Há anos atrás, poucas pessoas sabiam da existência das tempestades solares. O assunto começou a ser mais discutido nos últimos anos e com isso, as pessoas começaram a buscar mais informações sobre o tema.

As tempestades solares sempre existiram, não começaram agora, como muitos acreditam. A diferença é que nos dias atuais os meios de comunicação estão divulgando mais esses acontecimentos e as informações nos chegam de forma mais precisa.

O que é e como surge uma tempestade solar?

O sol, no período de 11 anos, passa por um período de turbulência e também calmaria. De acordo com os estudos, esses ciclos estão associados a invernos rigorosos em alguns países, verões extremamente secos e até oscilações no nível de lagos. O período de turbulência do sol é caracterizado pelo surgimento de imensas manchas na sua superfície, algumas com mais de 300 000 quilômetros de diâmetro.

A partir dessa situação, surgem explosões na sua superfície, expelindo assim, uma grande quantidade de partículas elétricas, estas que pode, inclusive, atingir a Terra. A Terra, por sua vez, possui uma blindagem natural para estas partículas, para tanto, elas são capazes de entrar na ionosfera que está carregada eletricamente. Ao entrar na ionosfera, as partículas afetam o campo magnético da Terra movimentando-se em uma trajetória espiral que costuma acompanhar as suas linhas de força.

O que são manchas solares?

No ano de 1611, logo após a invenção do telescópio, Galileu Galilei conseguiu realizar suas primeiras observações sobre as manchas solares. Assim, entre os anos de 1645 e 1715, poucas manchas foram observadas. Somente no ano de 1843, o então astrônomo amador Samuel Heinrich Schwabe, constatou que o número de manchas na superfície do sol obedeciam um ciclo de 11 anos, tendo alterações em sua quantidade.

Assim, quanto mais manchas, maior o número de erupções solares. As manchas solares são as zonas mais frias do sol, na qual servem como intensos campos magnéticos que atraem e também acumulam uma camada de plasma que não deixam sair os prótons e elétrons que são emitidos, assim, quando a pressão não suporta mais, ocorre uma explosão, a chamada erupção solar.

Que danos uma tempestade solar pode ocasionar?

Após uma erupção solar, a radiação emitida pode chegar à Terra em uma ou até duas horas, logo, a nuvem repleta de partículas energizadas podem atingir o nosso planeta por alguns dias. Isso faz com que seja provocada uma tempestade geomagnética. Nestes casos, a radiação acaba atingindo a baixa atmosfera e cria cargas elétricas isoladas que são descarregadas, provocando assim, interferências eletromagnéticas.

Em setembro de 1859, grande parte do nosso planeta sofreu as consequências de uma tempestade solar. Vários incêndios foram registrados na ocasião e as linhas telegráficas dos Estados Unidos e Reino Unido ficaram sem utilização. Além de tudo, o belo espetáculo das auroras boreais, que podem ser vistas somente nas regiões árticas, foram registradas também em Roma e no Havaí. Já em março de 1989, a cidade de Quebec, no Canadá, cerca de seis milhões de pessoas foram atingidas por um imenso apagão que durou 90 segundos. Em Montreal, a rede elétrica ficou paralisada por mais de nove horas. As perdas em decorrência da falta de energia foram mais de centenas de milhões de dólares.

Assim, as tempestades solares podem ocasionar diversos problemas para a humanidade, como interferência nos satélites, prejudicando assim a comunicação (incluindo celulares, internet, sistemas de aeroportos, etc.), bem como, no pior caso, um apagão. Para tanto, não somente consequências negativas são registradas com as tempestades solares, belos espetáculos costumam surgir com as auroras boreais e austrais.

Como as previsões são feitas?

No ano de 2010, a NASA lançou o Laboratório de Dinâmica Solar, na qual envia imagens do Sol para os cientistas em tempo real. Assim, as tempestades solares podem ser previstas com uma margem de erro de apenas 13 minutos.

O único problema é que o equipamento não é capaz de enviar a intensidade da tempestade solar, somente pode relatar o tamanho. Assim sendo, é praticamente impossível prever o efeito eletromagnético que poderá ocorrer na Terra em um primeiro momento. Somente após atingir um outro equipamento da NASA, o Explorador Avançado de Composição, que os cientistas poderão realizar a medição da intensidade. Assim, com apenas uma hora de antecedência, os cientistas poderão prever o que realmente será afetado.

Vale lembrar que os cientistas alertaram sobre a grande incidência de tempestade solares entre os anos de 2012 e 2013, o que já vem sendo registrado desde o início deste ano. Felizmente nenhuma consequência negativa foi registrada desde então, mas não estamos livres de algum efeito.

Vídeo de uma tempestade solar de janeiro de 2012