Parece coisa de teoria da conspiração, mas o Google também tem sua divisão secreta de desenvolvimento de produtos. E não é especulação, não. Seu conhecimento é público, porém, não podemos dizer o mesmo das pesquisas lá desenvoldidas.

Criado em 2010 sob o codinome de Google X, e agora chamado apenas de X, este braço da Alphabet - nova "dona" do Google - teve um início bastante misterioso, principalmente por localizar-se em outro prédio que não o famoso Googleplex para que seus projetos fiquem longe de curiosos O primeiro projeto incorporado já vinha sendo pesquisado desde 2009 e em 2014 já eram 8 deles. De lá para cá nenhuma nova informação "vazou" e o que sabemos é apenas aquilo que o Google divulga oficialmente.

Pistas são obtidas por conta das compras feitas. A X é a responsável por boa parte das aquisições de outras empresas feitas pelo gigante da tecnologia (até o momento o Google já comprou mais de 200 delas). Um exemplo é a DNNresearch, incorporada ao programa de rede neural do Google que veremos mais à frente. Entre os ramos das empresas já adquiridas estão, por exemplo, aquelas que atuam na robótica, turbinas, inteligência artificial, braços robóticos, entre outras. 

Por ser uma divisão semi-secreta os seus projetos sempre foram rodeados de rumores e especulações. Se hoje conhecemos aqueles que já tiveram sua pesquisa terminada e já estão no mercado, aqueles já viraram uma marca separada e tornaram-se públicos e os que foram cancelados, alguns pouco ou nada sabemos, pois continuam em desenvolvimento sob regime de sigilo industrial ou militar (especula-se que o Google esteja trabalhando em pesquisas e desenvolvimento de tecnologias para os militares americanos).

Os trabalhos na divisão são coordenados pelo "Capitão Tiro na Lua", como é chamado o cientista Astro Teller, já que os projetos lá são considerados verdadeiros "tiros na lua", dado sua dificuldade inicial.

Confira um pouco de cada um destes projetos:

Waymo

O projeto que deu o pontapé inicial na X trata-se do famoso carro autônomo do Google, que ninguém conhece pelo nome. Pois bem, o nome dele é Waymo, e o "rostinho" é esse daqui de baixo:

Na chefia do projeto está Sebastian Thrun, o ex-diretor do laboratório de inteligência artificial da Universidade de Stanford, e um dos fundadores do Google Street View.

A história dele com carros autônomos não é recente, já que ele estava no comando do carro Stanley, vencedor do desafio DARPA, organizado pela Agência de Pesquisa em Projetos Avançados de Defesa dos EUA, que ocorreu em 2005 e premiou com 2 milhões dólares o melhor veículo. 

A versão inicial do Waymo era, basicamente, a mesma versão que venceu a competição de 2005.

Foi somente em 2014 que o carro tomou forma de um verdadeiro veículo autônomo, quando o Google apresentou uma versão que não possui nem direção nem pedais de aceleração ou freio.

Com essa versão iniciaram-se, também, os passeios públicos pelas ruas de São Francisco e do Vale do Silício. A primeira demonstração oficial veio logo depois: em 2015, em Austin, Texas, quando o carro do Google deu uma caroninha para um homem cego e cravou a marca da primeira viagem totalmente autônoma em ambiente real (a viagem pode ser vista no vídeo abaixo).

Desde 2009 já foram mais de 3 milhões de km rodados tanto em ambientes simulados, quanto em vias reais. E por falar em estradas de verdade, até o final de 2016 foram 14 colisões, sendo 13 delas por culpa dos outros motoristas e nenhuma por conta do software.

O interessante do sistema utilizado pelos Waymo (lasers de reconhecimento espacial, radares, etc.) é que ele pode ser facilmente adaptado a qualquer veículo (o que não ocorre com os modelos de outras empresas que desenvolvem carros autônomos, como a Tesla, por exemplo). Abaixo, um Lexus utilizando o sistema do Waymo.

O Google pretende começar as vendas em 2020 (a previsão inicial era 2017), mas até lá a estrada é longa ( HE HE ). Em 2014 eles anunciaram que, por conta dos mapas das rodovias americanas, o carro só podia dirigir em 1% da malha do país. Outro probleminha era que ele ainda não havia sido testado em ambientes de neve e chuvas intensas. Informações mais atualizadas sobre estes problemas não foram divulgadas.

O Waymo já não faz mais parte da X, pois foi um dos projetos que tomaram vida própria e desmembraram-se em uma marca independente. Isso ocorreu em 2016.

