Os celulares com baterias de grande capacidade, por sorte, já são algo frequente no Brasil. E a Asus tem boa participação nessa tendência, pois desde 2016 vem lançando por aqui os seus Zenfones da linha "Max", focada em autonomia longe da tomada. Há menos tempo, eles decidiram tornar essa linha independente dos principais Zenfones, trazidos em cronograma anual. Por isso, o Zenfone Max Pro (M2) chegou em setembro de 2019, antes do aguardado Zenfone 6. Ainda assim, veio com certo atraso, já que está disponível no exterior desde o final de 2018. Depois de testá-lo, entretanto, concluo que ainda é um smartphone competitivo e que faz jus ao nome.

ASUS Zenfone Max Pro (M2) - Veja aqui a ficha técnica completa

Design e construção

Temos uma típica construção de smartphone intermediário, com traseira de plástico. Mas a fabricante colocou algum trabalho por aqui, fazendo com que o material se pareça com vidro e reflita a luz de maneira chamativa. Na frente, a tela LCD IPS de 6.26 polegadas tem definição satisfatória e nível de brilho adequado. Sobre esse aspecto, só me incomodou um pouco o ajuste automático de brilho, que pareceu deixar o display sempre um pouco mais apagado do que eu gostaria. Optei pela regulagem manual na maior parte do tempo.

Traseira do Zenfone Max Pro(M2)
Traseira do Zenfone Max Pro(M2)

Dois pontos na construção entregam que esse Zenfone foi idealizado há mais tempo: o recorte superior da tela, ainda maior que a média atual em Androids do segmento, e o plug micro USB embaixo, em detrimento do mais novo Type-C. São pormenores que podem incomodar os mais entendidos e os detalhistas, mas que têm pouco ou nenhum peso para a maior parte do público-alvo.

A saída de som e o microfone fazem o que se espera. O áudio mono da caixinha inferior tem volume razoável e os microfones têm captação decente. Faço esta referência porque tive grandes problemas com microfones no antigo Zenfone 3 Max, que também incomodaram muita gente, mas nada próximo acontece no Max Pro (M2).

Performance e sistema

Por baixo da carcaça, o hardware deste telefone o coloca num patamar "intermediário intermediário" em termos de potência - sim, essas classificações estão fora de controle. Processador Snapdragon 660, 4GB de RAM e 64 ou 128GB de armazenamento são suficientes para a grande maioria dos usuários terem um uso confortável, com boa velocidade na abertura e troca de apps. Foi o que percebi durante minha utilização de duas semanas, em que pequenas quedas de performance até aconteceram ao longo do dia, mas de forma pontual e pouco relevante.

Android 9 puro rodando
Android 9 "puro" rodando

Preciso observar, entretanto, que presenciei, eventualmente, algumas "congeladas" quando tentava fechar apps pesados. Nessas ocasiões, tocar o botão para voltar à tela inicial não tinha qualquer efeito, obrigando-me a apagar o display e destravar o celular novamente para fechar o aplicativo em questão. Note-se que isso é possível em qualquer smartphone, mas aconteceu em quantidade digna de nota. Deve se tratar de algum probleminha de aprimoramento no sistema operacional, passível de resolução em updates futuros. Em suma, a performance geral foi boa e este não é um aparelho que trava, mas otimizações na fluidez do sistema serão bem-vindas.

De fábrica, o Max Pro (M2) veio com o Android 8 Oreo, mas a atualização para o 9 Pie chegou assim que entrei no sistema pela primeira vez. O visual remete àquele comumente chamado de "Android puro", pois há pouquíssima personalização, além de nenhum aplicativo inútil pré-instalado. Ponto positivo. A Asus vem construindo boa reputação no que se refere a atualizar seus aparelhos, e eu não me surpreenderia se visse o Android 10 aqui. Por hora, o mais importante são as correções de segurança, que devem continuar vindo, assim como o fine tuning no desempenho geral do aparelho.

Ainda não falei deles, mas a performance em games é satisfatória. Sem grandes surpresas, já que o chip utilizado ainda é, tecnicamente, capaz de rodar até títulos mais pesados. É possível que games sofisticados reduzam sua qualidade gráfica, e eu presenciei isso: em Asphalt 9, a velocidade é boa, mas os visuais são menos exuberantes que os vistos num top de linha.

Câmeras

Lentes traseiras
Lentes traseiras

Atualmente, existem intermediários com grandes truques em suas câmeras, como o Motorola One Vision ou o próprio Zenfone 5, lançado no ano passado pela Asus. O Max pro (M2) não está entre esses, mas faz o suficiente para que este não seja um ponto negativo. Fotos durante o dia puxam para tons quentes e têm definição adequada, assim como bom equilíbrio na iluminação. Edições rápidas em apps como o Google Fotos são suficientes para que se obtenham resultados mais saturados, a depender do gosto do usuário.

