anos 90 e um dos primeiros a ter ambientação 3D), mas no futuro, segundo um de seus fundadores, Starcraft, um dos jogos de estratégia mais complexos da atualidade, pode ser um bom desafio para eles.
Além de implantar inteligência em máquinas, um dos objetivos da companhia é entender questões do cérebro humano que ainda são um mistério e outras aplicações que impactam diretamente a vida dos seres humano. Através de parcerias a tecnologia já é usada para analisar, por exemplo, o nosso olho e procurar nele traços indicativos de doenças que possam levar à cegueira, ou então, para diferenciar tecidos saudáveis e cancerígenos.
Outro ponto fundamental do DeepMind e que o diferencia das outras inteligências artificiais avançadas (como o Deep Blue ou Watson, ambos da IBM) é que ela trabalha com base na experiência de qualquer evento, podendo aprender, praticamente, qualquer coisa, enquanto os demais são limitados a aprender somente aquilo que foram programados a juntar dados e analisar.
Sidewalk Labs
Braço da Alphabet que está focada em inovação na área de organização urbana, buscando soluções tecnológicas para os problemas das cidades. Entre suas frentes de trabalho estão a diminuição do custo de vida, uma maior eficiência dos transportes e o consumo energético.
Sabe a famosa notícia de que Nova Iorque está transformando mais de 7.500 antigos telefones públicos em totens com internet de alta velocidade, ligação de áudio e vídeo, contato com números de emergência, e carregadores gratuitos pelas ruas (e que funcionam, eu garanto)? Pois este projeto é uma iniciativa da Sidewalk.
Outro projeto chama-se Flow que, em cooperação com o departamento americano de transportes, acessa dados de rodovias e cruza com os dados dos smartphones das pessoas para calcular onde o trânsito está congestionado e traçar rotas mais eficientes, fornecer informações de estacionamentos, etc.
Especula-se até que a Sidewalk planeje criar uma cidade a partir do zero onde testará todas as suas pesquisas antes de aplicar em cidades reais, mas os mesmos ainda não confirmaram nada a respeito.
Nest Labs
Com mais de 1100 funcionários, desde 2010 a Nest Labs produz automação residencial através de sensores de autoaprendizagem, de direção e de wi-fi. Entre seus dispositivos estão sistemas de segurança, termostatos, detectores de fumaça, sendo estes 2 últimos os seus primeiros lançamentos.
Fundada por 2 ex-engenheiros da Apple ela foi adquirida em janeiro de 2014 pelo Google por 3.2 bilhões de dólares em dinheiro vivo. Logo depois, em junho do mesmo ano a Nest adquiriu a Dropcam, uma empresa de câmeras, por outros 555 milhões. As câmeras entraram nos termostatos e demais aparelhos que viriam - e virão - no futuro.
Hoje em dia a maior dificuldade que a Nest enfrenta é o tamanho do mercado: Somente 6% das casas americanas possuem dispositivos conectados à internet, tais quais: sistemas de monitoramento caseiro, alto-falantes, luzes, entre outros. E a projeção do retorno destes quase 4 bilhões investidos na Nest Labs não parece que acontecerá tão cedo. Segundo pesquisas, a projeção de casas equipadas com os dispositivos inteligentes terá apenas um leve aumento até 2021, estando presente em 15% dos lares dos Estados Unidos.
Além do termostato, o carro-chefe é o Google Home, um alto-falante inteligente que funciona como principal rival do Amazon Echo.
X
Parece coisa do Eike Batista, mas é do Google mesmo, e mais, é uma empresa semi-secreta de pesquisas criada em 2010 sob o codinome de Google X. A X é o destino da esmagadora maioria de novas aquisições do Google e incluem empresas de robótica a turbinas, inteligência artificial, braços robóticos, entre outras.
O primeiro projeto da empresa foi o carro autônomo do Google e alguns anos depois, em 2014, já eram 8. Descritos em sua maioria como "tiros na lua", entre esses 8 projetos estavam o falecido Glass, o Loon, o Wing, o Barge e o próprio carro autônomo. Conhecemos pouco sobre os projetos, pois muitos deles são, realmente, mantido em sigilo industrial.
