Nesta quarta-feira (13), a Qualcomm anunciou que fez um acordo para adquirir a Nuvia, uma empresa conhecida no ramo da tecnologia, principalmente no segmento de redes 5G. O valor investido pela Qualcomm é de US$ 1,4 bilhão, e o principal objetivo da empresa é ampliar e aprimorar o desempenho de suas futuras CPUs, que permitirão atingir um novo nível tecnológico.
Esta ação faz parte de uma estratégia que visa a liderança absoluta da Qualcomm, o que permitiria melhorias de performance e eficiência energética para conseguir atender a alta demanda que as redes 5G estão proporcionando, o que inclui fornecer componentes para diversos parceiros líderes de mercado que fazem parte do ecossistema da Qualcomm, como a Samsung, Google, Microsoft, Sony, LG, ASUS e outras mais.
Os planos da Qualcomm basicamente giram em utilizar a tecnologia da NUVIA em diversos setores como smartphones, laptops e infraestrutura de rede. Dessa forma, a companhia pode conseguir aumentar o desempenho dos seus chips de uma forma que consuma menos energia, pontos vitais para o sucesso no mercado de rede 5G que a Qualcomm tornou prioridade.
Quem é a NUVIA?
Fundada em fevereiro de 2019 por três dos ex-executivos da Apple, a NUVIA é uma empresa de tecnologia a nível mundial no ramo de processadores de alto desempenho, sistemas em um chip conhecidos como SoC, e gerenciamento energético para seus componentes. Na página oficial da empresa, o foco destacado pela companhia é de reimaginar o design de chips para ambientes de computação que exigem alto desempenho.
O principal objetivo da companhia é focar na construção de produtos que possam ser capazes de fornecer os melhores atributos de desempenho computacional e eficiência energética, justamente para suprir a demanda que o mercado necessita, ainda mais com o avanço da tecnologia de redes 5G.
O que a NUVIA faz?
Embora seja uma empresa novata no mercado, desde a sua fundação, a NUVIA apresentou ao mundo um novo conceito de tecnologia, o que inclui componentes que poderiam ser aproveitados em diversos segmentos da tecnologia. Os responsáveis pelo projeto da empresa são os veteranos da indústria Gerard Williams III, John Bruno e Manu Gulati, que possuem uma vasta experiência no setor ao trabalhar em parceria com a Google, Apple, Arm e AMD.
A NUVIA tem se mostrado capaz de contar com várias equipes de design de CPU em todo o setor, e recentemente tem trabalhado no desenvolvimento de um núcleo personalizado apelidado de "Phoenix". O grande objetivo da empresa com esse projeto, segundo ela mesmo, era de superar significativamente a concorrência tanto no desempenho bruto quanto na eficiência de energia, no entanto, devido aos processos que a empresa levou, principalmente da Apple, o projeto perdeu um pouco de sua credibilidade.
Com isso, embora a NUVIA seja uma empresa dotada de muito talento no ramo da tecnologia, isso não foi o suficiente para manter viva o mundo dos negócios, e por consequência, a empresa precisava ser adquirida por outra grande companhia do ramo, o que acabou acontecendo hoje.
Qual o rumo que a Qualcomm pretende atingir?
Com a compra sendo concretizada, a Qualcomm planeja utilizar os processadores da NUVIA de forma muito mais ampla, o que poderia ser oferecido para alimentar smartphones, laptops de próxima geração, sistemas de infoentretenimento, entre outras áreas.
Hoje em dia, o que já acontece há muitos anos, é a liderança da Intel no fornecimento de processadores de diversas fabricantes de notebooks. A Qualcomm, por sua vez, também já fornece chips para computadores para empresas como Samsung e Microsoft, por exemplo. Mas ao se juntar com a NUVIA, isso poderá ser utilizado de forma muito mais ampla, atingindo fabricantes de diversos países.
Panos Panay, diretor de produtos da Microsoft, disse que também está otimista com esse acordo entre NUVIA e Qualcomm.
"É emocionante ver a NUVIA se juntar à equipe da Qualcomm. Seguindo em frente, temos uma oportunidade incrível para capacitar nossos clientes em todo o ecossistema Windows."
Outro ponto importante, é que adquirindo a NUVIA, a Qualcomm consegue reduzir a dependência da de componentes da Arm, outra empresa do ramo de microprocessadores e que está sendo comprada pela Nvidia Corp, rival da Qualcomm, por US$ 40 bilhões.
A diferença entre os dois componentes é que a maioria dos chips atuais da Qualcomm utilizam núcleos de computação licenciados diretamente pela Arm, enquanto os núcleos da NUVIA usam designs personalizados. Essa jogada é bem parecida com o que a Apple fez, ao encerrar a parceria com a Intel, para fabricar seus próprios chips M1 para os novos Macs.
Resumindo, a Qualcomm está procurando aproveitar as CPUs da NUVIA para substituir de vez o ATUAL IP da CPU Cortex da Arm, e a partir daí, poderá obter uma certa vantagem no quesito de termos de desempenho. Isso mostra que a Qualcomm confia que os projetos e o roteiro da CPU da NUVIA podem ser competitivos ou que até sejam melhores que sua agora concorrente Arm.
Fonte: Qualcomm.
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