Review headset Pichau P852 ATRIA | O brabo tem nome

A Pichau começa o ano de 2022 com uma série de lançamentos, e você pode apostar que iremos analisar todos eles. Já checamos o mouse novo, Pichau Hive S, dá uma conferida aqui se você tiver interesse em mouse gamer.

Eles lançaram dois headsets sucessores ao famoso P851, o P852-ATRIA e o P852-VEGA. Na review de hoje, analisaremos o ATRIA, a sua construção externa, o som, o microfone e o conforto de uso. No final teremos uma rápida conclusão com o veredicto: Esse headset vale ou não o investimento? Partiu pra review.

Construção Externa

O P852 ATRIA é um headset do tipo over-ear (circumaural) com as ear cups fechadas. A primeira impressão que tive é de que se tratava de um produto grande, forte e robusto - sensação que prevaleceu durante o meu tempo de uso com ele. Já usei diversos headsets, e poucos aparentam ser tão fortes quanto o P852 ATRIA.

No quesito design, a funcionalidade faz parte do estilo. Apenas partes que ficam em contato direto com o usuário são forradas, o restante é cru e frio. O frame do headset é feito de um alumínio, com acabamento em aço escovado.

O formato é muito similar ao antecessor P851 e ao HyperX Cloud Alpha S Blackout - tão similar, que eu arriscaria dizer que eles provavelmente dividem o mesmo maquinário na linha de produção.

A parte superior do fone contém espuma forrada em tecido na parte do contato com a cabeça. O revestimento por fora é feito de um material que imita couro, e o nome "Pichau" encontra-se em letras plastificadas.

O frame que suporta as ear cups é feito de um plástico forrado com um material emborrachado fosco. Nenhuma parte do headset é de plástico brilhante, o que dá um aspecto bem premium ao produto. Nas laterais dos ear cups temos o detalhe da pomba, símbolo da Pichau, em acabamento preto, sem relevo.

Um comentário que vale a pena ser feito é de que esse fone combinaria perfeitamente num ambiente de reunião virtual de empresa, já que o mesmo não possui nenhum detalhe "gamer" exagerado. Show de bola.

Cabo e conexões

Temos uma excelente notícia. O cabo do P852-ATRIA é removível. Característica que em minha opinião devia ser padrão em todos os headsets acima de R$200 reais, mas não é. Citando o marketing da Pichau: "Certificando conforto e segurança [...] a adrenalina nunca mais fará com que você rompa o cabo do seu headset por acidente". O segundo headset lançado pela Pichau, irmão desse aqui, o P852-VEGA, não possui essa característica de cabo removível, por exemplo, apesar de custar mais que o ATRIA.

O cabo principal do headset é em entrada P3. A caixa acompanha um splitter extensor para conectarmos no desktop, com microfone e fone em cabos separados (verde e rosa). Essa é uma excelente característica, pois adiciona maior portabilidade ao headset. Numa viagem, por exemplo, você vai utilizar apenas o curto cabo P3 no seu smartphone, tablet ou notebook. Também é possível conectá-lo ao controle de console, se o mesmo for compatível com P3. No computador, você adiciona a extensão, o cabo fica longo e divide as entradas em fone e microfone. Versatilidade que não está presente na versão com RGB, o P852-VEGA.

Esse modelo não possui DAC imbutido, se for utilizá-lo de forma convencional, ficará à mercê da estrutura de áudio da placa mãe de seu smartphone, notebook, PC, etc. Se você quiser utilizá-lo de outra forma, com um DAC externo, por exemplo, o Vitor escreveu diversos artigos que vão te ajudar nessa missão.

Os fios expostos que conectam um fone ao outro são de estilo paracord, o que me deixou muito feliz. É um reforço necessário numa das partes mais frágeis do headset, aumentando sua longevidade.

No fio existe um pequeno controlador de volume e um switch para mutar e desmutar o microfone. Esse switch é plástico muito duro e desconfortável. Se precisar mutar o seu microfone, é ideal que você tenha uma hotkey no teclado, não conte com esse botão externo. Mas para uma emergência, ele está aí.