Glass

Este é sem dúvidas o mais famoso dos projetos da X. Constituía-se em um dispositivo de realidade aumentada que podia ser acoplado a um óculos, fazendo que você tivesse um computador pessoal sempre disponível em seu olhar. O Glass é o primeiro (e por enquanto o único) projeto do Google no segmento dos computadores obíquos.

A pesquisa, coordenada por Jaque Aldrich, foi anunciada ao público em 2012 quando Sergey Brin, um dos fundadores do Google, fez sua apresentação oficial usando um Glass. No ano seguinte ele fez uma fala no TedTalk explicando os objetivos e tudo relacionado ao gadget (confira abaixo com legendas em português).

A intenção do Glass, segundo o Google, era criar um acessório que tornasse um device - neste caso o smartphone - em hands-free, ou seja, permitir o total controle do mesmo sem a necessidade de gestos manuais, além, claro de uma grande interação com a internet, o que poderia tornar o seu óculos em seu próximo notebook.

Com isso o Glass podia fazer fotos e vídeos, fazer buscas na internet, dar direções através do Maps, anotar recados, enviar lembretes, etc. Tudo através de comandos de voz ou movimentos com a cabeça. O desenvolvimento de aplicativos de terceiros para o Glass era gratuito, assim qualquer um podia criar suas aplicações para o gadget. Mais de 30 delas chegaram a ser anunciadas, como a do Evernote e do jornal The New York Times.

Além da câmera e do display ele ainda possuía um touchpad na lateral para controles como avançar e retroceder e deslizar para cima e para baixo em páginas e resultados de busca.

O Glass tinha recursos muito interessantes, como por exemplo, as respostas de busca que eram lidas para o usuário. Através de um "recurso" conhecido como condução óssea o som emitido pelo aparelho diretamente no crânio do usuário, ficando assim, praticamente inaudível para as demais pessoas do ambiente.

As aplicações externas iam além disso. Companhias desenvolveram usos médicos, como uma database de procedimentos cirúrgicos na visão do cirurgião, um app que auxiliava mães inexperientes na hora da amamentação e até uma plataforma de treinamento para cirurgias. Outros usos do Glass incluíam fins jornalísticos, esportivos e militares.

O projeto chegou a ser concluído e entrou em fase de vendas nos Estados Unidos em 2013 por cerca de US$ 1500, mas infelizmente não deu tempo de chegar por aqui, pois logo que foi lançado começou a sofrer duras críticas acerca de questões sobre privacidade e segurança pública, principalmente no que dizia respeito às pessoas que poderiam ser filmadas ou fotografadas sem consentimento, ou até mesmo ter suas conversas gravadas.

Alguns estabelecimentos chegaram, inclusive, a colocar avisos de "Proibidos Google Glass neste ambiente", criando as Google Glass free zones.

Por conta disso o Google descontinuou o projeto em 2015. No entanto, alguns testadores receberam suas cópias após pagar os 1.500 dólares, entre eles alguns brasileiros. Ainda hoje o Google Glass pode ser comprado em sites como Amazon e Ebay por menos de 900 dólares.

Wing

Você conhece aquela história de entregas via drone? Pois é justamente a isso que a Wing propõe-se: encomendas chegando na porta da sua casa nas grandes metrópoles através do ar, driblando problemas como o congestionamento e fazendo o processo em uma fração do tempo que seria o habitual.

De acordo com o conceito do modelo do Google os veículos levantam verticalmente - como um foguete - e depois ficarão em posição horizontal para chegar até seu destino. Na hora da entrega ele para no ar e desce os pacotes através de uma corrente. Para saber se o mesmo alcançou o solo, no final desta corrente há uma série de sensores e componentes eletrônicos que, além de identificar o toque do chão, irá soltar o pacote e depois recolher-se novamente ao interior do veículo. Os "lançamentos" de carga foram descartados por motivos de segurança.

No momento em que fora anunciada (em 2014) o projeto já estava em desenvolvimento secreto por mais de 2 anos, sendo testado na Austrália.

Em agosto de 2016 o Google recebeu o aval do governo americano para começar os testes no país. A ideia é que os drones comecem a ser usados comercialmente ainda em 2017.

Google Brain

Considerado como o maior sucesso do X até hoje, o Google Brain - depois renomeado para DeepMind ao se tornar um projeto independente - é um projeto de pesquisa em inteligência artificial que já tem seus resultados presente em diversos produtos da empresa, como no Android, mais especificamente nos recursos de identificação por voz, na busca de fotos do Google+ e nas recomendações de vídeo do YouTube.