Vejamos um pouco de cada um destes:
Glass: O mais famoso dos projetos da X constituía-se em um dispositivo de realidade aumentada acoplado a um óculos. A intenção do Glass era ser um acessório que tornasse um device - neste caso o smartphone - em hands-free, ou seja, permitir o total controle do mesmo sem a necessidade de gestos manuais, além, claro de uma grande interação com a internet, o que poderia tornar o seu óculos em seu próximo notebook. Após duras críticas acerca de questões sobre privacidade e segurança o Google descontinuou o projeto em 2015.
O projeto chegou a ser concluído e entrou em fase de vendas nos Estados Unidos, mas infelizmente não deu tempo de chegar por aqui. No entanto, alguns testadores receberam suas cópias, entre eles alguns brasileiros.
Wing: Você conhece aquela história de entregas via drone? Pois é justamente a isso que a Wing propõe-se: encomendas chegando na porta da sua casa nas grandes metrópoles através do ar, driblando problemas como o congestionamento. No momento em que fora anunciada (em 2014) o projeto já estava em desenvolvimento secreto por mais de 2 anos.
Loon: Projeto ambicioso que quer levar internet a qualquer pessoa do mundo, em qualquer canto do planeta, através de uma rede conectada por balões flutuantes na estratosfera. A ideia é que estes balões fiquem acima das linhas meteorológicas (nuvens de chuva, de neve, etc) para que não sofram com as intempéries e possuam roteadores atrelados, espalhando, desta forma, o sinal.
Barge: Conhecidos desde 2013, são 4 barcaças do Google em que, 2 delas, comportam estruturas semelhantes a prédios. É o mais secreto dos projetos, ou pelo menos, entre aqueles que menos sabemos a respeito. Especula-se que possa ser algo como um data center flutuante ou até mesmo que pudesse ser usado para marketing e lojas do Glass, e que com o cancelamento dos óculos ficou à deriva (Ba dum tssss).
Além destes projetos descontinuados ou em fase de desenvolvimento há aqueles que já estão sendo comercializados:
Lentes de contato do Google: Lentes inteligentes que ajudam pessoas com diabetes a estarem constantemente medindo o nível de glicose através das lágrimas. Já está em circulação e faz parte de um projeto maior chamado Nanodiagnostics que busca desenvolver soluções para a saúde, como pílulas que detectam o câncer. Estas iniciativas, hoje, fazem parte da Verily, como veremos mais adiante.
Google Brain: Considerado como o maior sucesso do X até hoje, o Google Brain é um projeto de pesquisa em inteligência artificial que está presente em diversos sistemas, como no próprio sistema Android, mais especificamente nos recursos de identificação por voz, na busca de fotos do Google+ e nas recomendações de vídeo do YouTube. Acredita-se que seu valor de mercado seja suficiente para cobrir todos os custos (de todos os projetos) da X até hoje.
Há também o Waymo que se desmembrou e virou um projeto autônomo da Alphabet como veremos mais à frente, o projeto com a internet das coisas, baterias mais duráveis e as especulações "Foghorn" e "Calcifer" que pouco ou nada se sabe.
Entre os projetos que foram rejeitados estão um elevador espacial (atualmente inviável), o hoverboard (muito caro em relação aos benefícios que traria à humanidade), um jet-pack pessoal (muito barulhento e de enorme desperdício de energia) e até mesmo o teletransporte (rejeitado por quebrar as leis da física).
E para finalizar confira a entusiasmante palestra no TedTalk dada por Astro Teller, CEO e "Capitão Tiro na Lua".
Verily
Chamada inicialmente de Google Life Sciences, é um braço da Alphabet focado no estudo das ciências da vida (neurociência, biotecnologia, biologia molecular, etc.). Antes da criação da Alphabet o Google Life Sciences era uma divisão do Google X e muito dos projetos abaixo foram desenvolvidos dentro da divisão secreta da empresa.
O grupo de pesquisadores, e o próprio projeto foi formado em julho de 2014 e contava com os melhores de cada área. Havia um expert em ressonância magnética nuclear, um especialista nos efeitos biológicos do câncer e até o diretor do Instituto Nacional de Saúde Mental, que se demitiu do prestigioso cargo especialmente para juntar-se ao novo grupo criado pelo Google.
