Este ano a Motorola se superou novamente, trouxe ao mercado nacional uma cartela enorme de aparelhos que contemplam os orçamentos mais limitados e também aos bolsos ‘sem limites’. Para se ter uma ideia dessa diversidade, basta conferir os QUATRO modelos de Moto G apresentados durante o ano (Moto G5, G5 Plus, G5s e G5s Plus). Isso falando apenas do modelo mais adquirido no mundo. A marca também oferece opções mais baratas como o Moto E4 e Moto E4 Plus, além no novo Moto C - modelo de entrada.
Já para aqueles que querem desempenho com aparelhos premium, a Motorola apostou na renovação com o Moto Z2, Z2 Play e o novo Moto Z2 Force. E é sobre este aparelho que vamos papear hoje!
Fino, elegante, Premium e muito potente. O Moto Z2 Force tem, na teoria, tudo que um usuário exigente quer em um smartphone - desempenhar qualquer atividade pesada com facilidade e também ser resistente para sofrer quedas/batidas e ainda bonito (normalmente resistência não está associada a produtos finos, leves e bonitos).
Para explicar melhor o quanto a versão ‘Force’ dos aparelhos Motorola evoluíram com o tempo, vamos refrescar nossa memória. A primeira edição parruda da Motorola chegou no final de 2014 - aqui no Brasil como Moto Maxx. Embora este produto tivesse um dos interiores mais competentes da época, sua carcaça parecia de anos atrás. Ele era ‘gordo’ e com botões capacitivos ultrapassados. Se liga no Review dele aqui.
Já em 2015 a Motorola lançou o Moto X Force, uma versão potente internamente e ao mesmo tempo resistente por fora, sem aumentar muito a espessura do aparelho. Veja o Review em texto e vídeo do Moto X Force aqui.
No ano passado houve uma grande renovação de design nos aparelhos top de linha da Motorola e o Moto X deu lugar ao Moto Z. A novidade abriu um leque para explorar a presença dos ‘Moto Snaps’ e a modularidade oferecida pelo Moto Z deu credibilidade e opções para os usuários.
Por isso, comprovando que a ideia deu certo, a Motorola lançou este ano o Moto Z2 e o Moto Z2 Play - junto deles chega agora o Moto Z2 Force.
Design
Aquela ideia de um aparelho resistente ter uma carcaça avantajada cai totalmente por terra quando você abre a caixa do Moto Z2 Force e segura o smartphone na mão pela primeira vez. Aliás, fiz o Unboxing dele aqui. Ele é fino (apenas 5,99 mm de espessura), mas ainda traz a protuberância das câmeras na traseira. Se você usar ele sem um snap, vai apoiar as costas dele diretamente no flash, fazendo com que ele não fique plano sobre as superfícies.
Uma das novidades deste modelo é a presença das duas câmeras de 12MP na parte traseira, elas acompanham o Flash dual LED e os sensores de foco - tudo isso na mesma área elevada. Um pouco mais abaixo está a logo tradicional da Motorola. Mais abaixo, a área de contato com os Moto Snaps (é por ali que é feita a comunicação entre o Power Pack incluso no pacote que recebemos, o Power Edition).
O corpo do aparelho é de alumínio 7000 - um material muito resistente e ao mesmo tempo leve; dessa forma é possível acomodar os componentes internos dos hardware em uma carcaça fina, sem comprometer a segurança e resistência. A face traseira possui superfície lisa e é escura muito bonita.
Nas laterais há botões apenas do lado direito do aparelho, onde estão os controles de volume e de Ligar. Já no topo, fica a gaveta para inserção do cartão SIM e também o Cartão microSD de até 2TB. Também é possível ver uma entrada para o microfone que elimina os ruídos externos em ligações.
A entrada USB-C fica na parte de baixo e ela também funciona como entrada para os fones de ouvido - um adaptador para tal está na caixa do produto.
Olhando pela frente do Moto Z2 Force você verá a câmera frontal de 5MP no canto superior esquerdo, bem ao lado do alto-falante - que por sua vez, fica ao lado do flesh dualLED para a câmera frontal.