Segundo o Capitão Tiro na Lua, somente o valor de mercado do Google Brain já é suficiente para cobrir todos os custos (de todos os projetos) da X até hoje. Nota-se que ele não é pouca coisa, não.

Ele começou lá em 2011, como um trabalho de tempo parcial de alguns funcionários do Google e de um professor de Stanford. Já no ano seguinte eles conseguiram, em apenas 3 dias, fazer com que 16 mil processadores conseguissem imitar o funcionamento do nosso cérebro e com sucesso reconhecer uma imagem de um gato entre 10 milhões de imagens capturadas aleatoriamente do YouTube.

Os resultados iniciais deram ânimo para o Google, que investiu pesado no Brain, mais especificamente 650 milhões de dólares. Esse foi o valor pago, em 2013, pela compra da DNNResearch, uma empresa inglesa de aprendizagem profunda, um campo da informática que pesquisa algoritmos que buscam aprender coisas da mesma forma como nosso cérebro aprende.

O grande trunfo da DNNResearch foi que ela desenvolveu uma inteligência artificial capaz de aprender a jogar videogames de uma maneira muito similar àquela que nós humanos aprendemos. Em 2016 seu software derrotou um jogador profissional (e humano) de Go, um jogo oriental de estratégia considerado mais difícil para as máquinas do que o xadrez já que contém um número muito maior de possibilidades e impossibilita o método de força bruta que eles usam.

Outro ponto fundamental da pesquisa do Google e que o diferencia das outras inteligências artificiais avançadas (como o Deep Blue ou Watson, ambos da IBM) é que ela trabalha com base na experiência de qualquer evento, podendo aprender, praticamente, qualquer coisa, enquanto os demais são limitados a aprender somente aquilo que foram programados a juntar dados e fazer análises.

Além de implantar essa inteligência em máquinas, um dos objetivos da companhia é entender questões do cérebro humano que ainda são um mistério, entre outras aplicações que impactam diretamente a vida dos seres humano.

Através de parcerias a tecnologia já é usada para analisar, por exemplo, o nosso olho e procurar nele traços indicativos de doenças que possam levar à cegueira, ou então, para diferenciar tecidos saudáveis dos cancerígenos.

O DeepMind é um dos projetos que a comunidade científica mais "bota fé" e que mais pode nos trazer benefícios.

Loon

Projeto ambicioso que quer levar internet a qualquer pessoa do mundo, em qualquer canto do planeta, através de uma rede conectada por balões flutuantes na estratosfera - entre 18 e 25 quilômetros de altura. Os balões terão roteadores atrelados que irão ter a tarefa de espalhar o sinal.

A ideia é que estes balões fiquem acima das linhas meteorológicas (nuvens de chuva, de neve, etc) para que não sofram com as intempéries e assim seja possível levar internet de forma "fácil" aos 5 bilhões de pessoas que ainda sofrem com o acesso precário.

Como eles trabalharão com dados LTE, qualquer pessoa no mundo poderá acessar a rede dos balões do Google, basta ter um smartphone nas mãos. Cada balão tem uma cobertura de 5 mil quilômetros quadrados.

Ambicioso, não? Pois foi por conta da dificuldade da empreitada que o projeto recebeu esse nome ("loon" pode ser traduzido como "uma maluquice").

Feito de polietileno, cada balão (do tamanho de uma quadra de tênis) é construído para durar mais de 100 dias na estratosfera antes de retornar ao solo de forma controlada no instante exato em que outro balão entra em seu lugar e, assim, o fluxo de dados possar continuar sem interrupções. Os balões são projetados e fabricados para sobreviver às condições da estratosfera em que os ventos podem passar de 100 km/h, oscilações drásticas de temperatura, que podem chegar a -90° C e a fina atmosfera, que oferece pouca proteção contra a radiação UV.

Para serem manobrados o Google contará com a própria natureza. Tudo que eles terão de fazer é identificar qual a corrente de vento e velocidade necessária para chegar até o ponto desejado. Depois basta direcionar o balão para ela e o restante é com a força dos ventos. A pouca energia que ele consome neste processo é gerada por painéis solares e estará armazenada em uma bateria.

Balão trocando de corrente elísea

O projeto começou em 2011, ainda que não oficialmente, e em 2013 cerca de 30 balões estavam sobrevoando a Nova Zelândia para testes. O primeiro beneficiado foi um fazendeiro do país que precisava pagar mais de 1 mil dólares mensais para uma conexão via satélite.

