Review Redragon K621 Horus | Copiou, mas não fez igual

Já fazem alguns anos que testamos o famoso Logitech G915 TKL aqui no Oficina da Net. Na época, reclamamos que o preço do teclado era alto demais no Brasil: custava cerca de R$1500. Hoje, podemos encontrá-lo por R$899 à vista. Ao meu ver, continua caro demais para um teclado que já está ficando ultrapassado em alguns aspectos, como ainda utilizar cabo micro-USB e ter os switches soldados na PCB.

Talvez exista uma forma de conseguir algo parecido com o G915 por um preço bem menor: o K621 Horus TKL, um teclado low profile sem fio da Redragon. Visualmente, ele aparenta ser uma cópia descarada do teclado da Logitech, mas custa bem menos, eu o comprei por R$379 no Aliexpress. Será que essa imitação consegue ser tão boa, ou até melhor que o original? Após utilizá-lo por cerca de três meses, chegou a hora de escrever a análise completa.

Por quê comprei esse teclado?

Testo e comparo teclados gamers e de escritório há anos, dos high-end até os baratinhos de escritório, sempre a procura do melhor custo benefício para quem, assim como eu, utiliza mouse e teclado para trabalhar e jogar.

O Redragon K621 Horus é um teclado TKL (significa que ele não possui Numpad), low-profile e completamente sem fio. Eu escolhi o modelo branco por dois motivos, estética (achei mais bonito que as outras versões) e pelo fato das teclas serem em plástico PBT ao invés do ABS dos outros modelos. Também optei pela versão com switches Reds lineares, na minha opinião não faz sentido ter um bump tátil num switch com tão pouca distância de viagem.

Ficha Técnica Redragon K621 Horus TKL

• Tipo de switch: Mecânico
• Switch: Redragon Red Low-Profile
• Anti-ghosting: Sim - Desconhecido
• Impressão das keycaps: Impressão Double-shot
• Material das keycaps: Plástico PBT
• Layout: ANSI
• Tamanho: TKL ou 80%
• Possui software?: Sim
• Possui descanso para pulso?: Não
• Grava macros?: Sim

Redragon K621 Horus - Veja aqui a ficha técnica completa

Construção Externa e Design

A primeira impressão que tive do K621 não foi boa: o teclado é extremamente leve, como se estivesse vazio por dentro. Depois fui descobrir que é por causa da bateria miníscula dentro dele. Mas apesar de ser leve, é um teclado bem rígido, não dobra com facilidade. Sinto confiança em transportá-lo por aí.

Na parte superior temos cinco botões destinados a macros, uma rodinha de volume, quatro botões de multimídia e um botão que alterna a função da rodinha para volume/brilho do RGB

Também temos o logo RGB da Redragon num grande visor, o que eu particularmente achei feio. Estraga o visual sóbrio do restante do teclado e não pode ser apagado individualmente.

Na parte traseira temos um slot magnético para guardarmos o dongle USB do teclado, dois parafusos visíveis, dois pés emborrachados inferiores e dois pés emborrachados superiores com apenas um ajuste de altura. Gostei da qualidade do plástico da parte inferior, é bem denso e bom de manusear. Os pés de borracha mantém o teclado firme na mesa.

Conexões

O K621 pode ser usado de três formas diferentes:

• Com fio, através do cabo USB-C que usamos para também carregar a bateria do teclado;
• Bluetooth, podendo parear e alternar entre até três dispositivos ao mesmo tempo;
• 2.4Ghz, através do dongle USB que acompanha o produto.

Fiquei decepcionado com a potência do sinal da conexão através do dongle: a distância é curtissima e eu sofri com instabilidade do sinal durante os jogos. Tive de usar um cabo extensor para deixar o dongle bem pertinho do teclado. Vale mencionar que meu computador fica bem próximo ao teclado, e esse era o único dispositivo wireless conectado no momento.

Fora isso, para alternar entre conexões é muito fácil e instantâneo: basta apertar as teclas FN + 1, 2, 3, 4 ou 5.

Teclas e Switches

Esse teclado não está presente no mercado brasileiro, então as teclas estão no padrão americano ANSI. Não temos a tecla "Ç" e faltam alguns acentos. Para mim, isso não é problema, já que estou acostumado a utilizar teclados nesse padrão. As teclas são feitas de plástico PBT e a impressão é double-shot. Uma pena que a Redragon tenha utilizado essa fonte "gameficada". Deixa o teclado menos bonito, na minha opinião.

É um teclado com teclas baixas (low-profile): o ponto de atuação é mínimo e elas logo encostam no fundo. A experiência de digitar num teclado low-profile se assemelha bastante a de um teclado de notebook, mas com uma sensação tátil melhor por ter switches mecânicos. Já que eu planejava também utilizar esse teclado no escritório, optei pelos switches Redragon reds lineares, que são bem mais silenciosos que os blues.

Esse teclado possui hot-swap, ou seja, podemos arrancar os switches e trocá-los manualmente sem solda. A Redragon envia junto numa caixinha quatro switches extras para substituição, caso você precise.