Um dos detalhes mais importantes do Force é a presença da ShatterShield - uma proteção de cinco camadas do Display de 5,5 polegadas. É visível esta proteção se você passar o dedo nas bordas do aparelho (uma sensação de que há cantos vivos), no alto-falante e no leitor de impressões digitais na parte inferior da tela. À noite, com a tela ligada, você pode até ver a iluminação do display pelo vidro excedente.
Essa proteção acaba tirando um pouco o ‘brilho’ dos cantos arredondados, você passa o dedo da traseira em direção à parte frontal e nota facilmente a aderência áspera do ShatterShield.
Particularmente sou mais favorável a smartphones com tela menor (talvez até 5,2" ou os novos padrões com 5,8" e proporção 18,5:9 da Samsung, por exemplo), mas confesso que o Moto Z2 Force é tão fino que a largura de 76 mm não me incomodou. A pegada é boa para quem tem mãos grandes, mas pode atrapalhar pessoas com mãos menores.
Pegada boa, mas não do tipo que permite a você fazer todas as atividades com apenas uma das mãos. Liberar o aparelho com a impressão digital na frente é moleza, agora, acessar a central de notificações ou aplicativos no alto da tela é possível apenas se você correr o risco do aparelho deslizar em sua mão. Sabe aquele ‘mindinho’ de segurança na parte de baixo? Então…
Na grande maioria das vezes você vai usar o Moto Z2 Force com as duas mãos - uma para segurar o smartphone com firmeza e outra para manusear. Outra possibilidade plausível é utilizar o aparelho na horizontal, mas das duas, uma: Eu não tenho essa skill ou não dá pra fazer isso com apenas uma das mãos.
Se você estiver com o Snap da bateria conectado, então, fica pesado e mais complicado - embora dê um pouco mais de segurança.
No geral o Moto Z2 force é um dos aparelhos com melhor acabamento disponíveis no mercado brasileiro, sua construção fina é elegante e sofisticada. Ressalvas para a protuberância que acomodam as câmeras e impedem que o aparelho fique todo colado sobre a superfície de uma mesa, por exemplo. No mais, não há reclamação que possa desmerecer a beleza deste aparelho.
Display
Um dos pilares para classificação de um aparelho top de linha é a apresentar uma tela de cores vivas e definição elevada. O Moto Z2 Force vem com um display de 5,5 polegadas QuadHD (1440x2560p) Super AMOLED, praticamente a melhor opção da atualidade. Há anos o LED é mais efetivo no desempenho e mais eficiente no consumo de energia que o LCD IPS - claro que isso representa um produto final mais caro, mas neste caso não estamos contando migalhas, não é mesmo?
Ainda atrasada na onda dos smartphones de telas ‘infinitas’, o Moto Z2 Force possui largas faixas pretas na parte de cima e de baixo da face frontal. A parte mais crítica está na parte de baixo, onde está o leitor de impressões digitais e nada mais. Os botões de Voltar, Home e Gerenciador de aplicativos são digitais e ocupam um espaço precioso do display.
Talvez neste caso fosse interessante os botões capacitivos, embora a melhor opção seria mesmo que a tela fosse maior. Em contrapartida, as bordas pretas nas extremidades dão uma margem de sangria interessante na hora de segurar o smartphone com as mãos, você pode apertar na área sem medo de pressionar algum botão desastradamente - como ocorre constantemente no Galaxy S8, por exemplo.
Já que falamos da Samsung, o modelo top de linha da marca tem uma opção que pode ser sentida no Moto Z2 Force, trata-se da opção para escolher a resolução da tela (esta opção abriria um leque de opções para economia de energia).
Mas e a proteção, funciona mesmo?
Em resumo é seguinte: quando mais duro, menos riscos e mais chances de estilhaços. Quanto mais maleável, mais riscos, porém, menos chances de trincar e estilhaçar.
De qualquer forma eu utilizo os smartphones que recebemos como se fossem meus e isso inclui colocar acidentalmente chaves junto do aparelho no bolso, por exemplo. Nestes pouco mais de 10 dias em que estou com este aparelho, não constatei nenhum risco, muito menos trincados. Thumbs up!
Bateria
Eu confesso que talvez eu não seja o cara mais indicado para explorar todas as forças de uma bateria de smartphone. Há anos tenho o costume de espetar o aparelho na tomada todas as noites, mesmo que a bateria ainda suporte mais algumas horas sem precisar fazê-lo. O Moto Z2 Force possui 2730mAh que prometem garantir a autonomia de um dia inteiro sem ameaças. Mesmo assim, a presença do Power Pack incluso no kit Power Edition (2220mAh) - ou adquirido separadamente na loja oficial da marca por R$ 399,00, garante uma autonomia de dois dias corridos sem precisar de uma tomada.