E como o Brasil é um dos países mais mal-servidos de internet no mundo, tivemos a honra de receber o primeiro teste com dados LTE (dados móveis de celular, como o 4G). O evento ocorreu no Piauí entre maio e junho de 2014. Aliás, foi no estado nordestino que caiu um dos primeiros balões também.

Um dos quesitos básicos para que o projeto torne-se um sucesso é o tempo de permanência dos balões no ar, e ele vem sendo aumentado constantemente. Atualmente o recorde é de mais de 6 meses, ou, 187 dias para ser preciso. Nesse tempo ele sobrevoou 19 países e percorreu mais de 122 mil Km, ou, 1 terço da distância da Terra à Lua.

Os resultados do Loon já podem ser vistos na prática. O Sri Lanka, na África, por exemplo, foi o 2º país no mundo a ter cobertura 4G em todo o seu território após assinar um contrato com o Google em 2016 (o 1º foi o Vaticano, que tem a extensão de menos de 450 metros quadrados). Outros locais que já contam com o projeto incluem a Indonésia que usa a tecnologia para conectar suas mais de 17 mil ilhas.

Além de baratear o custo para os consumidores finais, um dos objetivos do Google é ajudar países da África e Ásia que não podem custear a cara instalação de quilômetros e quilômetros de cabos subterrâneos.

Quem se interessar pode conferir o site do projeto (em português, já que os balões do Google estão sobre nós, literalmente).

Makani

Um projeto sempre precisa começar com um problema a ser resolvido. No caso do Makani o problema que demandava uma solução é a produção de energia limpa para todos. Mais do que justo.

A solução encontrada foi revolucionar através de pipas. Isso mesmo, pipas. Daquelas que ficam voando no céu (tá certo que ela parece com um avião, mas ainda assim trata-se de uma pipa mesmo).

A ideia do Google é criar uma engenhoca que funcione como uma turbina movida pelas forças do vento e que assim gere energia limpa e abundante. Por estar voando - e não fixa ao solo, como as turbinas eólicas atuais - ela poderá flutuar diretamente para as maiores altitudes, onde se encontram as correntes de vento mais fortes.

Outro problema - que você confere abaixo - do modelo atual de energia eólica e que o Makani promete resolver é que para gerar mais energia nos moldes atuais as turbinas eólicas "normais" precisam ser cada vez maiores, mais altas, mais pesadas, mais complexas e mais caras. O pior de tudo é que elas devem estar em um local que tenha ventos constantes de 20 a 28 km por hora. Menos de 15% da área total do planeta têm esses predicados.

E aí que entra a ideia. Com o dispositivo do Google substitui-se toneladas de aço por uma pipa composta de componentes eletrônicos leves, materiais avançados e software inteligente. A pipa ficará presa a uma corda que lhe permitirá subir a uma altura de até 350 metros. Lá em cima ficará dando voltas por conta de sua aerodinâmica que a levará constantemente aos melhores ventos. Cada pipa dessas irá gerar até 50% mais energia do que uma turbina convencional e detentora de todos os contratempos acima.

O projeto data de 2006, criado pelo Departamento de Pesquisas Avançadas em Energia e em 5 anos a pipa criada por eles evoluiu de uma pipa de tecido que fazia testes em solo para uma pipa de alta performance com um sistema de geração de energia a bordo. Isso tudo chamou a atenção do Google que o comprou em 2013 e o integrou ao X.

Além destes projetos em fase de desenvolvimento há aqueles que começaram com um mistério dentro da Google X, tiveram suas pesquisas e desenvolvimento concluídos e agora estão sendo (ou quase) comercializados:

Lentes de contato do Google

Lentes inteligentes que ajudam pessoas com diabetes a estarem constantemente medindo o nível de glicose através das lágrimas. Trata-se, resumidamente, de um minúsculo chip e um sensor de glicose que se conecta através de redes sem fio (a antena é da ordem de nanômetros, menor que a espessura de um fio de cabelo).

A lente possui um pequeno buraco que capta um pouquinho das lágrimas que o sistema ocular produz para lubrificar o olho e faz as medições necessárias. A empresa não descarta, também, a possibilidade de colocar Leds para indicar situações que precisem de atenção.

Quando anunciado - em janeiro de 2014 - o Google disse que já trabalhava, secretamente, no projeto há, pelo menos, 18 meses. Atualmente elas estão prontas, ou pelo menos em partes. No momento o Google aguarda a liberação da FDA, o órgão que regula o comércio de medicamentos e afins nos Estados Unidos para começar as vendas. Enquanto isso eles incentivam terceiros a criarem apps e softwares que irão entregar as informações em tempo real aos usuários e aos seus médicos.

