Lançado mundialmente no dia 19 de abril, três versões de Moto G chegaram. A volta do Moto G6 Play, que foi abandonado na quinta geração, a versão tradicional G e o aparelho testado aqui, o G6 Plus.
Ano passado a Motorola lançou o Moto X4, o telefone se tornou base para a nova geração de aparelhos da fabricante. E não era para menos, fora alguns problemas iniciais de câmera frontal, o X4 é um excelente telefone para o que se propõe. O revestimento de vidro, conjunto duplo de câmeras, em design remodelado.
Design - Moto G6 Plus
Foi usando a estrutura do Moto X4 que a Motorola lançou o Moto G6. Ele só não foi totalmente copiado, digamos assim, pois algumas tendências de 2018 se fizeram necessárias, como por exemplo, a tela em formato 18:9.
Agora com bordas muito reduzidas, e não adotando a tendência do entalhe, a Motorola manteve o design característico da marca com cantos arredondados. A traseira se parece com um robôzinho, onde estão localizados os sensores da câmera. Aliás, a protuberância das lentes é grande, mesmo com a capa que acompanha o produto, ela fica saltada para fora.
Ah, agora todos os aparelhos estão vindo com capas, ruim para os fabricantes destes produtos, bom para o consumidor que não precisa comprar. Seria essa capinha que acompanha o telefone um redutor de vidros quebrados? Creio que sim. Muito mais barato para as marcas enviarem uma capa junto, animando o consumidor, do que ouvir críticas pela fragilidade da face traseira. Uma decisão acertada ao meu ver.
O grande problema que eu percebo ao "obrigar" os usuários a utilizar uma capa, afinal, a traseira de vidro exige, é que você nunca vai ter o telefone nas dimensões que ele foi concebido. A capa geralmente cresce o produto, deixando os grandes telefones ainda mais desajeitados.
Se você é leitor dos meus reviews, verá por diversas vezes eu preferindo traseiras em metal. Eu quero um telefone resistente a pequenas quedas, que não precise de capa. Se eu gostasse delas, compraria um iPhone.
Voltando ao design do Moto G6 Plus, posso dizer que foi um dos desenhos mais bonitos que a Motorola já fez. A cor indigo, que é um azul marinho escuro, é elegante.
A face frontal do aparelho, manteve as bordas. Na superior, estão o sensor da câmera, alto falante de chamadas, sensor de proximidade e o flash frontal. Após a tela, temos o sensor de impressões digitais, na borda inferior. É a Motorola manteve ele na frente, mudou o design, tornando ele pequeno. Também há o microfone de chamadas na face frontal. Algo diferente.
Nas faces laterais, apenas à direita vemos os botões de volume e desligar. Enquanto na área de cima, tem um microfone de captação de ruídos, e o slot de cartões SIM. Já na parte inferior, apenas o jack p2 e a entrada usb do tipo C. Onde foi parar a saída de som? A multimídia, está no alto falante de chamadas, por esse motivo não há saída de som, na parte de baixo do telefone. Vou falar sobre o som, mais abaixo.
A traseira do telefone conforme já comentei, existe o círculo (rosto de robô), onde estão localizados os dois sensores da câmera, e o dual led flash.
Confesso que gostei bastante do design do aparelho, mas o tamanho dele não foi lá tão bem aproveitado. Com dimensões de 159.9 x 75.5 x 7.99 mm e peso de 165 gramas. Não usar notch para aumentar a tela, tornou o telefone grande.
Eu sei que o nome dele é PLUS, mas a ASUS conseguiu colocar uma tela de 6,2 polegadas em um corpo com altura 1,9 mm menor. A Samsung pôs tela de 6 polegadas no A6+ e A8+ com mesmo tamanho. Certamente poderiam ter diminuído a borda de baixo, aquele logo da Motorola está ali para que? As pessoas não compram um Motorola para fazer propaganda.
HARDWARE - Moto G6 Plus
Bem, se o design melhorou, o hardware não poderia ficar para trás. Ele evoluiu no processador, tela, bateria e memórias.
Tela - brilhante, viva e nítida
A tela com 5,9 polegadas, IPS, FULLHD+ (2160x1080) e densidade de 407 ppi. Confesso que gostei dela. Me parece mais nítida, viva e brilhante que a geração anterior. E não é por menos, são 800 nits de luminosidade da tela, 1459 é taxa de contraste, muito alta para um smartphone do preço.
E apesar de ter aumentado em apenas 6 pontos por polegada na densidade de pixels, esse visor me pareceu com nitidez maior do que seu antecessor. Ela ainda perde para telas OLED, mas se saiu muito bem.