Cabo

O cabo é USB-C, de borracha e mede 1,50m. Infelizmente não temos um cabo paracord ultra-flexível aqui, mas tudo bem, já que você só utilizará o cabo enquanto carrega o teclado. Na ponta temos um adaptador removível USB-C para USB-A, o que dá bastante versatilidade para o teclado.

Bateria

Assim que peguei o K621 Horus pela primeira vez eu notei que ele pesa bem menos que o G915 da Logitech. O motivo disso é a bateria. Não consegui encontrar exatamente quantos mAh ela tem de capacidade, mas com certeza não é suficiente. Com o RGB ligado, o teclado dura cerca de 12 a 24 horas de uso numa carga, o que é rídiculo. É difícil testar exatamente quanto tempo a bateria dura, já que o teclado entra em modo suspensão após 50 segundos de inatividade (esse tempo não é configurável e não temos a opção desligá-lo).

Já com o RGB desligado a carga dura muito mais tempo: eu o carrego uma vez a cada duas semanas, aproximadamente.

Iluminação;

Confesso que usei pouca a iluminação desse teclado, já que gasta muita bateria e desliga sozinha a cada 55 segundos.

Com as teclas FN + INS trocamos o efeito e FN + DEL as cores. A velocidade do efeito é FN + SETAS. Para controlar o brilho você precisa pressionar um dos botões superiores - ele alterna a rodinha entre controlar volume ou brilho.

O RGB não tem nada de especial, é daqueles que encontramos em teclados baratos. Funciona, mas não espere nenhuma fidelidade de cores. O branco é rosa, o amarelo puxa para o verde e o RGB do logo "Redragon" fica numa tonalidade diferente dos leds das teclas.

Software

O software é aquele genérico de sempre que estamos acostumados a ver em todos teclados chineses. Podemos baixá-lo aqui. Mesmo assim, vou deixar uma pequena galeria para os curiosos. Aqui podemos trocar os mesmos efeitos RGB pré-programados no teclado (não é possível configurar efeitos customizados). Também não podemos remapear funções de teclas. A gravação de macro pode ser feita no software ou manulmente, através de comandos no teclado.

Comparação com o Logitech G915 TKL

Visualmente ele se assemelha muito ao G915 da Logitech, mas as semelhanças acabam aí, no design. Por baixo do capô, é um produto completamente diferente.

O teclado da Redragon é melhor que o da Logitech em alguns aspectos e pior em outros: O principal é a qualidade das keycaps e switches: eu prefiro mil vezes jogar e digitar no teclado da Redragon. As teclas são firmes - não chacoalham. O fato de ser USB-C ao invés de micro-USB também é uma vitória. Mas o K621 perde na qualidade da carcaça, duração de bateria e qualidade da rodinha de volume.

Experiência de uso: Motivos para comprar

O maior ponto positivo desse teclado é, sem dúvidas, a experiência de digitação. As teclas são macias e confortáveis de se digitar, os switches são ótimos e os estabilizadores funcionam perfeitamente. Essa é a parte que mais importa para o meu uso, já que trabalho digitando textos e passo boa parte do meu tempo livre jogando. Os switches low-profile são muito silenciosos, bem parecidos com um teclado de membrana.

O fato do teclado ter três tipos de conexões diferentes, bluetooth, USB e 2.4Ghz, o tornam bem versátil e útil. Ao usar multiplos dispositivos, posso, por exemplo, usar o teclado no celular, notebook e desktop ao mesmo tempo, alternando entre conexões com simples atalhos no teclado. Essa troca entre dispositivos funciona de forma instantanea, sem travar.

Experiência de uso: Motivos para NÃO comprar

Mas nem tudo é positivo nesse teclado. Honestamente, eu até senti vontade de devolver ele no primeiro dia de uso. São vários pontos negativos:

• A rodinha de volume é extremamente barata e desconfortável de usar;
• A iluminação do logo da "Redragon" é feia e não pode ser desligada individualmente;
• O software é bem genérico;

Mas o motivo principal para não comprar é o fato do teclado desligar após 55 segundos de inatividade. Esse tempo não é configurável, então você está lá assistindo um vídeo e o RGB do teclado simplesmente apaga. Além de ser uma distração chata (a luz apagando o tempo todo), a rodinha de volume NÃO LIGA o teclado novamente. Ou seja, se você está assistindo algum conteúdo e precisa mudar o volume, é necessário primeiro apertar uma tecla para tirar o teclado do modo suspensão. Isso atrapalha meu uso diariamente e ainda não acostumei.

A Redragon não dá a opção de configurarmos o modo suspensão pois a bateria do teclado é minúscula, não chega a durar 12 horas com o RGB no brilho médio. Então se for utilizá-lo sem fio é melhor manter o RGB desligado.

Veredito

O Horus vence o G915 em alguns aspectos e perde em outros. Pode ser uma opção interessante se você planejar utilizá-lo apenas cabeado OU com o RGB desligado. Por alguns dólares a mais, temos teclados famosos de marcas como Keychron, Akko e Epomaker. Assim que eu tiver algum disponível, testo e faço review aqui. No momento, apesar dos obstáculos, continuo usando o Redragon K621 Horus diariamente para digitar e jogar. Apesar dos problemas, é o meu teclado favorito até o presente momento.