Não é nenhum segredo que o governo Chinês gosta de censura e isso você já sabe (principalmente se já leu este post daqui), porém, os responsáveis pelo país não costumam divulgar qual o nível de repressão por lá.
Apenas para você ter uma ideia, a ONG internacional Jornalistas Sem Fronteiras, que mede a liberdade de imprensa nos países de todo o mundo e os classifica dos mais libertários aos mais opressores, coloca a China na posição 176 de 180. Segundo este rankinga o país só consegue ser mais "livre" do que a Síria, Turcomenistão, Eritreia e Coreia do Norte (Brasil está em 103º).
No entato, parece que eles resolveram falar sobre (ao menos em partes). Publicado pelo Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo e divulgado pela Xinhua, órgão oficial que cuida da parte midiática do estado, em um relatório publicado na véspera de Natal o governo do país assume ter revogado as licenças para mais de 13 mil sites desde o início de 2015, perfazendo uma média de mais de 10 sites fechados arbitrariamente por dia.
Embora exista uma grande quantidade de possíveis motivos pelos quais um site chinês possa ser derrubado pelo governo, segundo a agência de notícias estatal, todos esses encerramentos precoces foram feitos com o objetivo de preservar o "poder de longo prazo do partido no poder, a paz e a estabilidade a longo prazo do país, o desenvolvimento socioeconômico e os interesses pessoais das pessoas".
A verdade, no entanto, é que enquanto os funcionários do governo chinês lutavam contra a pornografia e terrorismo, por exemplo, do outro lado uma grande quantidade de energia era gasta em evitar que os residentes vissem as notícias não aprovadas pelo comitê ou então se comunicassem em particular com outras pessoas.
Impressiona também outro dado: Mais de 10 milhões de contas online foram encerradas sem o consentimento de seus usuários. Embora não tenha sido divulgado mais detalhes sobre essas contas, é provável que se tratem de redes sociais bloqueadas no país, como o Twitter ou Facebook.
Quanto às contas pessoais suspensas, o motivo foi que as pessoas por trás dos perfis se recusaram a usar seus nomes reais nos perfis sociais. Tal obrigatoriedade se deve ao fato de que a China implementou uma série de medidas para acabar com os rumores ou linguagem pesada na internet do país, mas acredita que isso não passe de um esforço para silenciar a dissidência e facilitar a identificação de adversários políticos.
Para quem mora por lá e já sofre com estes problemas, essas retiradas do ar não parecem estar perto de terem um fim: A China vem implementando leis digitais cada vez mais rigorosas nos últimos meses, e não apenas para suprimir a oposição durante o Congresso Nacional que ocorreu em outubro. O governo está cada vez mais paranoico sobre a possibilidade de alguém escapar de seu monitoramento, e parece que não irá baixar a guarda tão cedo.
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