Processador e memórias
O processador do Moto G6 Plus é um Snapdragon 630. Octa-core, com 4 núcleos de 2.2GHz e 4 de 1.8GHz, tende a ser mais econômico que o 625 empregado na versão Plus do G5. Além da velocidade de conversa com a memória ram que é superior.
As memórias do G6 Plus são 4GB de RAM e 64GB de ROM, 1GB a mais de RAM e o dobro de armazenamento interno. 64GB hoje são essenciais para quem deseja manter o smartphone por pelo menos uns dois anos.
Desempenho do Moto G6 Plus
No quesito desempenho posso partir por dois caminhos. O primeiro é o uso cotidiano em telas do Android, redes sociais e apps. Nesse sentido, o telefone se saiu muito bem. Não há engasgos e lentidão.
Em jogos mais leves a performance também foi agradável. O parâmetro mais recente é o game PUBG, nele, automaticamente o jogo setou os gráficos para o mínimo. Até aumentei para o máximo, a caráter de teste, mas foram perceptíveis os travamentos e perda de quadros. Portanto, para rodar o game de forma "saudável", as configurações mínimas são recomendadas.
Veja agora os relatórios de benchmarks:
Som - mono, mas bom
O som do Moto G6 Plus é aprimorado por Dolby Audio, um "app" que gerencia e equaliza o áudio que sai pelo alto falante de mídia. A qualidade sonora é agradável, a opção de poder equalizar música, vídeos e mesmo som de jogos é algo que eu gostei. Ele emite em torno de 76dB em música, 2 a mais que o Moto X4, 82dB em chamada de voz, quase 15 a mais que o X4. No volume máximo, não há distorções de som.
O lado bom de empregar uma qualidade sonora no smartphone, é a chamada de voz. Sabe, aquela tradicional ligação que os smartphones ainda fazem? Ela se torna mais nítida e ouvir o que a outra pessoa está falando de forma clara é ótimo.
Poderia ser melhor? Sim. O G6 Plus poderia ter alto falantes estéreos. Uma outra saída de som, mesmo que mais baixa ajudaria ainda mais na qualidade e dimensionamento do som. Quem sabe esse ponto seja empregado em um flagship da marca em 2018.
Câmeras do Moto G6 Plus
Com 12MP+5MP, temos um conjunto a lá Moto X4 para servir o G6 Plus. O sensor de 12MP é obviamente o principal, enquanto o de 5MP serve para criar o efeito de fundo desfocado, ou modo retrato, como preferirem chamar. A lente principal tem 78º de ângulo de visão, abertura f/1.7, enquanto a de 5MP traz abertura f/2.2.
A qualidade da imagem melhorou conforme eu conseguia me adaptar melhor a câmera. Sim, as primeiras imagens que fiz, quase mudaram o rumo da análise de câmera deste telefone. Em ambientes externos, as fotos ficam bem boas, um pouco saturadas demais, mas com nitidez ok para o preço do smartphone. As cores também, se aproximam da realidade em ambientes bem iluminados.
HDR está presente, mas cuidado para não borrar a foto. Esse foi um problema que encontrei no telefone. O preview da foto, aquela imagem que aparece na tela antes de você clicar para fotografar, é um tanto quanto lento. Sim, já vi diversos telefones que apresentam um lagzinho, mas no G6 Plus é maior. Pode ser que você não note isso, mas eu notei. Portanto, segure bem o aparelho para não borrar.
O software da câmera foi desenvolvido pela Motorola, conta com alguns modos de imagem, que são facilmente trocados por um ícone que está na tela. Conta também com modo Profissional, que a Motorola chama de Manual, aliás decisão acertada, pois profissional, as câmeras de smartphones estão alguns anos luz de distância.
Achei um modo interessante que é o reconhecimento de objetos, que captura o objeto, usa internet para reconhecer ele, depois mostra resultados de busca sobre a captura. Outros smartphones já fazem isso, mas precisava salientar que ele também está na lista.
A câmera frontal com 8MP, abertura f/2.2 faz boas selfies. No escuro elas pixelizam sim, mas ainda posso considera boas. O software conta com um modo de selfie em grupo, você centraliza o telefone, clica, e depois arrasta para um dos lados, depois para o outro, similar a fazer imagens em 360º. Funciona muito bem. O problema foi não contar com modo retrato na câmera frontal.
