As grandes empresas de tecnologia tentam a todo o custo aperfeiçoar os seus mecanismos de aprendizagem de máquinas para melhorar o seu software, tal processo, inclusive, tende a ser muito centralizado. Companhias como Google e Apple costumam recolher informações de como o usuário utiliza os seus aplicativos, e a partir de então, treinam os seus algoritmos com os novos dados adquiridos. Para o usuário final, o resultado chega em forma de fotos mais nítidas na câmera do celular, melhora na função de pesquisa, entre outras.
O método de aperfeiçoamento costuma ser muito eficaz, porém, a coleta é extremamente demorada. Além disso, não é o ideal para a privacidade dos usuários, já que as empresas precisam armazenar dados de seus clientes em seus servidores. Para contornar a situação, o Google está experimentando um novo método de treinamento de IA chamado "Federated Learning".
A abordagem desse tipo de aprendizagem está direcionada a descentralização do trabalho da inteligência artificial. Assim, em vez de coletar dados do usuário em um lugar nos servidores do Google e algoritmos de treinamento através dele, o processo de ensino acontece diretamente do dispositivo do usuário. Em suma, o processador central do celular está sendo usado para ajudar a treinar o AI do Google.
O Google, atualmente, está testando o Federated Learning através de seu aplicativo de teclado, o Gboard, em aparelhos Android. Assim, quando o Gboard mostra que os usuários sugerem pesquisas do Google baseados em suas mensagens, o próprio aplicativo irá lembrar quais as sugestões eles usaram para o conhecimento e quais foram ignoradas.
As informações costumam ser usadas para personalizar os algoritmos do aplicativo diretamente nos aparelhos dos usuários. As alterações acabam sendo enviadas para o Google, que emite uma atualização para o aplicativo para todos os usuários.
De acordo com uma postagem no próprio Google em seu blog, a abordagem possui vários benefícios, sendo mais privado e os usuários não precisam aguardar uma atualização do Google. De acordo com o Google, o sistema foi simplificado para garantir que ele não interfira com a vida útil ou mesmo o desempenho da bateria do seu telefone. Vale notar que o processo funciona apenas quando o aparelho está "inativo, conectado e em uma conexão sem fio gratuita".
"O Aprendizado Federado permite modelos mais inteligentes, menos latência e menos consumo de energia, tudo isso assegurando privacidade", disseram os cientistas McMahan e Daniel Ramage.
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