Foto à tarde feita com o Max Pro (M2)
Foto à tarde feita com o Max Pro (M2)

À noite, existe alguma perda de definição, mas ainda temos fotos competentes e com qualidade na medida para redes sociais. Luzes de postes não estouram e composições relativamente complexas não saem prejudicadas. A câmera frontal até me surpreendeu por conseguir boas tonalidades em peles brancas, embora ainda estoure pontos muito iluminados, que ficam um tanto quanto esbranquiçados.

Modo HDR em ação
HDR, contra o sol
Contra o sol
Anoitecer
À noite, com luzes
Ànoite, com luzes
À noite, com luzes, num engarrafamento
Selfie
Modo retrato
Selfie em modo retrato
Modo retrato

Na traseira, existe uma segunda lente dedicada às fotos no "modo retrato", que desfoca o fundo das imagens. E foi esse o modo em que, na minha avaliação, obtive os resultados menos empolgantes: o software erra em pontos óbvios de desfoque, o que me obrigou a tentar duas ou três vezes em alguns cenários, sem que o sucesso fosse garantido. Ou seja, o modo retrato existe e é utilizável, mas é inconsistente.

É preciso dizer, ainda, que as câmeras são consideravelmente mais lentas quando habilitado o modo HDR, responsável por melhorar a exposição em pontos muito claros ou escuros. É um resultado ainda esperável para a categoria, embora alguns concorrentes já tenham superado esse tipo de limitação. Detalhes técnicos à parte, reitero que as câmeras não comprometeram, e me retornaram algo até um pouco acima do que eu esperava. Para usuários casuais, que não têm exigências muito específicas, estará tudo bem.

Bateria

As possíveis críticas em outros departamentos se abrandam quando entra em jogo a bateria do Zenfone Max Pro (M2), que é o carro-chefe na publicidade e entrega o esperado na prática. São fartos 5000 mAh de capacidade, num momento em que 3000-3500 mAh costumam ser a média na categoria. A vantagem se refletiu em meu cotidiano: com brilho acima da metade e uso misto, incluindo WhatApp, YouTube, Instagram, câmera e navegação na Web, consegui algo entre 10 e 11 horas de tela ligada, sempre com 24h ou mais de uso total. Em um ou dois dias, a tela ficou acesa por algo em torno de 8 horas, com maior tempo total de uso.

Parte superior da tela
Parte superior da tela

Essas marcas irão variar bastante a depender do perfil de utilização, mas minha experiência me permite supor que o resultado será sempre digno de um Zenfone da linha Max. É, de fato, um aparelho que deixa o usuário tranquilo para sair de casa sem carregador, e nunca deverá abandoná-lo durante um dia, devendo chegar a até dois para aqueles que o manejarem de forma mais moderada. Para efeitos de comparação, o Moto G7 Power da Motorola me retornou algo como 12h de tela ligada, um pouco melhor, mas com processador mais simples e design mais espesso. Parece-me uma boa troca.

O único incômodo é a ausência de carregamento rápido: levei mais de 2h para recarregá-lo completamente. Não foi algo que tenha me prejudicado com frequência, mas, por ser uma função bastante comum, fica o lamento. Mesmo em um intermediário, incluir fast charging seria natural, sobretudo em um intermediário focado em bateria.

Veredito

No fim das contas, aqui está o maior mérito da Asus com o Zenfone Max Pro (M2): ele consegue segurar as pontas frente à concorrência na maioria dos critérios técnicos, perdendo por pouco, quando isso acontece. Em contrapartida, entrega a grande autonomia prometida como trunfo. Não haverá, portanto, as boas fotos noturnas do Motorola One Vision, a bonita tela do Galaxy A50 ou a agilidade do Redmi Note 7. Mas nenhum desses entrega a mesma bateria do Max Pro (M2), que cava seu espaço entre muitos usuários por conta disso. O atraso em seu lançamento, portanto, não retirou sua competitividade, e ele engrossa o caldo de bons intermediários no mercado brasileiro. Temos uma boa concorrência, e isso sempre será bom.

ASUS Zenfone Max Pro (M2)
7.8
Prós
  • Bateria dura muito
  • Bonito design
  • Android sem apps inúteis
Contras
  • Sistema poderia rodar mais "redondo"
  • Porta micro USB e não USB-C
  • Não há carga rápida

Preços e onde comprar

Esse aparelho chegou custando entre 1699 e 1799 reais, para os modelos de 64 e 128GB, respectivamente. A precificação não foi ruim, mas é difícil enaltecer o custo x benefício do valor cheio, assim como acontece com qualquer outro Android. Os preços praticados pelo varejo online costumam cair consideravelmente depois de algumas semanas e, por conta disso, é possível achar concorrentes mais convidativos financeiramente. Mas o Max Pro (M2) deve seguir essa tendência e se consolidar como uma opção viável para os que querem um celular com grande bateria, sem muito comprometimento em outros quesitos.

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