Estou bem satisfeito com a construção externa. Obviamente, só o tempo dirá o quão durável ele realmente é, mas pela sua construção, diria que esse headset aguenta bastante abuso. Claro que isso vai de opinião, mas eu pessoalmente achei ele bem bonito. Encaixaria muito bem num setup "all black" gamer sem RGB - tendência que vem crescendo.

Conforto

As almofadas são feitas de pano e não senti desconforto ao usá-lo por longos períodos de tempo. Acompanha outro par de almofadas na caixa, mas essas são feitas de um material sintético que imita couro, inferior ao tecido das que já vem pré instaladas no produto. Apesar disso, as almofadas de tecidos tendem a ter uma durabilidade maior, então é improvável que você faça a mudança.

Som

Vamos para a parte mais importante da review. Estarei realizando os testes de som através da entrada P3 conectada a um notebook. Já vou avisando que meu ouvido não é dos melhores, não consigo apontar com precisão os graves médios e agudos - mas estou acostumado a jogar e escutar música em monitores de audio da Edifier, então é com base nisso que estarei avaliando a qualidade o audio desse headset.

Gaming

No Counter Strike: Global Offensive eu consegui ouvir certinho os passos dos inimigos e localizá-los com exatidão. Agora, não sei se dou créditos ao fone ou ao próprio CS:GO que evoluiu sua arquitetura de áudio em updates recentes, mas o problema que eu tinha com os disparos serem muito altos e os passos baixos não está mais presente. Os tiros continuam impactantes, mas você pode sim aumentar o volume para ouvir passos sem ficar surdo quando o tiroteio começar.

No Apex Legends o fone funciona muito bem em te auxiliar a descobrir de qual direção os disparos estão vindo. No GTA V não encontrei discrepâncias. O fone é simplesmente bom, funciona como devia. No quesito de jogo, não decepcionou, mas também não surpreendeu.

Música/Entretenimento

O som vaza fácil pelas almofadas de tecido, então se o estiver usando em um ambiente de escritório ou próximo de outras pessoas, é melhor deixar o som bem baixinho para evitar olhares estranhos de seus colegas (hehe). Não cheguei a assistir nenhum filme ou série com ele, mas em músicas eu o achei bom. O grave é um tanto quanto fraco e sem graça - não acaba preenchendo tanto quanto eu gostaria. Os vocais ficam bem nítidos em relação aos outros instrumentos e você consegue perceber detalhes e a riqueza das mixagens, mas obviamente, não tanto quanto monitores de audio e fones high-end. No geral, o fone é bem potente e não perde a qualidade de áudio em volumes mais altos, característica de fones baratos.

Microfone

O audio do microfone do ATRIA é satisfatório e cumpre bem a sua função. Você pode usar o headset inteiro para atender ligações no seu celular, por exemplo, já que o mesmo usa entrada P3. Útil também para atender ligações importantes em home-office, por exemplo. Mas a função principal desse headset é jogo, e posso te garantir que seus amigos irão escutar as calls com clareza. Escute só:

Software

No momento, a Pichau ainda não disponibilizou software para esse headset. Assim que sair, atualizaremos a review.

Conclusão

Eu não compraria um P852 ATRIA agora. É um headset excelente, mas o preço de lançamento encontra-se muito salgado. Ao invés dele, levaria um produto que a Pichau provavelmente está tentando se livrar dos estoques, o modelo antecessor, P851.

A principal diferença entre eles são as almofadas e o cabo removível. As almofadas do P851 não são de tecido, mas sim de courino - e seu cabo é fixado permanentemente no fone. Fora isso, o P851 aparenta ser tão bom quanto, tem RGB, e está custando atualmente R$329,00 à vista. Já o ATRIA lançou custando R$449,90.

Nessa faixa de preço, o ATRIA possui uma concorrência poderosa, principalmente da HyperX. Temos modelos como o Cloud Core e o Cloud II - em promoção, eu diria que estes valem mais a pena o seu investimento.

Se você acha que vale a pena pagar essa diferença de valor para ter um produto mais atualizado, vá em frente. Estará levando para casa um headset de qualidade, que vai satisfazer tanto suas necessidades com jogos, musica e ligações de trabalho. Mas não pense que está levando para casa um fone cujo objetivo é providenciar a melhor experiência audiofilica. Ele é focado em jogos, e nisso se sai perfeitamente bem.