Um de seus primeiros lançamentos foi aquela famosa colher para portadores de Mal de Parkinson que corrige os tremores e faz com que os pacientes possam alimentar-se sozinhos. O projeto foi criado e desenvolvido por uma startup que o grupo comprou em setembro de 2014, pouco antes do lançamento oficial do produto.
Além da colher e das lentes de contato para pessoas com diabetes - que vimos acima - eles já desenvolveram:
Baseline Study - Um mapa de um corpo humano saudável feito pelo mapeamento do genoma de milhares de pessoas;
Pulseira inteligente - Um acessório não comercializável que só pode ser adquirido através de médicos que irá medir seu pulso, batimento cardíaco, temperatura da pele, exposição à luz solar, níveis de ruídos, etc.
Tricorder - Um dos projetos mais ambiciosos do Google e que pretendia identificar doenças através de uma plataforma de nanopartículas. O Tricorder trabalharia em conjunto com a pulseira que vimos acima. Mas ao que tudo indica, o projeto fracassou.
Além destes produtos próprios a divisão também criou diversas melhorias para robôs cirúrgicos em parceria com a Johnson & Johnson; remédios bioeletrônicos em conjunto com a GaxoSmithKline e monitores contínuos de glicose miniaturizados em parceria com a Dexcom.
Waymo
Também desenvolvido originalmente dentro do Google X, o Waymo existe desde 2009 como um projeto que busca desenvolver um carro autônomo. A ideia é que ele esteja disponível ao público em 2020.
Enquanto isso os testes ocorrem de maneira frenética: Desde 2009 já foram mais de 3 milhões de km rodados tanto em ambientes simulados, quanto em vias reais. E por falar em estradas de verdade, até o final de 2016 foram 14 colisões, sendo 13 delas por culpa dos outros motoristas e nenhuma por conta do software. A primeira demonstração ao público ocorreu em 2015 em Austin, Texas, quando o carro do Google deu uma caroninha para um homem cego.
O sistema utilizado pelos Waymo’s (lasers de reconhecimento espacial, etc.) podem ser facilmente adaptados a qualquer veículo, mas o Google também possui o seu próprio modelo de carro. Este modelo diferencia-se de outros carros autônomos (Tesla, por exemplo) porque não tem nem mesmo um volante ou os pedais de freio e de aceleração. Ele é MESMO um carro autônomo.
Calico
Fundada em 2013, a Calico é uma empresa de pesquisa e desenvolvimento biotecnológico com a missão de combater o envelhecimento e as doenças associadas, como o câncer e a neurodegeneração.
Em seus apenas 3 anos de vida a Calico já conseguiu parcerias importantes e promissoras, como o Centro Médico do Sudoeste da Universidade do Texas e com o Instituto Broad (uma parceria entre os centros de pesquisa médica das Universidades de Harvard e MIT). Calico também mantém parcerias específicas para o estudo do DNA humano e, conquanto o pouco tempo de vida, já testa suas primeiras drogas desenvolvidas.
Alguns anos atrás ela foi alvo de um grande furor na mídia, sendo, inclusive, capa da revista Time com a manchete: "Pode o Google acabar com a morte?", já que esse é um desdobramento inevitável de se parar o envelhecimento e suas doenças.
Google Fibra
Como o nome já sugere, o Google Fibra, fundada em fevereiro de 2010, disponibiliza internet, além de Tv a cabo. Em junho de 2016 havia cerca de 69 mil assinantes de Tv e pouco mais de 450 mil de assinantes de internet.
O diferencial do Google Fibra no concorrido mercado norte-americano são as velocidades, serviços adicionais e, claro, o preço.
Os planos atuais (fevereiro de 2017) incluem um plano "gratuito" (300 dólares no 1º ano e gratuidade pelos próximos 6 anos) com velocidade de download e upload de até 5 Mb/s; plano de 100 Mb/s de download e upload e plano de 1 Gb/s de download e upload. O preço máximo chega a 70 dólares pela internet de 1 Gb, ou 130 dólares caso o assinante tenha também o serviço de tv a cabo.
