O assunto é no mínimo contraditório, quando falamos em criptografia de mensagens ponto a ponto, o que vem a nossa cabeça é que somente quem envia e quem recebe a mensagem terá acesso ao seu conteúdo.
Agora parece que o Departamento de Justiça voltou a pressionar o Facebook para ter acesso às comunicações criptografadas, argumentando que é uma ferramenta vital de combate ao crime, mesmo quando empresas de tecnologia e advogados argumentam que isso ameaçaria a privacidade individual.
O procurador-geral William P. Barr demonstrou preocupação sobre o plano do Facebook de tornar o WhatsApp e seus outros serviços de mensagens mais seguros, pressionando seu executivo-chefe, Mark Zuckerberg, a criar uma brecha na criptografia de criptografia de modo que em casos específicos se possa ter acesso ao conteúdo trocado entre os usuários do serviço.
O Departamento de Justiça alega que investigadores precisam de acesso legal a comunicações criptografadas para combater o terrorismo, o crime organizado e a pornografia infantil.
"As empresas não devem projetar deliberadamente seus sistemas para impedir qualquer forma de acesso ao conteúdo, mesmo para prevenir ou investigar os crimes mais graves", escreveu Barr, acompanhado por seus colegas britânicos e australianos, em uma carta a Zuckerberg que foi revisada pelo The New York Times na última sexta-feira.
Essa luta se iniciou em 2016, quando um juiz federal ordenou que a Apple ajudasse o FBI a desbloquear um iPhone recuperado após o tiroteio em massa em 2015 em San Bernardino, Califórnia. O FBI finalmente o quebrou sem a ajuda da Apple o bloqueio do dispositivo, aliviando as tensões por um tempo as empresas de tecnologia.
Contudo de lá pra cá, a busca por privacidade e segurança da informação e seus respectivos problemas de vazamento, que deixam todos perplexos a cada vez que acontecem, fazem com que o assunto se torne delicado.
Se com a criptografia e, a tal privacidade, que os serviços juram nos entregar (até que um vazamento de informação seja noticiado) nos deixam com os dois pés atrás, imagine o que uma brecha proposital, criada deliberadamente, pode causar nesses aplicativos e serviços.
Cabe aqui a reflexão. Todos já ouvimos o ditado "quem não deve, não teme", mas a questão aqui é mais delicada, quando envolve quem irá controlar a informação coletada de um serviço ou vários.
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