Fiz alguns testes para ver qual era o melhor método de consumo combinado entre o Snap e sem. Primeiro sem o apoio do Power Pack, cheguei por volta das 23h com mais de 30% de bateria. Tal nível me permitiria chegar até o meio dia seguinte sem que a preocupação tomasse conta. Se neste ponto você optar por encaixar o Power Pack no Moto Z2 Force, com pouco mais de uma hora, novos 60% de bateria estarão disponíveis para consumo - permitindo assim que você faça o que precisa e chegue a tempo de colocar tudo para carregar de novo.
Em outro cenário tirei da tomada o smartphone conectado ao Snap e permaneci até o fim do dia. Como experiência, no horário habitual das 23h eu estava com o Snap totalmente descarregado, porém com a bateria acima dos 90%.
Além de tudo isso, ainda há o carregador de 15W para acelerar o processamento de carregamento e que garante seis horas de autonomia com 15 minutos na tomada (evidente que a marca não conta com o uso de caras como você aí, que está lendo este review e vive pendurado nas redes sociais).
Desempenho
O que esperar do modelo mais potente da marca para este ano? Nada menos que o máximo desempenho nos testes de benchmark, nos games e com milhões de aplicativos abertos ao mesmo tempo, certo? Bom, o Moto Z2 Force é tudo isso. Quer dizer, quase tudo isso.
Comparando com os smartphones cadastrados aqui no sistema do Oficina da Net, o Moto Z2 Force ocupa a 4ª colocação do Ranking dos melhores. E posicionando o Galaxy Note 8 - recém lançado pela Samsung - lado a lado com Z2 Force nós podemos ver a grandiosidade que a Motorola oferece para seus usuários. São processadores distintos, mas que ocupam o mesmo nível de qualidade e desempenho, a mesma quantidade de memória RAM e a mesma tecnologia utilizada no Display (salvo pela proporção 18,5:9 da Samsung).
O Snapdragon 835 é o modelo top de linha da Qualcomm. Ele possui oito núcleos de processamento, que trabalham com Clock Speed de 2.5 GHz. O chipset conta ainda com a placa gráfica Adreno 540. Este conjunto é o melhor do mercado.
Nos testes de benchmark o Z2 Force chegou aos 179064 pontos, uma marca bastante expressiva. Mas o que isso representa na prática? Simplesmente significa que o aparelho não vai engasgar, não vai travar, não vai esquentar demais, tampouco vai fazer você repensar o salgado investimento na compra do produto.
Durante a reprodução de games você terá todo tempo do mundo para se preocupar em resolver os puzzles, passar de fase, vencer a corrida e não terá de se irritar com quedas de frames, superaquecimentos e qualquer outro problema ‘de classe média’ dos smartphones.
Caso semelhante pode ser notado quando você tem muitos aplicativos abertos, aliás, nem dá para notar que você esqueceu tanta coisa funcionando em segundo plano.
Muito dessa leveza vem dos 6GB de memória RAM que auxiliam a comunicação entre o armazenamento interno de 64GB e o processador. Como as informações são transportadas com extrema rapidez, não há espaço para travamentos.
Junto da gaveta dos nanoSIM, você ainda pode optar por inserir um cartão de memória de até 2TB - tudo isso somado aos serviços de armazenamento em nuvem existentes, dá tranquilidade de o usuário compreender que o Moto Z2 Force é um relacionamento a longo prazo.
Redes e Conexões
Além dos Moto Snaps, você pode se conectar à redes GSM/GPRS/EDGE, UMTS/HSPA+ e 4G LTE. O Moto Z2 Force possui ainda Bluetooth 4.2, Wi-fi 802.11 2.4GHz e 5GHz, NFC, GPS, A-GPS e GLONASS.