Além disso há a franquia de 1TB de armazenamento no Google Drive em alguns planos e a possibilidade de gravar até 8 programas de tv ao mesmo tempo no plano que inclui a programação de tv a cabo.
GV
Fundada como Google Ventures, passou a chamar-se GV no momento da criação da Alphabet, e é uma empresa de venture capital, ou seja, uma empresa de investimentos. Ela fornece aportes na modalidade de investimentos semente, investimento inicial e investimento de crescimento.
Com o escopo amplo, a GV investe em startups dos mais variados campos, indo de internet e software a hardware e biologia, transporte, saúde, agricultura, inteligência artificial, segurança digital, etc.
Quando foi fundada em 2009 possuía um capital inicial de 500 milhões de dólares para investimentos. Em 2016 já gerencia mais de 2.5 bilhões de dólares investidos. Responsável por levar a cultura Google para as firmas de investimento (hoje ela está espalhada e é adotada em muitas empresas do tipo) a GV é conhecida pela inovação nas técnicas, como o programa de resolução rápida de problemas, no qual as dificuldades são resolvidas em até 5 dias, não importando quais sejam.
Já falamos da GV aqui no Oficina quando escrevi sobre a máfia do PayPal, já que Steve Chen - um dos fundadores do YouTube (e ex-engenheiro do PayPal) - hoje é um dos principais prospectores.
Alguns nomes nos quais a GV colocou grana incluem Uber, 23AndMe, Cloudera e muitos outros.
Capital G
E já que a GV tem seu ramo de atuação focado nas startups, o Google criou em 2013 a CapitalG (anteriormente chamada de Google Capital), um fundo de investimentos para empresas já estabelecidas que quisessem crescer ainda mais.
Além de dinheiro a CapitalG disponibiliza conhecimentos estratégicos, a cultura Google e cerca de 30 pessoas chave da empresa. No final das contas tudo isso valerá mais do que o próprio aporte financeiro. Até mesmo o CEO Sundar Pichai está entre os conselheiros disponíveis aos escolhidos.
Desde a sua criação foram 25 investimentos das áreas de big data, tecnologia financeira, segurança e e-learning. Alguns dos nomes incluem Airbnb, Snap Inc, SurveyMonkey, entre outras.
Jigsaw
Criada com o nome de Google Ideas em 2010, a Jigsaw é uma incubadora tecnológica dedicada a entender os desafios globais e como a tecnologia pode ajudar a solucioná-los. Os cases incluem contenção aos grupos extremistas, censura online, ciber-ataques e proteção ao acesso da informação.
Alguns dos projetos são:
Project Shield: Trata-se de um anti-DDoS oferecido aos sites que tenham assuntos relacionados à imprensa, eleições e direitos humanos.
uProxy: Uma extensão para Chrome e Firefox que permite aos usuários acessar a internet através de um proxy, ou seja, um endereço IP "falso". Enquanto isso o verdadeiro IP fica maquiado, sendo mais difícil de ser rastreado. O recurso é muito usado em países que censuram a internet dos residentes, pois assim, eles podem acessar a rede normalmente, como se fossem de qualquer lugar do mundo.
Conversation AI: Software de inteligência artificial que busca identificar mensagens de abuso e assédio em comentários da web. Os primeiros testes estão sendo feitos nos fóruns de discussão do The New York Times e da Wikipedia.
Redirect Method: Tecnologia usada para alavancar os resultados de buscas do YouTube e propagandas do Google AdWords a potenciais alvos de recrutamento do ISIS e, então, dissuadi-los das intenções extremistas. O Redirect é baseado em entevistas de ex-membros da ISIS e recrutas presos que dão pistas do que os jovens com vontade de entrar para o grupo, comumente, pesquisam. Segundo os primeiros testes o nível de interação comparado a campanhas convencionais foi de 3 a 4 vezes maior.
Outros projetos ainda incluem alertas de password, identificados de notícias falsas, mapa de ataques digitais, entre outros.
Pois é, o Google está de casa nova, mas o que mais importa é que ele continua crescendo e fazendo nossa vida cada dia melhor. Google a gente te ama.