No atual modelo e em condições favoráveis os testes mostram que são possíveis medições a cada segundo, porém, o Google disse que ainda não sabe como ela se porta em condições climáticas de muito vento e com olhos que produzem poucas lágrimas. 

Enquanto isso especialistas dividem opiniões se as lentes são de fato benéficas. Enquanto alguns dizem que elas são bem menos invasivas por não ter a necessidade de fazer coletas de sangue diárias, outros questionam se o nível de glicose da lágrima pode ser medido com a mesma precisão do sangue.

Hoje as lentes de contato fazem parte do Nanodiagnostics, um grupo de projetos que busca desenvolver soluções para a saúde, como pílulas que detectam o câncer. Estas iniciativas, por sua vez, fazem parte da Verily, um braço independente da Alphabet.

E por fim há uma última categoria: os projetos que foram cancelados ou nem saíram do papel. 

Barge

Construídas entre 2010 e 2013 e conhecidos desde 2013, as Barges são 4 barcaças do Google de mais de 2 mil e 500 toneladas cada e que comportam estruturas semelhantes a prédios, contêineres, além de antenas e demais aparatos.

Desde o seu primeiro "avistamento" as especulações correram soltas, indo desde a ideia de um data center flutuante até lojas ou espaços que seriam usados para marketing do Glass. No entanto, não muito depois o Google veio a público e contou a verdade sobre as embarcações: Ser um espaço interativo onde as pessoas poderiam aprender sobre tecnologia.

O projeto, porém, não se desenvolveu. Em 2014 o Google vendeu a última das suas 4 Barges após ter trabalho com as altas - e dispendiosas - regulações da marinha americana. Contudo, mesmo após as explicações, alguns ainda apostam que essa possa ter sido a primeira tentativa de criar um data center flutuante, já que o Google detém uma patente sobre o assunto.

Foghorn

O projeto atacava um problema muito em voga: a emissão de gases e o aquecimento global. Tendo em vista que mais de 15% dos gases que alimentam o efeito estuda vem da queima de combustíveis de carros, caminhões e aviões o Google tomou uma atitude radical e resolveu criar um combustível alternativo. Assim surgiu, em 2013, o Foghorn.

E quem acha que uma quebra de paradigma como essa é impossível: Eles conseguiram.

Sim, em 3 anos de pesquisa o projeto Foghorn criou um combustível feito de água do mar que é livre dos carbonos nocivos ao meio-ambiente. Infelizmente o complicado processo de fabricação deixava o galão do combustível custando algo entre 8 e 16 dólares enquanto a gasolina convencional tem o preço girando em torno de 2 dólares.

O Google acreditava que em 5 anos de pesquisa conseguiria alcançar o valor de 5 dólares por galão, o que o tornaria competitivo no mercado nórdico, onde este é o preço normalmente pago, porém o investimento era alto demais para ser custeado pela X.

Vendo que o produto não tinha competitividade nos moldes atuais e que uma pesquisa de 5 anos não era racional, o Google aposentou o projeto em janeiro de 2016.

Calcifer

Projeto que durou menos de 1 ano e, em certo ponto, é similar ao anterior.

Neste o Google tentava encontrar um ponto intermediário entre o caro, porém veloz, sistema de transporte aéreo e o barato, porém lento, transporte marítimo e com isso incluir as economias mais modestas no fluxo de comércio mundial.

A empresa anunciou que o projeto tinha viabilidade técnica, porém o custo extremamente alto de um protótipo os fez abandonar a empreitada alguns meses após o pontapé inicial.

O Calcifer durou tao pouquinho que nem teve tempo de registrar uma boa imagem para ilustrar este artigo =(

Estes são todos os projetos conhecidos e, de alguma forma postos em prática. Porém há também aqueles rejeitados, como eles um elevador espacial (atualmente inviável), o hoverboard (muito caro em relação aos benefícios que traria à humanidade), um jet-pack pessoal (muito barulhento e de enorme desperdício de energia) e até mesmo o teletransporte (rejeitado por quebrar as leis da física).

Lembrando mais uma vez que como trata-se de uma divisão semi-secreta de desenvolvimento é bem provável que haja empreitadas até então desconhecidas, além das pesquisas "genéricas", como internet das coisas e baterias mais duráveis.

E para finalizar confira a entusiasmante palestra no TedTalk dada por Astro Teller, CEO e "Capitão Tiro na Lua".