Sensores
Android 7.1.1 Nougat
O Moto Z2 Force ainda não recebeu a atualização para o Android Oreo, mas isso está longe de ser um problema. O Android 7.1.1 Nougat - incorporado com o Sistema Motorola Mobile - faz um trabalho excelente, fluído, didático e bonito. É o mais próximo que você terá de um Android puro. São pouquíssimos aplicativos desnecessários para fazer volume na carteira. Claro que ainda há os aplicativos do Google, mas estes eu tenho quase certeza que são muito usados.
Esse sistema limpo da Motorola é muito bom, evita personalizações fúteis e, muitas vezes, feias. Em resumo é um ótimo sistema, você não sentirá falta de outras coisas.
É à prova d’água?
Não. Nenhum smartphone é, na verdade. O que ocorre é que alguns contém a certificação IP68 - que dá resistência para suportar até 30 minutos mergulhado até 1,3 metros de profundidade. O Z2 Force não possui tal habilidade, ele apenas possui um nano-revestimento repelente à água. Portanto, nada de sair fotografando mergulhos por aí.
Câmeras
Fechando o ciclo dos pilares que fazem um smartphone ser bom está o conjunto de câmeras. Mais que ‘megapixels’, é preciso um sensor de qualidade, uma lente adequada e velocidade para fazer os cliques.
O Moto Z2 Force possui uma câmera frontal de 5MP, ângulo mais aberto para acomodar os amiguinhos naquela selfie em grupo, abertura f/2.2 - que é boa, mas não tem a capacidade de deixar aquele desfocado bonitão nos retratos -, Flash dual LED com balanceamento de cores, modo profissional pouco utilizado e, a mais inútil das ferramentas, o embelezamento.
Por outro lado - literalmente - as câmeras frontais possuem ambas 12 megapixels e sensores Sony Exmor IMX 386. Um deste sensores possui lente grande angular? Não, ela serve para você tirar fotos em P&B com muito mais qualidade. De fato as fotos em Preto & Branco ficam ótimas. O tamanho máximo das fotos é de 12MP em 4:3, mas a câmera também aceita fotos de até 1,4MP na proporção 1:1.
Tem também o modo de profundidade para dar o efeito de desfoque fora do objeto focalizado. Funciona razoavelmente bem. E o modo Profissional? É limitado. Eu gostaria de ver um tempo de exposição de até 15 segundos, como há no Zenfone 4 =/.
Se o seu assunto é vídeo, com a câmera traseira, dá para fazer vídeos em até 4K com 30fps, FullHD 60fps/30fps, HD 60fps e VGA 480p 30fps. Mas a feature mais bacana, segundo minha avaliação, é o modo de câmera lenta em HD 240fps e FullHD 120fps.
Vale a pena?
- Tela inquebrável
- Smartphone modular
- Apesar de inquebrável, ela risca fácil
- Pouca bateria
Se vale a pena comprar um smartphone com 6GB de memória RAM, o melhor processador da atualidade, 64GB de armazenamento interno + possibilidade de um cartão microSD de até 2TB, câmeras excelentes, fino, com display magnífico, é resistente à quedas e não vai quebrar a tela? Poxa, se não vale a pena comprá-lo então nada vai valer a pena.
Há talvez três elementos que podem - e muito - pesar na hora de você fazer sua escolha. A tal da fragilidade para riscos que a tela tem (você certamente vai riscar a tela), o preço elevado (R$ 2.999,00 no Moto Z2 Force e R$ 3.199,00 no Moto Z2 Force - Power Edition) e o gosto pessoal ou a familiaridade com a marca.
Onde comprar nos dias atuais?
Nesta faixa de preço há concorrentes no mercado que dão uma boa dor de cabeça ao usuário indeciso, como o Galaxy S8, S8 Plus, Note 8, iPhones 7, 7 Plus e 8. Tem ainda o LG G6 que é bom, mas fica um pouco abaixo no quesito ostentação. Muita gente por aí considera menos importante você ter um Moto Z2 em detrimento de um iPhone, ou ainda em ter um Android em vez do iOS. Se você não é esse cara, o Moto Z2 Force pode ser atender a todas as suas necessidades.
HOJE eu não teria toda essa grana, mas jamais vou desconsiderar o Moto Z2 Force como um dos melhores smartphones do ano - que certamente terá ótimo desempenho por vários anos. Pense nisso!
Mas eu quero é saber a sua opinião sobre o produto. Gostou? É muito caro? Não vale a pena?
😕 Poxa, o que podemos melhorar?
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