Vídeo: a gravação em 4K a 30 fps, ou 1080p a 60 ou 30fps não me agradaram muito. Principalmente pela câmera contar apenas com estabilização eletrônica de imagem. As cores até são boas, mas a nitidez nem tanto. Ah, mas eu vou fazer apenas vídeos para enviar no WhatsApp. OK, a câmera vai ser suficiente para você.
As câmeras me deram um trabalho para chegar ao veredicto. Nos primeiros detalhes das fotos iniciais eu havia sido exigente demais com o telefone. Fui percebendo aos poucos que conseguia tirar mais proveito das câmeras. Não exija demais do telefone que custa menos de 1800 reais, infelizmente.
Bateria que aguenta o tranco
Um ponto que me surpreendeu. Ela cresceu 200 mAh, em conjunto com o Snapdragon 630 e o Android Oreo, foi possível manter 2 dias de uso normal. Sem utilização excessiva de vídeos, ou dados de redes móveis, eu consegui ficar um final de semana inteiro, usando o telefone quando as notificações me alertavam, navegando por páginas e redes sociais.
Assistindo vídeos, conseguimos 11:02 horas intermitentes, usando rede wifi, brilho automático em 50%, padrão de nossos testes. Os dois últimos smartphones que testei, Galaxy Note 8 e Zenfone 4 Max, obtiveram 9:45h e 14:05h de vídeos, respectivamente. Posso dizer que em comparação com o Note 8, ele se saiu bem nesse quesito, já contra o Zenfone 4 Max, melhor ainda, são apenas 3 horas de diferença para baterias de 3200 mAh contra 5000 mAh do aparelho da Asus.
Carga: se a bateria aguenta o tranco, o carregador precisa ajudar. Estamos falando de um turbo charger de 15w, padrão 2017, que em 30 minutos é capaz de carregar cerca de 35 a 40% da bateria. E em cerca de 1:50h a 2h você terá os 100%. Já vimos carregadores mais rápidos por aqui, mesmo assim é bom o suficiente.
Software do Moto G6 Plus - Android Oreo
Android Oreo, Motorola. É, faz algum tempo que o software da Motorola deixou de ser um "Android Limpo", e não é desmerecer o trabalho da fabricante, muito pelo contrário. As ações, no sentido literal, ajudam muito nas tarefas do dia-a-dia. Virar o telefone com a tela para baixo e ele entrar em modo não perturbe, as tradicionais chacoalhada para ligar a lanterna e torcer duas vezes para abrir a câmera, quem para de usar um Motorola sente falta das facilidades.
Além das ações, tem o Moto Tela, que quando ativa, vai diminuir a luz azul durante a noite, para "chamar o sono". Vai manter a tela ligada, enquanto você estiver com o rosto de frente para o smartphone e as notificações com tela desligada que basta apertar o dedo para ver mais informações, descartar ou mesmo responder sem desbloquear o aparelho.
Ah, quase esqueci, o Moto Voz, ainda em beta. Parece que todas as fabricantes agora precisam de um assistente de voz personalizado, com seu nome estampado. O Moto Voz é ruim, não compreende perguntas simples como "vai chover hoje?". Eu sei que não deveria falar da Bixby aqui, mas o Moto Voz chega a ser pior que ela. Ainda bem, que a Motorola estampou um BETA no ícone, por esse motivo acredito que estejam trabalhando MUITO para melhorar o projeto. Na minha opinião, todos os assistentes ainda servem mais para atrapalhar, do que realmente ajudar nas tarefas básicas.
Veredicto do Review do Moto g6 Plus
O G6 Plus sem dúvida foi o melhor Moto G que já usei/testei. O design é um ponto forte, assim como a tela, bateria e som. Confesso que esperava um pouco mais da câmera, mas mesmo assim, não posso dizer que ela é ruim, nem de longe. O software e modificações da Motorola caminham em conjunto para uma experiência agradável. Agora com 4GB de ram e 64GB de armazenamento interno, o aparelho, quando comprado, vai suprir a necessidade do usuário por bastante tempo, se você usar a capinha. Não arrisque deixá-la de lado, o telefone é liso e essa protuberância traseira vão uma hora ou outra derrubar o aparelho.
Atualmente testei 2 telefones de 2018, foi o G6 Plus e o A8 da Samsung, entre eles, eu ficaria com o Moto G6 Plus, pelo custo/benefício. A câmera e tela do A8 são melhores, mas o G6 Plus no conjunto da obra, aliado a um preço um pouco mais barato.
- Tela
- Câmera
- Bateria
- Design
- Armazenamento e memória (comparado ao antecessor)
- Fragilidade do corpo (vidro)
- Tamanho "mal utilizado" na frente
- Protuberância grande na câmera traseira
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