Um pouco desconhecido no Brasil, um caso policial em 2016 em San Bernardino acentuou o debate sobre privacidade cibernética. Até onde poderiam autoridades policiais invadir dispositivos para conseguir informações para a resolução do caso?
Na época, era um iPhone que precisa ser desbloqueado, uma empresa israelita chamada Cellebrite ganhou fama pela sua participação que ajudou a resolver o caso. A empresa anunciou oficialmente um dispositivo UFED para desbloquear smartphones, porém o que é novo aqui é a informação de que essa tecnologia já era disponibilizada de maneira secreta. Assim, desde início de 2018 que algumas autoridades norte-americanas tinham o software e o dispositivo em sua posse.
O caso de San Bernardino resultou em um impasse entre a Cellebrite e a Apple. Por um lado, a empresa israelita invadiu e quebrou a criptografia do iPhone e invadiu a privacidade do comprador da Apple, por outro lado o feito ajudou a solucionar um crime.
A Apple, como resposta, combateu de forma direta o acesso indevido aos seus equipamentos. A empresa então conseguiu blindar o iOS 12 e deixar inutilizadas todas as técnicas da Cellebrite e da sua box GrayKey, mas não é exatamente assim.
Um documento recentemente descoberto da polícia de Nova Iorque demonstra que o departamento teve acesso antecipado ao UFED Premium. Este é o mais recente serviço da Cellebrite e foi anunciado publicamente em junho deste ano. A polícia de Nova Iorque então teria um contrato com a Cellebrite desde janeiro de 2018, muito antes do anúncio oficial, conseguindo desbloquear Androids e dispositivos da Apple em segredo.
No contrato consta ainda o pagamento de cerca de US$200.000 ao longo de três anos para a licença, instalação e formação técnica relacionada com o UFED Premium.
Qual sua opinião sobre o assunto? Devemos ter plena privacidade ou é cabível autoridades quebrarem a segurança dos dispositivos quando necessário?
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